Um post faz sucesso no blog Flanar.
Trata das pautas do correspondente da Rede Globo no Pará, jornalista Roberto Paiva.
Um dos comentários registra, com senso de oportunidade, a interferência da afiliada local na pauta do jornalista, mostrando que sua liberdade não é tão completa assim.
Vale lembrar aos leitores, do Flanar e do Quinta, que o jornal O Globo não dispensou a molecagem de Ronaldo Maiorana e seus bate paus. No dia seguinte deu uma lambada no agressor.
Paiva, contudo, parece ter adquirido intimidade com o espírito do jornal em relação ao Lucio.
Veja o que ele diz, ao ser questionado por um cidadão presente em evento realizado pelo MPF.
Ano passado o MPF realizou um seminário para a imprensa paraense, onde se discutiria a Hidrelétrica de Belo Monte. Era uma tentativa de pautar a UHE em termos mais críticos, quebrando o costumeiro viés barragista das empresas de comunicação. E o Lúcio Flávio era um dos convidados a palestrar, o que fez, naturalmente, com extrema competência. O Paiva estava lá, com câmera ligada o tempo inteiro. Como o Lúcio é alvo do ódio das ORM, e não pode aparecer nos veículos deles, eu me dirigi até o Paiva, no final do seminário e perguntei como eles fariam na edição do vídeo, já que a fala do Lúcio tinha sido destacada. Ele ficou perguntando pra mim, em falsete: "Que vídeo? Que vídeo?", no maior desdém com o Lúcio. Lamentável.
É assim.
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Artur Dias, autor logado do comentário, abraço pra vc.
9 comentários:
Obrigado! Não dava mesmo pra ficar calado.
Abração
Mas o que vcs queriam que ele falasse desse Estado
Não dava para ele fazer uma matéria sobre a saude do Estado e Prefeitura? Será que com uma matéria nacional as coisas não melhorem?
Voces querem que as pessoas sejam bem atendidas e tenhan atencao a saude?
Mandem elas para as unidades de Ananindeua ne Dep Elcione?
Uma prativara desencapada prá esse tal de paiva e outra maior pro IVCezal.
Não vou colocar em questão o Paiva, que nem conheço, e sim essa mania, que a psicologia deve explicar, do paraense sempre achar uma desculpa para absurdos que acontecem no Estado.
Em que lugar do mundo o Judiciário local é incapaz de punir as pessoas que mataram 19 trabalhadores sem-terra quase que desarmados? Em que lugar do mundo TODOS os agentes públicos acabam por criticar uma menina que foi, durante um mês, estuprada e espancada por dezenas de homens dentro de uma cela masculina? Em que lugar do mundo um júri popular absolve um fazendeiro que mandou matar uma velhinha, a despeito de, literalmente, DEZENAS de provas cabais?
OK, concordo. Há lugares do mundo em que isso acontece. Alguns países da África, da Ásia e dos mais pobres da América do Sul. E os exemplos não são dos melhores.
A verdade é que NENHUM Estado no Brasil tem o histórico recente (leia-se 30 anos) de violência, impunidade e descaso com valores civilizatórios como o Pará. O Brasil por inteiro é meio que uma "pocilga", como o Juca diz _vide o massacre do Carandiru, os seguidos episódios de violência no Rio etc. Mas essa concentração de fatos, de tal repugnância, é preciso ser honesto, só por essas bandas.
Claro, é difícil para quem nasceu aqui, se apaixonou aqui, quem cria seus filhos nessas terras, quem, afinal, tem laços afetivos com ela, aceitar, sem pestanejar, essa VERDADE.
E, para mim, é aí que nasce o pior dos problemas. Essa incapacidade de aceitar o HORROR que essas situações deveriam despertar. Em nome de um suposto regionalismo, do amor às tradições, de uma realidade que de fato é multifacetada, as pessoas tergiversam.
E, por fim, são essas mesmas pessoas que acabam culpando a VÍTIMA ("essa menina deve ser meio débil mental"), não culpando os verdadeiros culpados (como no caso de Carajás), ou simplesmente absolvendo o mandante (como no caso do Bida).
Em nome desse idéia SIMPLISTA e INFANTIL de que NÃO É SÓ NO PARÁ, ou que QUEM NÃO É DAQUI NÃO ENTENDE O PARÁ, as pessoas perdoam.
Dizem que não vão perdoar, que isso é um absurdo, fingem concordar com o que é nu e cru, mas, ao final, capitulam a essa vingançazinha contra quem teima em apontar o dedo em direção ao Estado, capitulam a esse pequeno ódio individual que diz: "Quem é você para me acusar de primitivo?".
Muito, MUITO, pior do que as mortes, torturas e o INACREDITÁVEL desapego às leis no Pará, é grau de imaturidade de sua elite.
Esses correspondentes que a Globo manda par ao Pará só cobrem o trivial. S~!ao fracos como jornslistas. Mas são boçais, auoritários, pretensiosos, ignorantes sobre Amazônia, arrogantes. A ;unica pauta que sabem cobrir é a pauta da desgraça. Nada sério.
Não é HARD NEWS? Está fora!
Não faz a cabeça do telespectador do JN? Não se cobre.
Pobre jornalismo!
Enquanto isso, a afiliada Globo em Manaus fatura até um Globo Repórter inteiro.
Meus caros: os indicadores sociais e econômicos do Pará o colocam no último ou no penúltimo lugar no país, ao lado apenas do Maranhão, Acre e Rondônia.
Por isso, não dá só para falar do Pará do tucupi, do açaí e do cupuaçu e do Paulo Martins e suas receitas esquisitas.
Somos o campeão de mortes no campo, do trabalho escravo, da pedofilia. Ao lado do Maranhão, temos as piores elites políticas do país. Eleitos por nós, como o falsário alcaide de Belém por duas vezes; permitindo que um bicheiro, ou seja, um contraventor penal queira ser governador.
Não dá para tirar leite de pedra.
Se a desgraça é "nada sério", por favor, me diga o que é sério.
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