Por Alberto Dines, no Observatório da Imprensa.
"Foram duas as agressões: a primeira, escancarada, foi a absolvição do presidente do Congresso, Renan Calheiros, que segundo a Polícia Federal cometeu vários ilícitos. A segunda agressão, mais grave, aterradora, pode ser chamada de "apagão" institucional. O Senado da República foi convertido desde a terça feira num verdadeiro porão – fechado, lacrado, blindado ao escrutínio da sociedade, ilha autoritária em plena Praça dos Três Poderes.
A varredura eletrônica do plenário, a proibição do uso de computadores pelos senadores, a recomendação para que os celulares fossem desligados e finalmente o pugilato entre os leões-de-chácara e os deputados que foram autorizados pelo STF a assistir ao julgamento desvendam a razão do secretismo da sessão: impedir a presença da mídia.
Renan Calheiros e os cangaceiros de todo o país que o apóiam sabiam que a presença da imprensa seria a única força capaz de impedir a absolvição. Apostaram todas as fichas no sigilo. Não se importavam em agredir a sociedade, só não queriam testemunhas.
Os malfeitores trabalharam no escuro, eles têm prática, ganharam o primeiro round. Nos próximos, será diferente – terão que ser travados às claras".
Um comentário:
Em 2003 foi votado um projeto do Senador Tião Viana que acabava com o voto secreto para cassações no Senado. Não passou. Votaram CONTRA o projeto, segundo divulga o blogo do Luís Nassif, os seguintes senadores - Arthur Virgílio (PSDB), Cesar Borges (PFL), Tasso Jereissati (PSDB), Eduardo Azeredo (PSDB), Heráclito Fortes (PFL), Garibaldi Alves (PMDB), Gerson Camata (PMDB), Agripino Maia (PFL), Edison Lobão (PFL), Marco Maciel (PFL), José Sarney (PMDB), Mão Santa (PMDB) e Leomar Quintanilha (PMDB). Engraçado é que agora todo mundo é contra o voto secreto.
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