Do blog Flanar, por Oliver.
Direitos Humanos
O deputado estadual Alessandro Novelino compareceu à Assembléia Legislativa do Estado do Pará depois de longo afastamento, motivado por luto pela morte de seus dois irmãos, vítimas em crime bárbaro fartamente noticiado na imprensa. Em que pese não possamos avaliar a dor que sente, não se pode concordar que em nome dela o deputado ultrapasse certos limites.
Em plenário, a pretexto de denunciar alegado favorecimento de regalias penitenciárias aos réus confessos (que facilmente podem ser revogadas pela justiça), Novelino decidiu fazer um ataque aos direitos humanos. No mal-inspirado discurso o deputado ainda ironizou os portadores de deficiência física, ao comentar que esse prolema de saúde, apresentado por um dos reús, é um estigma divino.
Certamente o deputado não sabe o que diz. É ignorante que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948) é uma das maiores conquistas da humanidade contra o arbítrio de poderosos encastelados nos governos, ou contra os que em comandita conspiram contra os mais elevados valores da sociedade.
Aliás, é graças a esses direitos que o Sr. Alessandro Novelino pode praticar o desatino cometido. Diz o artigo XIX da citada Declaração: Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras
* O título do post, evidentemente, refere-se ao deputado Novelino.
6 comentários:
E o Senado, caro blogger, após a absolvição do Renan?
Juca querido,
peço desculpas pelo comentário que será ácido, como ácidaos estão minha boca e meu fígado.Os votos a favor de Renan não eram desejados,mas não se constituíram numa enorme surpresa. Surpresa foram as 6 abstenções, essas sim, criminosas!
Quanto ao discurso do deputado, que tive o desprazer de ouvir pelo sistema de som, faço o meu comentário: não questiono a sua dor nem a sua ansia em querer a punição dos criminosos.
Mas, sua justa dor não apaga a agiotagem ilegal e espúria praticada pelos seus irmãos, atividade por eles desenvolvida segundo o próprio deputado, em entrevista à imprensa dias após o crime, e que seria a origem da desavença entre eles e os criminosos.
Há momentos em que a hipocrisia não cabe mais na sala de visitas nem no quintal! Também não dá pra fazer de conta que esquecemos o que sabíamos ou que não vimos ou ouvimos nada, ressalva feita ao Presidente Lula.
Assim, peguntei-me após ouvir o discurso do deputado se, ao invés de terem sido vítimas de um crime bárbaro, seus irmãos estivessem na prisão por agiotagem, crimes que praticaram em vida, o seu discurso contra mordomias e favorecimentos seria reafirmado?
Não. Ninguém precisa se preocupar em respoder. Afinal, este comentário talvez seja motivado apenas pela minha "acidez cívica" indisfarçável e eu estou apenas racionando sobre uma hipótese que a fatalidade não nos permitirá jamais confirmar.
Abração, Juca.
Com toda essa marra, o que deve dizer do depoimento prestado em 7.5.07, por seu amigo Chico Ferreira, que informa que foi apresentado aos novelinos por Antonio ucio martin quer contador dos irmãos do deputado.
Lá Ferreira diz que pagou 7 milhoes aos novenilos e certamente por isso que em junho, dia após corpus critos, foi visitada por fiscais da receita vindos do nordeste.
O Leão é voraz...
Esse e o Brasil do Renan Porcalheiros.
Cumpadi, obrigado pela ribalta. Sinto-me honrado.
Cumpadi, a honra é minha.
E o prazer de tê-lo por aqui também.
Abs
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