Os índios Tembé e instituições governamentais reúnem-se nesta terça-feira, 11, com o objetivo de encontrar soluções concretas para promover a retirada de não-índios, combater o desmatamento ilegal e promover a sustentabilidade socioambiental na Terra Indígena Alto Rio Guamá , área de 280 mil hectares localizada no nordeste no Estado (municípios de Paragominas, Nova Esperança do Piriá e Santa Luzia do Pará).
Além de lideranças indígenas, o Ministério Público Federal (MPF) convidou para o evento representantes da Funai, Incra, Iterpa, Polícia Federal, Ibama, Seduc, Seju, Funasa, UFPA, Exército, Batalhão de Polícia Ambiental da PM, Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e Poema (Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia), da UFPA.
Informações da Assessoria de Comunicação do MPF no Pará.
11 comentários:
Oi juvêncio, os aguerridos Tembés também têm audiência pública na quinta-feira com os deputados estaduais. Eles vão discutir o assunto com o Legislativo a pedido do líder do PT na Casa, Carlos Bordalo. A audiência fez parte do acordo entre as lideranças Tembés do alto Guamá e os deputados quando da invasão da sede do Incra em Capitão Poço no primeiro semestre deste ano.
Um grande abraço.
Aline Brelaz
Juca,
esta é uma triste novela, inacabada há quase 30 anos, creio.
As geraçoes mais jovens da terra Indígena Tembé Alto Guamá, por exemplo,nasceram sem poder apropriar-se da sua terra.
A invasão de fazendeiros, posseiros e madeireiras, com a "parceria" do INCRA que ali já assentou oficialmente trabalhadores e suas famílias, é uma pequena amostra da desordem instituucional.
A TI Tembé Guamá é a única reserva florestal- embora muito destruída pelos invasores - daquela região, assim como a Terra Tembé do Gurupoi (Paragominas) atrai a cobiça que aliada à pobreza são péssimas conselheiras.
A experiência me ensina que é imprescindível a realização de discussões que envolvam índios, posseiros ainda na área e os que estão no entorno da reserva, pois há muitos de boa fé e não apenas prepostos de madeireiros, esperando uma "brecha" para entrar.
A paz dos Tembé está diretamente ligada à pacificação do entôrno e a condições de vida e trabalho que permitam a preservação da terra indígena e a vida decent de centenas de famílias que nada mais têm a perder.
Somente um projeto que envolva todos os atores e não apenas as instituições que "inoperam" ali há décadas - INCRA, FUNAI, IBAMA e SECTAM - poderá gestar uma proposta de desenvolvimento integrado e sustentável, projeto que terá que partir de uma discussão ampla, generosa, e com a garantia de recursos finsnceiros- sim, muitos! - para uma solução definitiva de longo prazo.
Beijo
Aline, os índios deveriam dar uma passadinha nos gabinetes do deputados ligados aos predadores da reserva - há pelo menos um - e mostrar-lhes o tacape.
Boa sorte na audiencia e que resulte em ações concretas
Um grande abraço prá vc.
( Aline, vc é parente do advogado Walmir e do fotógrafo Jel?
De onde vem este sobrenome, com as desculpas pela curiosidade.)
Bia querida.
Essa história eu começei a ouvir nos anos 70, em conversas no recreio da escola. Tinhamos uma amiga que era filha de um cidadão que tinha interesses comerciais naquela área, e aprontava poucas e boas.
Seu diagnóstico é essencialmente correto - envolver os posseiros de boa fé, vigiar os prepostos dos predadores, e caminhar na direção de propostas sustentáveis -embora tenha grandes dúvidas sobre as chances do INCRA fazer algo que preste por aqui.
Por outras razões, estendo a desconfiança à FUNAI.
Confiar mesmo, só no "tacape" do MPF.
Bjão prá ti.
Sei um poquito desta história.
Em Nova Esperança, existem oito serrarias lacradas pelo IBAMA em 2005, e mais tres entre Viseu e Santa Luzia, com pouco mais de 6.000 m³ de madeira apreendidos. Pois bem, estas serrarias, que deveriam estar paradas por força da Lei, continuam funcionando, já tendo o fato sido comunicado ao MPF. Aliás, esta equipe do IBAMA foi a única, até onde sei, que concluio um trabalho nesta região, pois os interesses econômicos são muitos e variados, pois até o Governo do Estado na época negou força policial para dar suporte a operação, que saiu da cidade acossada pelo vice prefeito, que é madeireiro, e que distribuio cachaça entre a população para tentar brecar a operação, que só não foi conseguido graças ao apoio da PRF, que deu segurança aos fiscais.
Em nova esperança, soltaram bombas no colégio durante audiencia com o MPF, que não foi concluida por falta de segurança para os servidores. É uma terra sem lei nenhuma, sem assistência para a população e com muitos patifes metendo a faca no ambiente e no pescoço do povo, que serve de bucha de canhão para os grandes patifes continuarem lucrando. Espero que agora se consiga algo de verdadeiro no sentido de impedir esta predação, pois já quase morri, como vários outros colegas, fazendo minha (nossa) parte nesta História.
Juvêncio, adquiri o direito de usar o Brelaz, casando com um deles, o Waldson, com quem tive dois lindos Brelazinhos. Meu marido é irmão do Walmir e primo do Jel. Satisfiz a curiosidade? E não se preocupe que eu respondo a esta questão quase todos os dias.
Mais um abraco pra você.
Aline Brelaz
Alex,caríssimo, é a segunda vez que vc nos brinda com histórias de seu cotidiano na fiscalização do IBAMA.
Na primeira, muitos meses atrás, vc trouxe números preciosos sobre a questão das carvoarias.
Parece claro, lendo suas palavras,que existe uma grande ofensiva de quadrilhas que agem na floresta.
Parece claro, também, que o estado não tem condições de combatê-la.
Ou tem, mas não quer.
Agora, uma perguntinha: vcs não vão armados nessas operações?
Ou, alternativamente,porque tem PF para acompanhar fiscais da Anatel que vão fechar as porcarias das rádios piratas no interior, e não tem PF para ir junto com vcs?
Abs Alex.
Aline...rs...e que direitos!
Dois Brelazinhos!
Só faltou dizer de onde vem o nome.
É do interior? É estangeiro?
Mas não tenha pressa.
Obrigado e abs a toda a família.
Oi Juvêncio, o Brelaz é francês, chegou por aqui por missionários protestantes franceses que vieram atuar na Amazônia, mas expressivamente no Baixo-Amazonas, onde fundaram várias missões batistas.
Agora acredito que a resposta está completa
Mais outro abraço.
Aline Brelaz
Obrigado, Aline.
Abs e boa noite...ufa!
(estou desde as 5:40 na frente do computador, quase morto!)
Juvêncio, somente há pouco tempo está sendo emitido o porte de armas para os fiscais do IBAMA, já de acordo com o Estatuto do desarmamento, mas ainda são poucas as armas institucionais para os fiscais, que além disso tem que arcar com o custo do curso de tiro(R$ 1.000,00), exame psicotécnico(R$ 300,00), e na maioria dos casos também a compra da arma e munição. O governo tem plena condição de conter o crime ambiental, Lei e formas de faze-la funcionar, falta é vontade de fato, e não é a dos servidores.
Abs.
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