Um dos PM' bandidos que executaram uma pessoa na madrugada de sábado, segundo toda a PM e metade da Polícia Civil, era ninguém menos que o motorista do Comandante Geral da PM. Estava de folga e fazia um bico: matar.
Por essas e por outras é que mudei meu entendimento que adotava sempre nas reclamações trabalhistas em que policiais militares requeriam o reconhecimento de contrato de emprego com particulares (geralmente supermercados, transportadoras, farmácias e açougues). Por muito tempo, como muitos magistrados do trabalho, decidia com base nos fatos (princípio da primazia da realidade) e reconhecia todos os direitos desses policiais que faziam "bicos" como "seguranças" (ocupando o lugar de vigilantes empregados regularmente, é bem verdade). Conhecendo mais e melhor o que pouco a pouco passou a acontecer, isto é, uma subinstitucionalização da atividade de segurança privada por policiais militares - não raras vezes arregimentados por superiores, inclusive oficiais (é comum isso ocorrer, conforme confissão dos próprios reclamantes nos autos dos processos trabalhistas) - rendi-me a evidência que o fato não poderia sobrepor-se à legalidade (o policial militar deve ter dedicação exclusiva e não pode prestar segurança para dois senhores, um público e outro privado). Mudei de entendimento e passei a decidir que o interesse público deveria prevalecer sobre o individual e particular, sem prejuízo do princípio da primazia da realidade (não é possível revogar o fato). Passei a declarar existente o contrato de emprego (fato), mas decretando sua nulidade, para que nenhum efeito surtisse (exceto os tributários, pela incidência do princípio do "non olet", com o perdão pelo latinório). Fatos como este que agora noticias fortalecem meu atual entendimento. E me fazem ter a certeza de que está em curso um jogo de quebra-cabeças - um "puzzle", como se diz na academia - em que as piores partes da nossa sociedade vão se encaixando, ocupando e paulatinamente dominando espaços que deveriam ser da institucionalidade e da banda limpa da sociedade. O que antes foi uma ilha de malfeitoria, tornou-se um arquipélago e logo logo vai ser um continente. Se o Estado não coibir, inclusive internamente, esse avanço da banda ruim, logo logo ele estará dominado por ela. Sua informação adicional - em relação ao que foi publicado nos jornais - deixa para nós, cidadãos, uma impressão (também ruim) de que a instituição (PM, no caso), se move sim, mas na direção oposta à esperada (no caso para esconder o fato de que o motorista do Comandante da PM faz bico como jagunço urbano). E pensar que tudo começou com a tolerância dos superiores aos "bicos" feitos por policiais militares, até incentivados como forma de suplementar o soldo...
Obrigao pelo fundado comentário, carísimo Açencar. É por isso - ninguém duvida mais - que o crime organizado, em várias modalidades, avança célere no estado, a despeito da boas ações e intenções de poucos. Manoel Santino deixa seu nome inscrito nesta absurda história de "bicos", formalizada no governo Jatene, que não realizou um concurso sequer para a área da segurança, que agora expõem seus intestinos podres. No Pará, a milícia é a própria PM!
Juvêncio com todo respeito e admiração, que tenho por vc..mais ja pensou se todo pai de fsamilia mal remunerado tivesse que fazer um bico assassinando pessoas, q seria deste país....acho que procurar culpados não e a solução...mais o governo preparar melhor seus policiais ja seria um começo....
permita-me um comentário longo, porque vou contar uma história (não é estória..rsrsrs...)
Mau pai foi subcomandante da então Guarda Civil de São Paulo, extinta em 1969, acho eu, por ato da ditadura (foi um Decreto-lei federal que unifcou as polícias de São paulo) já que junto com a chamada Força Pública, passou a compo a Polícia Militar do estado.
A Guarda Civil, da qual meu pai orgulhava-se, embora internamente combatesse vícios e desvios que depois se tornariam padrão em quase toda a corporação policial militar - naquela época o maior problema era uma relativa permissividade com os bicheiros..rsrsrs...mas que ainda assim custou ao meu pai um copo de "rabo de galo", numa folga, missturado a pólvora em pó - era uma polícia de "elite", no sentido que a ela cabia a orientação e a proteção do cidadão e da cidade. O "trabalho" sujo cabia à Força Pública, que era o batalhão de choque, com atribuições definidas e que não tropeçavam com as da Guarda.
Meu pai morreu em 1967, quando a dicussão da unificação corria solta. Lembro-me que sofreu muito com isso, pois tinha a convicção que a transformação dessas políciais conformaria um Frankestein moldado no que de pior têm o exército. E ele tinha toda razão.
As polícias militares até hoje não sabem o que são. Erráticas, fruto da necesidade dos ditadores terem sob seu controle as forças estaduais, são o arremedo do criador contra as criaturas, nós, os cidadãos, culpados por principio.
Entendo que essa terrível origem responde mais pelo desacato a todas as conquistas republicanas do que a conivência, a omissão ou a leniência dos comandos, que não nego que existem, pois só a sua exist~encia justifica o fortalecimento da banda podre ao longo do tempo.
Resta agora saber se o Comandante vai dize que não sabia das atividades do seu subordinado e servidor direto. Daí vai ser um belo rombo na sua autoridade, centrada na hierarquia.
O Comandante está em São Paulo,tratamento de uma grave enfermiade Bia. Pode ter certeza que vai dizer que não sabia, o que pode muito bem ser verdade. Aguardemos. A Polícia Civil, na gestão de Geraldo Araújo, começou a prender os assassinos fardados. Ele teria feito questão de prender aquele major emvolvido no esquadrão da morte de Icoaraci nas dependências da PC, onde estava deslocado. Boas lembranças de seu pai. Bjão, QUERIDONA!...rs
Certamente estes policiais não ganham menos que os infermeiros de hospitais e estes trabalham. Todos temos o direito de procurarmos novos empregos quando não estamos ganhando pouco, o que falta para estes policiais procurarem as suas melhoras. Atualmente ser policial é obter licença para matar.
E já começa a operação "abafa" dentro da PM, novidade... tudo se esconde por lá! E o escandalo do Coronel Artur e da capitã Vanessa? E o escandalo do CESO? Este assassinato, infelizmente, é mais um diante de diversas ações ilegais e abusivas que a PM vem cometendo ao longo de diversos anos e ai de alguém que se meta com a PM por que leva "chumbo grosso". Enquanto isso, alguns coronéis só tomam seu uisquezinho, se lixando pro povo - só querem saber de levar o seu... preocupados com possíveis reduções de suas aposentadorias!
As viaturas da PM, especialmente do CHOQUE, quando em trânsito pelas ruas de Belém ameaçam os motoristas com um sonoro "SAI DA FRENTE, FILHO DA PUTA" dito pelo auto-falante dos carros. Desrespeito total. Quem pode apoiar essa gente?
Infelizmente, mesmo cheio de boas intenções, o entendimento do douto magistrado só traz duas conseguencias, faz com que empregadores busquem o serviço "clandestino" de policias, já que não terão que arcar com os direitos trabalhistas e aumenta esse mercado informal, já os empregadores vão abrir mais "vagas" para policiais. Tendo em vista que o salário dos policiais não vai mudar por causa disso O outro discurso, de que policiais insatisfeitos deveriam entregar a farda, é incoerente, pois se cem saissem,os cem que entrassem, depois de um ano, estariam na mesma situação dos que saíram.
Major Pontes, o sr. sabe muito bem que a adjetivação que o sr. ( bem)usou em relação à imprensa não cabe, sem ou com aspas, na empodrecida corporação que é a PMPA.
18 comentários:
Meu caro Juvêncio.
Por essas e por outras é que mudei meu entendimento que adotava sempre nas reclamações trabalhistas em que policiais militares requeriam o reconhecimento de contrato de emprego com particulares (geralmente supermercados, transportadoras, farmácias e açougues).
Por muito tempo, como muitos magistrados do trabalho, decidia com base nos fatos (princípio da primazia da realidade) e reconhecia todos os direitos desses policiais que faziam "bicos" como "seguranças" (ocupando o lugar de vigilantes empregados regularmente, é bem verdade).
Conhecendo mais e melhor o que pouco a pouco passou a acontecer, isto é, uma subinstitucionalização da atividade de segurança privada por policiais militares - não raras vezes arregimentados por superiores, inclusive oficiais (é comum isso ocorrer, conforme confissão dos próprios reclamantes nos autos dos processos trabalhistas) - rendi-me a evidência que o fato não poderia sobrepor-se à legalidade (o policial militar deve ter dedicação exclusiva e não pode prestar segurança para dois senhores, um público e outro privado). Mudei de entendimento e passei a decidir que o interesse público deveria prevalecer sobre o individual e particular, sem prejuízo do princípio da primazia da realidade (não é possível revogar o fato). Passei a declarar existente o contrato de emprego (fato), mas decretando sua nulidade, para que nenhum efeito surtisse (exceto os tributários, pela incidência do princípio do "non olet", com o perdão pelo latinório).
Fatos como este que agora noticias fortalecem meu atual entendimento.
E me fazem ter a certeza de que está em curso um jogo de quebra-cabeças - um "puzzle", como se diz na academia - em que as piores partes da nossa sociedade vão se encaixando, ocupando e paulatinamente dominando espaços que deveriam ser da institucionalidade e da banda limpa da sociedade. O que antes foi uma ilha de malfeitoria, tornou-se um arquipélago e logo logo vai ser um continente.
Se o Estado não coibir, inclusive internamente, esse avanço da banda ruim, logo logo ele estará dominado por ela.
Sua informação adicional - em relação ao que foi publicado nos jornais - deixa para nós, cidadãos, uma impressão (também ruim) de que a instituição (PM, no caso), se move sim, mas na direção oposta à esperada (no caso para esconder o fato de que o motorista do Comandante da PM faz bico como jagunço urbano).
E pensar que tudo começou com a tolerância dos superiores aos "bicos" feitos por policiais militares, até incentivados como forma de suplementar o soldo...
Obrigao pelo fundado comentário, carísimo Açencar. É por isso - ninguém duvida mais - que o crime organizado, em várias modalidades, avança célere no estado, a despeito da boas ações e intenções de poucos.
Manoel Santino deixa seu nome inscrito nesta absurda história de "bicos", formalizada no governo Jatene, que não realizou um concurso sequer para a área da segurança, que agora expõem seus intestinos podres.
No Pará, a milícia é a própria PM!
Juvêncio com todo respeito e admiração, que tenho por vc..mais ja pensou se todo pai de fsamilia mal remunerado tivesse que fazer um bico assassinando pessoas, q seria deste país....acho que procurar culpados não e a solução...mais o governo preparar melhor seus policiais ja seria um começo....
Com todo o respeito que tenho por vc, mas já pensou se todo mundo não encontrasse os culpados?
Boa noite, querido Juca:
permita-me um comentário longo, porque vou contar uma história (não é estória..rsrsrs...)
Mau pai foi subcomandante da então Guarda Civil de São Paulo, extinta em 1969, acho eu, por ato da ditadura (foi um Decreto-lei federal que unifcou as polícias de São paulo) já que junto com a chamada Força Pública, passou a compo a Polícia Militar do estado.
A Guarda Civil, da qual meu pai orgulhava-se, embora internamente combatesse vícios e desvios que depois se tornariam padrão em quase toda a corporação policial militar - naquela época o maior problema era uma relativa permissividade com os bicheiros..rsrsrs...mas que ainda assim custou ao meu pai um copo de "rabo de galo", numa folga, missturado a pólvora em pó - era uma polícia de "elite", no sentido que a ela cabia a orientação e a proteção do cidadão e da cidade. O "trabalho" sujo cabia à Força Pública, que era o batalhão de choque, com atribuições definidas e que não tropeçavam com as da Guarda.
Meu pai morreu em 1967, quando a dicussão da unificação corria solta. Lembro-me que sofreu muito com isso, pois tinha a convicção que a transformação dessas políciais conformaria um Frankestein moldado no que de pior têm o exército. E ele tinha toda razão.
As polícias militares até hoje não sabem o que são. Erráticas, fruto da necesidade dos ditadores terem sob seu controle as forças estaduais, são o arremedo do criador contra as criaturas, nós, os cidadãos, culpados por principio.
Entendo que essa terrível origem responde mais pelo desacato a todas as conquistas republicanas do que a conivência, a omissão ou a leniência dos comandos, que não nego que existem, pois só a sua exist~encia justifica o fortalecimento da banda podre ao longo do tempo.
Resta agora saber se o Comandante vai dize que não sabia das atividades do seu subordinado e servidor direto. Daí vai ser um belo rombo na sua autoridade, centrada na hierarquia.
Beijão, querido.
O Comandante está em São Paulo,tratamento de uma grave enfermiade Bia.
Pode ter certeza que vai dizer que não sabia, o que pode muito bem ser verdade.
Aguardemos.
A Polícia Civil, na gestão de Geraldo Araújo, começou a prender os assassinos fardados. Ele teria feito questão de prender aquele major emvolvido no esquadrão da morte de Icoaraci nas dependências da PC, onde estava deslocado.
Boas lembranças de seu pai.
Bjão, QUERIDONA!...rs
Obrigada, querido pela informação.
Desculpo-me com o Comandante pela ironia do meu comentário anterior e desejo que se restabeleça bem e brevemente.
Beijão, querido.
Chame o ladrão, chame o ladrão...
É por essa e por outra que peomotor público nao deveria assumir cargos públicos
Digo: cargo político
Vamos prender aqueles que sonegam imposto de renda !
Poisa não ?
Certamente estes policiais não ganham menos que os infermeiros de hospitais e estes trabalham. Todos temos o direito de procurarmos novos empregos quando não estamos ganhando pouco, o que falta para estes policiais procurarem as suas melhoras. Atualmente ser policial é obter licença para matar.
Ao que parece, a Lei existe apenas para punir ao cidadão de bem.
Ninguém sabe de que lado o Estado está. Aliás, ninguém sabe se o Estado existe.
O mal exemplo vem de cima para baixo. Quem de dentro do sistema vai colocar o chocalho no gato?
Promotores, juizes e chefes de polícia tinham que ser eleitos pela comunidade em que eles também residissem.
Enquanto seus cargos forem políticos e de apadrinhamentos, jamais cumprirão suas funções. E são bem pagos.
E antes que alguém saia em defesa, dizendo que são concursados, peço que por favor, me contem outra.
E já começa a operação "abafa" dentro da PM, novidade... tudo se esconde por lá!
E o escandalo do Coronel Artur e da capitã Vanessa? E o escandalo do CESO?
Este assassinato, infelizmente, é mais um diante de diversas ações ilegais e abusivas que a PM vem cometendo ao longo de diversos anos e ai de alguém que se meta com a PM por que leva "chumbo grosso".
Enquanto isso, alguns coronéis só tomam seu uisquezinho, se lixando pro povo - só querem saber de levar o seu... preocupados com possíveis reduções de suas aposentadorias!
As viaturas da PM, especialmente do CHOQUE, quando em trânsito pelas ruas de Belém ameaçam os motoristas com um sonoro "SAI DA FRENTE, FILHO DA PUTA" dito pelo auto-falante dos carros.
Desrespeito total.
Quem pode apoiar essa gente?
Infelizmente, mesmo cheio de boas intenções, o entendimento do douto magistrado só traz duas conseguencias, faz com que empregadores busquem o serviço "clandestino" de policias, já que não terão que arcar com os direitos trabalhistas e aumenta esse mercado informal, já os empregadores vão abrir mais "vagas" para policiais. Tendo em vista que o salário dos policiais não vai mudar por causa disso
O outro discurso, de que policiais insatisfeitos deveriam entregar a farda, é incoerente, pois se cem saissem,os cem que entrassem, depois de um ano, estariam na mesma situação dos que saíram.
Mesmo a notícia sendo veiculada pela "santa" imprenssa do estado, por essa e por outras, é melhor esperar pra ver quem tem razão.
Major Pontes, o sr. sabe muito bem que a adjetivação que o sr. ( bem)usou em relação à imprensa não cabe, sem ou com aspas, na empodrecida corporação que é a PMPA.
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