Por e.mail, o blog recebe uma crítica, a propósito do affair do blog da Petrobrás. É de um jornalista carioca, amigo do poster, e gente mui buena.
Deixe-me discordar levemente de você sobre a história do blog da Petrobrás.
É certo que a empresa tem o direito de publicar, na íntegra, sua versão sobre o que sai na imprensa. E internet serve pra isso mesmo. Ponto pacífico.
Mas, ao menos pra mim, a maior questão é a divulgação das perguntas. É sim vazamento! Não necessariamente para o público, mas para a concorrência.
Digamos que eu tenha um baita furo em mãos. O meu colega do Estadão ou da Folha lê o blog e obtém as mesmas informações. Corre atrás, e, pluf, todo o meu trabalho foi pelos ares devido à ação da assessoria.
Quero dizer: por que não publicar as perguntas depois da matéria? Que diferença faz?
O nome disso é sabotagem. Considero antiético.
Me parece um bocado ingênuo, ridículo até, que, em nome da justa crítica à grande imprensa, a Petrobrás seja colocada como uma defensora da transparência.
Ela é esperta, mas NUNCA uma defensora da transparência. O que existe aqui é um jogo de interesses gigantescos.
Acho que resolvi te escrever porque, mesmo não cobrindo a Petrobrás, fiquei solidariamente revoltado com essa história.
17 comentários:
Acho que se houver um furo, provavelmente há mais informações do que será divulgado pelo blog da Petrobrás. Se há esse algo mais então a concorrência não conseguirá passar na frente. Ou então é um furo muito furado.
Ele tem razão. Mas, ao que parece, a origem está na falta de um orgão que regule a cadeia produtiva da informação. Como também às autoridades falta treinamento para lidar com a imprensa.
Tal necessidade è exemplarmente demonstrada no caso da tragédia do vôo da Airfrance na figura do tenente-coronel da Aeronáutica: responde as perguntas com o profissionalismo e a ética que o assunto exige, sabendo claramente estabelecer limites com a autoridade que ele constrói sob a patente militar. Coisa que falta, por exemplo, em outras autoridades mais voltadas para o sensacionalismo e a ribalta...
Abs, cumpadi.
a propósito de anônimos (não este seu amigo, os outros esquisitos que comentam em blogs por aí), veja essa do Nassif http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/06/08/a-turma-do-anonimato/
Juvencio, Mano Velho, se o tema é transparência, então não entendo a reclamação dos jornalistas.
Esse argumento de "vazamento pra concorrência" seria o único plausível, mas mesmo esse não cola: sem dispor de todas as informações que o colega tem, quem ler as perguntas no blog não faz uma matéria completa.
A matéria d'O Globo sobre biodiesel mostra bem isso. Do teor das perguntas e repostas postadas no blog da empresa, não dá pra inferir a mesma quantidade de informações publicadas depois na reportagem. Com muitas afirmações, aliás, desmentidas pela Petrobrás, e que não haviam sido submetidas antes à Petrobrás.
O único argumento plausível, portanto, é falacioso.
A raiva dos jornalistas é porquê a atitude da empresa os põe a nú. Ponto.
Como qualquer categoria profissional, eles revoltam-se quando suas mazelas são exibidas.
Não tem como manipular informações. E é isso que os revolta.
Observe que a Petrobrás tomou essa iniciativa depois de colocar no blog várias respostas a afirmações inverídicas e distorcidas dos jornais - e nós sabemos que eventuais refutações e pedidos de correção de informações ou são publicados, ou então são publicados num rodapé, ao contrário das páginas de destaque das manchetes mentirosas...
Os jornalistas, portanto, devem arrumar outro argumento - ou aprender a trabalhar sem distorcer, descontextualizar, omitir e errar na transcrição (para usar os eufemismos de Carlos Castilho...).
Juca, o blog Fatos e Dados, da Petrobrás incomoda muita gente. 25 mil acessos, em 12 horas, incomoda muito mais...
Bom dia, Juca querido:
nada a ver com o texto do post.Mas é que desde que o Sergio Gabrielli foi indicado Presidente da Petrobrás, eu tento compreender com que curriculum ele foi parar lá. Sérgio é professor universitário e era técnico do DIEESE( PED/Salvador).
Eu até me animei em pedir um cargo na Itaipú, pois eu fui técnica do DIEESE na PED/Belém...rsrsrs... mas lembrei que não tenho a mesma dedicação do companheiro. Na época da PED, Sérgio já tinha compromissos partidários e nos períodos de eleição, a PED sofria pequenos "soluços" e deixava de ser processada porque como o computador era "dele", atendia as "suas" prioridades, que eram os dados eleitorais.
Bem feito pra mim que perdi a chance de ir pra Itaipú!
Beijão.
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Caro Itajaí, cuidado! Você falou em algo pior do que a morte sob tortura para os jornalistas: regular a produção da informação. Se algum deles ler seu comentário, você será irreversivelmente tachado de censor!
Falando mais a sério: o modelo que a Petrobrás está usando no blog é manjado no exterior. As grandes empresas já fazem isso há muito tempo. O problema aqui é outro: os jornalistas querem misturar informação com opinião, reportagem com editorial, querem escrever o que bem entendem e não aceitam oposição - nem dos atingidos. O que eles querem aqui não existe em lugar nenhum do mundo.
Se você fala algo negativo de uma pessoa, é natural que ela reaja. E a imprensa aqui quer fustigar a todos, usando de expedientes condenáveis (como a Veja no caso dos dólares cubanos, publicando algo que ela admite não ter apurado, ou o G1 dizendo que Lula viajou sabendo da queda do avião da Air France, quando o avião dele decolou três horas antes do voo fatídico...), e querem que todos fiquem calados. E ainda agradeçam por levar bordoada no lombo...
Grande Mestre dos Blogs, seu amigo carioca nao tem razao, em meu ponto de vista. Se ele tem um ''furo'' que divulgue logo. E se a empresa que ele trabalha nao divulgar esse ''furo'' ? aqui jah vimos isso, em um outro blog que um jornal nao divulgou a materia e a ''perereca'', digo, a jornalista correu e divulgou em seu blog. Eu concordo com a PETROBRAS e com o Nasif tambem. Viva o Blog !!! 1 abraço do Mediador de Emoção,
Considero os argumentos do Prof. ALAN corretíssimos!
Sinceramente, considero muito barulho por nada.
Aliás, fica dificil de entender algumas respostas sem sequer analisar as perguntas realizadas!
LOUIS P. D. L.
É que a imprensa nacional não tem mais moral como antigamente. Esse negócio de furo é papo furado pra querer boicotar a iniciativa da Petrobrás. Nem existe mais esse négócio de furo, porque os repórteres publicam tudo igual, todo tempo.
Na verdade, esses jornalistas de São Paulo e do Rio de Janeiro se acham os ícones da profissão e querem todos os tipos de privilégios, inclusive acham que podem mandar na Petrobrás.
A grande imprensa também está podre. Esta é a verdade.
Em um país democrático, todos têm direito à informação. A Petrobrás pode sim publicar as perguntas dos repórteres e as respostas de seus diretores porque são de interesse público. Não existe essa história de que há questões confidenciais dos jornalistas que não podem ser publicadas.
Acho que a grande imprensa está querendo censurar a Petrobrás, o que é uma ironia, da parte de quem diz lutar pela liberdade de imprensa. Essa liberdade é para todos, não apenas para donos de jornais ou de grupos de comunicação.
Vi ontem no Roda Viva da Cultura os jornalistas quase mordendo o presidente da Petrobrás, querendo porque querendo CENSURAR o direito da empresa em colocar suas informações em seu blog.
Jornalistas são assim: adoram gritar contra censores, mas eles mesmos são os maiores censores que há, porque cortam o que não lhes interessa e só publicam o que querem. Por que a Petrobras não pode colocar suas informações no território livre da Internet? É porque querem PRIMEIRO, eles, jornalistas, dar sua versão distorcida e quando a empresa recorrer, ou não dão bola ou colocam num canto escondido do jornal.
A fonte da informação tem o direito de transmiti-la a quem bem entender. Seja ou não interpelada. Ou não?
Em Belém acontece assim: você tem uma idéia de pauta, começa a apurar ai em algum momento liga para o assessor que trabalha num jornal concorrente ou tem mais simpatia por outro jornalista e ele simplesmente passa a pauta, furando quem teve a idéia. Já teve caso também de assessor que convocou coletiva e não chamou quem tinha pedido a informação. Código de ética já para assessorias de imprensa !!!!!!!!!!
Por falar em Código de Ética dos Jornalistas, são poucos os que o conhecem, inclusive o anônimo das 1:18, que já faltou com a ética quando generalizou a acusação. E os atropelou (o Código e a ética) quando discriminou os assessores de imprensa. E mostrou ser um foca ao dar a informação exclusiva para outra pessoa.
Acorda ô! Se você trabalha para algum órgão de comunicação em Belém, leve o Código de Ética dos Jornalistas e pregue na porta da redação. Mas também procure o Sindicato imediatamente no caso de algum chefe não gostar e meter o pé na sua retaguarda.
Correta a Petrobrás. A ABI já se pronunciou não vendo nenhum problema com a postura da empresa. A Globo é que está enchendo o saco. O que é ruim à Globo é bom para o Brasil. Aliás, juva, sabe o que significa um jornalista e um advogado se afogando no rio? O começo de uma boa história... (não me condenem, só reproduzi a piada do "Filadélfia", rs).
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