Chamada Geraldo

No blog da Franssinete Florenzano.

Para desespero da população do oeste do Pará, o Hospital Regional de Santarém continua operando como se fosse um ambulatório. A Sespa descumpriu o cronograma de funcionamento apresentado ao Ministério Público do Estado e o Hospital, na prática, não passa de um ambulatório.
Pelo acordo firmado com o MPE, até o fim de setembro começaria o atendimento na área de fisioterapia. Até o final de outubro, o hospital deveria realizar procedimentos cirúrgicos eletivos, em especialidades previamente agendadas.
Nada disso aconteceu.
Já se sabe que o hospital não funcionará totalmente até dezembro. Faltam ainda, serviços de hemodiálise, UTI, unidade materno-infantil, como referência a gestação de alto-risco, e atividades de oncologia.
O cronograma foi apresentado para o 1º Promotor de Justiça Civil de Santarém, Túlio Chaves Novaes, que não atua mais no município e o MPE até agora não se manifestou. Enquanto isso, quem sofre de doenças complexas morre. O Dr. Geraldo Mendonça Rocha, que tem raízes santarenas, é a esperança da nossa gente.

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O Procurador Geral de Justiça Geraldo Rocha é um paciente renal. Deve saber, portanto, aonde o calo aperta. Eu não sou, mas conheço de perto o problema. Carreguei minha mãe inúmeras vezes, ainda de madrugada, para chegar antes das seis da manhã no hospital, e dializar por longas 12 horas.
Morreu com um aparelho em casa, funcionando 24 horas. Era considerada a mais bem tratada renal crônica do estado do Ceará, onde faleceu depois de dois anos e meio de muita luta dos tres filhos.
Fomos à garra para mantê-la viva o maior tempo possível. Sem problemas, foi uma opção cumprida com determinação, orgulho e carinho.
Mas havia hospital, havia serviço disponível.
Santarém é uma cidade de 300.000 habitantes, e está sendo sistematicamente enganada de maneira solerte, abusiva, criminosa, na questão do Hospital Regional.
Primeiro pela quadrilha que se instalou na Sespa no início da gestão atual. Defenestrada a gang - já tem processo aberto contra ela, dr. Geraldo? - acertou-se um termo de compromisso com o MPE, anunciado entre lágrimas da governadora, da prefeita santarena e do secretário de Sáude. Choravam a má sorte,decerto.
Mais uma vez, passaram a perna na população do oeste do Pará. O cronograma não está sendo cumprido.
E o MPE não está cobrando, não está fazendo o seu papel. Pelo acúmulo histórico de ausências como essa expõe-se a vexames como o de ontem, quando nenhum jornal se dignou a noticiar uma ação do MP contra a maior cooperativa médica do estado.
Quer o dr. Geraldo maior evidência do descrédito a que chegou o órgão que dirige?
Com todo o respeito, o denôdo a que se entregou na campanha para chegar ao posto pela terceira vez - foi até acusado de tentativa de agressão pela procuradora Esther Outeiro, sua adversária no pleito - não parece continuar no mandato.


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A reunião do Conselho do MPE ontem não ouviu o procurador Manoel Santino, acusado de iregularidades mil em sua desastrosa passagem pela secretaria de Defesa Social no governo anterior. Preferiu debruçar-se sobre as promoções no parquet.