O repórter Mano Flores, falecido no sábado, 17, foi protagonista de histórias engraçadíssimas da imprensa paroara. Mano também foi radialista, onde também aprontou várias.
Como no dia em que foi cobrir uma cerimônia militar, no início da ditadura, e entrou no ar diretamente do Círculo Militar.
Mano disse algo assim:" neste momento estamos assistindo ao elegante jantar aqui na sede do tradicional clube das forças armadas. No salão principal estão comendo a mulher do governador Jarbas Passarinho, a mulher do prefeito Alacid Nunes, a mulher do general Mamede..." até que cortaram a transmissão do evento.
17 comentários:
Há uma homenagem ao Mano Flores no blog do AK, Juca. Reproduzi-o no Flanar. A história é duca.
Abs.
Eu li, Francisco...rs
E ouvi mais uma seis ontem a noite, cada uma melhor que a outra.
Abs
Ah, divulga aí! Faz uma série!
Abs.
Vou soltar uma de vez em quando.
Juvêncio o francisco tem toda razão, faz um livro parceiro vai estourar
Lí essa e a do blog do Afonso , du caraio.Tem mais é que juntar um tanto.
Abs
Tadeu
rrs...abração Tadeu.
Mano Flores deixou mais amigos que anedotas. Quando passei pelo rádio, onde comecei minha vida profissional, tive no Dalvino Flores um velho camarada, nos primórdios da Cultura.
Humilde, prestativo, brincalhão, o mano que se foi sábado tinha paixão pelo rádio, embora por algum tempo tempo atuado em jornais com sua tradicional desenvoltura para aliar notícia a bons negócios, para ele, é claro. Era um inocente, por assim dizer. Não tinha maldade. Era esperto, tipo daquele que pratica pecados veniais.
Uma de suas pérolas, deixo-a aqui para posteridade, pois ele mesmo me contou quando fomos cobrir um círio em Soure, no início da década de 80.
Havia várias semanas que Mano Flores tentava, sem sucesso, emplacar uma matéria favorável a um supermercado da época, que acabara de abrir uma filial no bairro do Guamá, na década de 70.
Depois de redigir dezenas de vezes chamando para o lead a inauguração do supermecado, - o primeiro naquele bairro, como ele mesmo ressaltava-, o mano resolveu mudar de tática e começar seu texto relatando a precariedade da feira daquele bairro, o abuso de preços cometido por comerciantes inescrupulosos que roubavam os clientes utilizando balanças desniveladas, etc.
Mano encheu, como se dizia nas redações, duas laudas de lamúrias dos consumidores do Guamá. O redator, apressadamente, deixou passar a matéria, sem atentar o bote que constava no último parágrago do texto, que dizia mais ou menos assim:
....
Mas para acabar com toda essa espoliação e carestia, os consumidores do Guamá contam, agora, com o Supermercado Metralhadora, onde o guamaense encontra gêneros alimentícios aos menores preços, verduras fresquinhas, materiais de limpeza e, até, um açougue para vender carne verde pesada em balança aferida pelo Instituto de Pesos e Medidas.
Descansa em paz, mano Flores.
Miguel Oliveira
rsrs...olá, Miguel.
Essa foi uma das estórias que ouvi ontem...eheh
Abs e obrigado pela colaboração ao "livro" do Dalvino.
ak diz:
Um dia, o Mano Flores chegou comigo, revoltadíssimo, eu tinha 23 anos, pouco dias depois de substituitir o Aldo Almeida na Sub-secretaria de redação do Liberal, que foi ser chefe da Casa Civil do governador Alacid Nunes, e me disse:
- "por que cortaste minha nota sobre o açougue tal ?
- eu disse: Flores, isso é um chen".
- ele me disse : "minha nota tem um por dez e o dono do jornal faz chen com o jornal inteiro".
- eu disse: publica a nota do Flores em um por vinte.
ahahaha...vai pro livrinho, Ak.
Bjs
Jucaríssimo, para não dizer que não falei do Flores (Mano), vai essa que eu não contei ontem:
Chega uma turma de estudantes no jornal O Liberal, que àquela época era na Gaspar Viana. Romulo Maiorana convoca Mano Flores para acompanhar a professora e seus alunos na visita à redação.
Dalvino Flores mostra tudo.
Um aluno mais curioso pergunta, diante de uma máquina pequena, da revisão:
- Que máquina é essa?
Flores nem pensa duas vezes: Essa, meu filho, é a famosa máquina off set.
Minutos depois, já na gráfica, um outro aluno pergunta:
- E que máquina grande é essa, apontando para a rotativa do jornal.
Flores sentencia, de primeira:
- Meu filho, essa é a famossíssima off 8!!!!
Fecha o pano.
Descansa em paz, mano Dalvino!!!
Grande abraço.
Ronaldo Brasiliense
Olha só. Mais uma!...rs
Obrigado Brazuka!
Egua
Tem a história do Papa, que tb é muito engraçada. Neste momento o Batmóvel que conduz o papa esta aqui na almirante barroso onde dezenas de pessoas são abençoadas pelo Papa João Paulo 2º.
Muito já se falou sobre o Mano Flores. Diria mais: foi um repórter que deixou seu nome registrado na imprensa paraense. Não só pelas muitas histórias, algumas já registradas aqui, mas também pela relação que construía no ambiente de trabalho. Nem quando a gente queria, não conseguia brigar ou ficar com raiva do Mano. Ele era, simplesmente, internacional. Um coringa, que cobria qualquer pauta, sempre garantindo a produção sagrada e necesssária para alegria e tranquilidade de qualquer chefe de reportagem.
Para não figir a regra, vou eu, aqui, contar mais um dos seus "causos":
O Romulo Maiorana, o pai, gostava de dar umas incertas na redação. E todos já sabiam que o "italiano" ficava aborrecido quando encontrava alguém sentado ou com os pés sobre as mesas.
Certo dia, início da tarde, o RM sai do elevador, que ficava no fundo da redação de O Liberal, ainda na Gaspar Viana, e deparou-se com o Mano Flores literalmente pegando um cochilo, daqueles tradicional pós almoço, com o rosto sobre a mesa de trabalho.
RM não contou conversa: deu um tapa mesa, que foi um estrondo só ecoando em toda a redação, e sapecou com seu vozeirão para todos ouvirem: "tá dormindo Dalvino Flores". Levantando a cabeça ainda assustado, Flores não titubeou: "não, Seu Romulo, estava aqui a refletir sobre o seu velho e bom pai Francisco Maiorana.Quanta falta faz esse santo homem", apontando e olhando carinhosamente para a foto do pai do RM afixada bem no meio da redação. Romulo continuou sua caminhada, sem antes resmungar, mas já rindo: "é Mano Flores, ninguém te aguenta."
Na verdade, todos nós queriamos "aguentar" , por muito mais tempo,Dalvino Mano Flores. Saudades.
Orly Bezerra
rsrs...mais uma parada ótima para o livrinho.
Obrigado Orly.
Convivi pouco com o "Mano". O encontrava algumas vezes, coincidentemente, cobrindo o mesmo fato ou em coletivas.
Numa delas, Jáder Barbalho, então ministro da Reforma Agrária ou algo parecido, daria uma coletiva. Hora marcada, todos lá, Jáder falou, foi questionado e encerrou. Com o pano quase fechando, chega Mano Flores, esbaforido, suado e mandando forte, na direção de Jáder, quebrando todos os decoros:
- Mano ministro, mano ministro... Cheguei atrasado. A komby quebrou. Dá pra repetir?
Juro que consegui ver o esboço de um sorriso no rosto do sempre carrancudo Jáder Barbalho.
Não era pra menos.
Tá chovendo em Belém? Se estiver, deve ser Deus, chorando de tanto rir do Mano Flores.
Vá em paz!
Abração, D. Juca.
Pascoal Gemaque
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