O blog recebe o Boletim Estratégia e Análise de Conjuntura, do cientista político gaúcho Bruno de Lima Rocha, articulista do blog do Noblat.
Da última edição, que chegou ao e. mail do poster nas primeiras horas desta madrugada, destaco para os leitores do Quinta uma abordagem conceitual do escândalo que varreu o Detran daquele estado, nesta semana, na esteira da Operação Rodin, deflagrada pela Polícia Federal.
Trago para o Quinta pela semelhança que guarda, na matriz do cometimento dos crimes, com os recentes escândalos da Sespa, aqui no nosso Pará velho.
A única diferença é que aqui ninguém foi preso, ainda.
A prisão de mandatários do Detran e da CEEE, pessoas de primeiro escalão na alta sociedade gaúcha, implica no mínimo uma cumplicidade entre representantes e indicados. Não vou aqui repetir e fazer recorte e cola nos nomes dos presos na Operação Rodin. Isto é público, notório e repetitivo. O problema é interpretativo.
Precarização do serviço público, terceirização de funções de Estado tem o selo de “modernidade”. Nada disso é apenas a balcanização do estado do Rio Grande entre os de sempre. Vejamos a cadeia lógica:
Cota do partido X na gestão da máquina – cota essa sob a responsabilidade do político Y – indicados W e Z operando o esquema – gestão colegiada de fundos de caixa 2, tanto para enriquecimento pessoal como para fundos de campanha – garante-se o status e a perpetuação em fatias de poder.
Feita a operação, o problema fica estancado em W e Z. Com ampla defesa, as chances de escaparem são altas. Caso o esquema venha a fundir, o crime de colarinho branco migra. Empresas terceirizadas, contratos não licitados, superfaturamento de serviços, publicidade destes mesmos serviços. Basta seguir a cadeia de comando, titularidade e fluxo financeiro todos serão pegos.
Fica a dúvida: Até onde os poderes de ato do Rio Grande vão chafurdar? Quanto mais fundo se cava, mais alto se atinge!
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