6.11.07

Questão de Estado

Do deputado estadual João Salame (PPS), comentando o post Cúpula Ausente Irrita Parlamentares, de ontem.

Não era deputado no governo tucano e, na condição de jornalista, sempre bati nesse tema da segurança. Tive a oportunidade de dizer isso ao próprio governador Jatene. Fui criticado por alguns assessores do governador da época por bater com tanta veemência no tema.
Por isso me sinto em condições de continuar a pregação. O problema da violência virou uma questão de Estado e não mais de governo, pra usar um bordão meio demagógico já em voga no meio político. Então tá na hora de sair do discurso e ir para a prática.
Disse na sessão de ontem que o ítem segurança era uma tragédia no governo Simão Jatene. Disse e repito. E que está se agravando no atual governo.
A ausência das autoridades da cúpula da segurança do Estado na sessão foi lamentável, sob todos os aspectos.
Vamos votar o Orçamento do Estado para o ano que vem nos próximos dias. Tá na hora de garantir recursos para os programas sociais, de geração de emprego e renda e, de reforço à segurança pública. O resto é discurso.

3 comentários:

Ademir Braz disse...

Meu professor:
Deixe-me concordar com nosso João Salame. Como diria o chico, "a coisa aqui tá preta". Todo final de semana são de 9 a 14 corpos no IML. oriundos daqui mesmo, do Peba, de Itupiranga, das cidades próximas. Causa mortis: tiros, facadas; atropelamentos. Clientela entre 16 e 45 anos. Estão podando a força de trabalho sem trabalho. Crimes insolúveis. Ninguém sabe, ninguém viu. Quando alguém é preso, raramente, descobre-se que é adolescente ou quase isso. Retornamos aos tempos áureos de Serra Pelada, quando recolhia-se, nas manhãs de segunda-feira, de seis a outros corpos na cidade. Todos baleados. Pistoleiros não nos faltavam: Sebastião da Terezona, Olavo, Pássaro Preto, Presa de Ouro... Boa parte repatriada para aqueles lados de lá da linha do horizonte. Os mandantes, claro, talvez em menor quantidade - mas nenhum responsabilizado.
Com ajuda da Polícia Federal, prendeu-se há pouco tempo, um grupo de extermínio (que também traficava drogas) integrado em grande parte por policiais militares. Houve uma espécie de trégua. Aparente. Voltamos às execuções sumárias. Em toda parte. Como diz a imprensa, numa espécie de justificação, todos "com passagem na polícia". Será esta a senha para o trucidamento? E quantas pessoas foram executadas, violentadas, saqueadas, humilhadas, roubadas por esses cadáveres que inundam as ruas e rotas e páginas de jornais?
Pudesse, compraria um pistola com boa capacidade de munição. Apenas por segurança. Se o Estado é ausente, eu que cuide de mim.
Seu aluno e amigo,
Ademir Braz

Val-André Mutran  disse...

Mais claro impossível.
Agora, a descortezia com a Casa são outros quinhentos.

Anônimo disse...

Só Segurança? E Ciência e Tecnologia? Se o primeiro ítem foi uma tragédia, o segundo foi um descalabro do Governo Jatene, o dissimulado.