5.11.07

STF Pode Julgar Cunha Lima

No blog do Noblat, pautado no Quinta por Francisco Rocha Jr.

Algo sem precedente ocorreu há pouco durante sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo contra o ex-deputado federal do PSDB da Paraíba Ronaldo Cunha Lima, acusado de ter tentado matar com três tiros o ex-governador do seu Estado Tarcísio Briti em 1993, resolveu levar o caso a julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal. Cunha Lima renunciou ao mandato na semana passada para forçar o retorno do processo à Justiça comum.
Provocados por Barbosa, os demais ministros do STF começaram, hoje, a discutir se a renúncia anunciada às vésperas do julgamento marcado para ocorrer esta semana de fato produz o efeito de impedi-lo. Barbosa acha que não impede. Mais três ministros deram seus votos favoráveis à posição de Barbosa - Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto e Eros Grau. A ministra Carmen Lúcia pediu vista do processo e prometeu revelar como vota na próxima semana.
São 11 os ministros do STF. Se seis deles concordarem que Cunha Lima deve ser julgado, ele será.
Barbosa considerou "um escárnio" a atitude de Cunha Lima em renunciar ao mandato para escapar do julgamento pelo STF. Cunha Lima passou os últimos 14 anos usando toda a sorte de expediente para retardar seu julgamento. Como governador na época em que disparou em Buriti e, depois, como senador e deputado, teve direito a foro privilegiado.
Ao renunciar ao mandato, perdeu o foro. Com 71 anos de idade, imagina que seu processo se arrastará na Justiça comum ainda por muitos anos. No que depender de um grupo de ministros do STF, não será assim.
Cunha Lima atirou em Buriti dentro de um restaurante em João Pessoa. Desculpou-se depois alegando que reagira a críticas que Buriti fizera ao seu filho Cássio Cunha Lima - na época, superintendente da Sudene, hoje, governador da Paraíba


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Com ou sem mandato, avolumam-se as evidências que o STF pode começar a varrer da vida pública os mais eminentes marginais da política brasileira, e enfiá-los no fundo de uma cela.
Cunha Lima poderá formar a fila do bandejão da penitenciária de Bayeux, nos arredores de João Pessoa.
Aqui no Pará, uma fila espera pela convocação.
E as atitudes do ministro Joaquim Barbosa contrastam cada vez mais fortemente com as do ministro Marco Aurélio Mello.

10 comentários:

Unknown disse...

Juca,

Belisca, belisca...

Em tempo, agora todos os deputados acreanos tem blog. Sentiram o peso dos blogs locais e correram para aprender a nova ferramenta. Tomara que os paraenses aprendem logo.

Abração!

Marky

De casa nova:
http://markybrito.wordpress.com/

Unknown disse...

Olá, caríssimo. Já fui olhar a casa nova, coisa de umas duas horas, depois de passar na Alê.
Vou modificar o link.
Tb já tenho um registro no wordpress, mas ainda não tive tempo nem suporte técnico para fazer a mudança.
Vamos aguardar os blogs dos deputados paroaras, se bem que o estadual peemdebista Parsifal Pontes já está a bastante tempo na blogosfera (link no roll do Quinta).
E vamos beliscar sempre essa galera...rsrs
Abs Marky.

Anônimo disse...

Seria um escárnio. Para azar do Ronaldo Cunha Lima ele não é banqueiro, se o fosse, com certeza poderia contar com o apoio do Ministro Marco Aurélio.

Ronaldo Cunha Lima e seu Filho, Cássio Cunha Lima, ambos filiados ao PSDB, são uma vergonha para Campina Grande, para a Paraíba e para o Brasil.

Ademir Braz disse...

Professor:
Acaso essa fila do bandejão da nossa penitenciária abrigaria algumas colaborações do sul do Para?
Fiquei receoso com a possibilidade de que este fato volte a nos devolver, provisoriamente, alguma esperança sobre isso.

Unknown disse...

Estimado poeta, seus receios são tão fundados que justificariam uma penitenciária na região, ou um pavilhão na da capital, tal o sortimento de malandros, com extenso prontuário, que pululam no sul/sudeste paroara.
Provisoriamente também alimento esperanças.
Sonho até em visitá-los, esfregando meus cansados olhos, se me permite declinar um recôndito desejo.

Anônimo disse...

Joaquim Barbosa para rei do Brasil, já.
Viva El Rei Dom Joaquim I, defensor perpetuo do povo brasileiro.

Anônimo disse...

Bem que esse Joaquim podia acertar um outro Joaquim, que vive dando trança-perna na Justiça paraense. O federal lá de Santarém (Joaquim de Lira Maia), dá o traço como ninguém e vai escapando da Justiça, lépido e fagueiro, de olho na governança do futuro estado do Tapajós (já que Maria e os outros fazem ainda mais m...)

Max Overseas

Anônimo disse...

é louvavel a atitude deste jurista,com um pouco de sorte assassinos de sem terra e outros bandidos que por aqui vivem deveriam ser banidos da política paraense.

Anônimo disse...

Juvêncio,
Nos anos 90 Ronaldo Cunha Lima jamais temeu ser julgado na Paraíba, sobretudo por Tribunal do Júri Popular, porque ele sabia que em qualquer cidade seria absolvido, provavelmente por 7 a 0. Isso aconteceria naquela época, quando eu vi muitas manifestões de protesto por Cunha Linha não ter - pasme! - conseguido matar o Burity (esse sim, muuuuuuuito odiado pelos funcionários públicos que ficaram com 4 meses de salários atrasados no final do seu Governo). O apoio popular ao ato de Cunha Lima foi tão intenso que em 1995 ele foi eleito Senador com uma quantidade de votos que nenhum outro político na PB conseguiu superá-lo. Hoje é pouco provável que Cunha Lima ainda seja visto - ou lembrado - como um vingador das 'vítimas' do Burity. E entenda, pelo amor de Deus, não estou defendendo nem apoiando Cunha Lima. É só pra contextualizar o que aconteceu na época e como foi a reação da maioria dos meus conterrâneos.
Abs! Dulcivânia Freitas - paraibana, quase paraense (morei em Belém 10 anos) e agora quase amapaense (1 ano e meio em Macapá).

Unknown disse...

Oi, Dulcivânia.
Entendi o contexto, e vc tem razão. Acompanho regularmente o quadro paraibano pois minha família paterna é de lá, de Campina Grande, mais precisamente de Ingá do Bacamarte...rs
Hoje tenho primos lá e em João Pessoa, onde moram os dois últimos irmãos vivos de meu pai.
Bem, meu sobrenome não me deixa mentir; sou Arruda Câmara.
Muito prazer em conhecê-la.
Boa sorte aí no Amapá, apareça sempre, e um grande abraço, "conterrânea".