Por Ricardo Guimarães, comentarista do Quinta.
Cheguei faz duas semanas da "Revolucionária" Venezuela.
Fui em uma visita de trabalho relâmpago (dois longos dias)e, depois, fui ao Panamá, também a trabalho. Sei que dois dias é muito pouco pra dar qualquer opinião sobre um país (e não sou nenhum técnico do FMI pra ter essa pretensão), mas resolvi aceitar seu convite de escrever alguma coisa.
Não vou entrar em debates filosóficos ou estatísticos. Os dados sobre o país estão no sitio do Banco Mundial e em outros órgãos para serem analisadas e debatidos. A minha intenção aqui, portanto, é só trazer um relato de viagem sobre o que vi e conversei com as pessoas.
A primeira impressão é sempre o aeroporto. Chamou minha atenção um letreiro enorme que dizia: “Construindo o Socialismo Bolivariano”. Bem vindo a Venezuela!
Ainda no aeroporto, enquanto esperava numa fila sem fim, não pude deixar de perceber que os funcionários na pista trabalhavam sem nenhuma proteção: sem coletes, sem sinalizadores e, sobretudo, sem protetores para os ouvidos. Os trabalhadores se movimentavam na pista vestidos como os funcionários na garagem do Sacramenta Nazaré.
Pois é, acho que no programa do Socialismo Bolivariano o item segurança no trabalho ainda não foi incluído.
Enfim, a fila andou e enquanto 20 páginas do meu passaporte eram carimbadas, via através dos vidros que uma multidão me esperava do outro lado.
No saguão de desembarque fui literalmente atacado por um batalhão de motoristas de táxi (ilegais) e doleiros. As casas de cambio oficiais ofereciam 2.3 mil Bolivares por 1 USD.
Os cambistas estavam oferecendo mais de 3 mil Bolivares. Os caras, quando descobriram que era turista, queriam ser pagos em USD. Nesta primeira hora em solo Venezuela confesso que não tive a melhor das impressões.
Dólares trocados e táxi garantido, fui pro hotel. Fiquei na periferia de Caracas. Não fui ao centro da cidade. No caminho pro hotel, da janela do carro, a infra-estrura – ruas, sinalização – pareceram precárias. Imaginava a Venezuela um país mais “rico”. Por um segundo me imaginei nos subúrbios de Belém, Fortaleza, e não na capital de um País como a Venezuela.
Os "Barrios" são iguais - sem tirar nem por - as favelas do Rio: casas construídas uma por cima das outras e espaços bem delineados entre os quais vivem a "classe média" e os pobres. Claro que as diferenças vão muito mais além que isso. Fui a uma praia no caminho do aeroporto e o motora me disse que no Domingo a moçada dos "barrios" desce pra este local. Pareceu evidente que os dois mundos – dos abastados e dos barrios - não se misturam ali.
Vi muito outdoor de propaganda do Chavez sobre as realizações do governo (aliás, os cartazes eram muito parecidos com os do governo do Edmilson: vermelho e com estrelas. Pensei: será que o Chiquinho Cavalcante tem andado por aqui?). Vi algumas obras de saneamento e reforço nas encostas de montanhas (o problema de deslizamentos lá é sério). Mas nada além disso. Mas também pudera, como disse, foi uma passagem relâmpago.
Como não poderia deixar de ser, assisti ao programa Dominical do Chavez na tv e, confesso, não agüentei mais que 10 minutos. O programa é uma espécie de Faustão piorado. É inacreditável! Acho que no Brasil estas coisas não seriam possíveis. O cara canta, beija crianças e fala de história, imperialismo, socialismo, família, religião, cultura, baseball e tudo mais que passar pela cabeça dele.
Mal comparando, imaginem o Carlos Santos com um discurso revolucionário.
Enfim, se no socialismo brasileiro tiver uma proposta de um programa dominical como este, bem, tô fora!
De resto, é muito interessante ver na tv e nas ruas as pessoas falarem abertamente de Socialismo, Revolução e ver imagens do Che e Fidel pintadas em muros por anônimos.
Acho que existe sim um debate aberto sobre os rumos do país e a população mais pobre tem voz.
O nó da questão é que aqueles que sempre estiveram no poder estão, agora, em clara desvantagem.
Foi muito instrutivo acompanhar um pouco do debate sobre a proposta de reforma constitucional. Vi a tv estatal e os outros canais da direita.
Olha, as reformas não são de brincadeira e a direita sabe disso. Entre os temas, estão a redefinição do conceito de Propriedade Privada e a diminuição da jornada de trabalho (6 horas por dia). A idéia é mesmo destruir ou, melhor, minar as forças de
todas as entidades representativas e de poder do empresariado. Seria uma espécie de Thatcher da esquerda.
O problema é que não estou bem certo se todo este foguetório é pra dar mais poder ao Povo e suas entidades de representação, ou para criar um ditador.
Depois desta pequeno tour, fui a praia conferir os avanços da Revolução neste terreno.
Bueno, depois eu conto o que vi ...
42 comentários:
Relato fraco, mas não sabia que a visita era só de 2 dias.
Fico, ainda, com a minha fonte. rsrsrs
Vc está convidado a fazer o seu, e da sua fonta. Um relato bem fortão...rs
Gostei da lembrança do Chico Cavalcante...será que ele vai gostar?... rsrs
Beijos.
Todos gostam de ser lembrados.
Bjs
É verdade, Juca. O texto está leve. E vamos imaginando o passeio dele. Parabéns aos dois.
Beijos.
Cris, a inspiração da propaganda chavista não é daqui. Vem dos autocadistas de Sampa.
Talvez de mais longe ainda, Lafa.
Da ex URSS...rs
Caramba... que dupla... rsrs
Beijos
Juca,
parabéns pelo conteúdo do blog e pelos ótimos colaboradores.
O impasse do Chavismo é o mesmo de várias experiências de esquerda latino americanas - como fortalecer os setores populares da sociedade civil sem destruir a representação institucional (sindical, empresarial e midiática) das elites? Uma saída é "cortar o mal" pela raiz - socializar o controle dos "meios de produção". Mas como transitar de volta a ambientes mais democráticos, depois das medidadas "emergenciais", de uma transição socialista?
Em condições desiguais de disputa, as opções tradicionais da esquerda têm sido a rendição à ordem ou o totalitarismo.
Ouvi falar muito dos processos de participação popular (tipo OP) em Caracas. Dada a polarização intensa na sociedade venezuelana, o processo tornou-se muito estatal, como forma de garantir reversão de prioridades nas políticas públicas (e sustentação ao Chavez).
Estou convencido que existe a possibilidade de construir alternativas de esquerda mais democráticas. Mais Grasmci e menos Chavez. Mas, talvez não com essa elite Venezuelana, já que as opções, não são opções só do governante, mas da sociedade. Ou será que o Chávez é invenção dele mesmo?
E os comentaristas, o que acham?
Obrigado pelo elogio, mas principalmente pelo excelente comentário, que gostaria de ter escrito...rs
Levarei-o à ribalta amanhã, para que sua pergunta seja respondida pelos leitores do Quinta.
Chaves, talvez menos por ele e mais pelo que desperta, enquanto posibilidades, precisa ser olhado com umpouco mais de atenção e um pouco menos de superficialidade, de lá e de cá.
Do modo como o Chavez é analisado por alguns, até parece que ele criou a miséria venezuelana...
Ora, as favelas que o Ricardo viu estão lá há décadas. E durante décadas, elas só fizeram aparecer e crescer, para aparecer ainda mais.
A Venezuela já era um país potencialmente rico, porém socialmente injusto, antes do Chavez nascer. Como o Brasil, diga-se.
Os lucros do petróleo sempre existiram para fruição de poucos. Como os lucros do ferro, do cobre, do ouro, da bauxita, da alumina e do alumínio, em outro país que conhecemos...
O que se pode dizer da Venezuela é que, nos últimos anos,os juros são mais baixos, o alimento é mais farto e mais barato, o país está ficando um pouco mais rico e a população está ficando um pouco menos pobre.
Nem de longe isso significa que, como num passe de mágica, os muitos e imensos problemas sociais do país deixaram de existir. Eles foram criados ao longo de séculos e só um doido varrido pode imaginar que desapareçam da noite para o dia.
O que se pode dizer de Chavez é que, apesar da demagogia barata, de péssimo gosto, ele está fazendo um bom governo.
Mas fazer um bom governo nem de longe significa fazer mágica.
É um demagogo? Sim,claro. Agora, está fazendo um bom governo? Também, em especial se analisado do ponto de vista da maioria que sempre foi colocada à margem das políticas públicas, da economia, da sociedade,enfim.
Não é outra a razão de sua popularidade junto a essa maioria.
Caro Juvêncio,
O relato feito pelo Ricardo é próprio do tipo de observação dos turistas apressados (como ele deixou claro no texto). Mas o post foi importante para sucitar nossa atenção para o processo político que está em curso no nosso vizinho.
Uma análise da Venezuela Bolivariana exige muito mais que isso. É uma proposta (construção política) ainda difícil de ser compreendida por aqueles que pouco conhecem a história social e política do país.
A proposta polivariana, nos moldes como está sendo tocada pelo chavismo é ainda muito recente para receber avaliações consistentes seja de um turista ou mesmo daqueles que se dedicam a olhar a Venezuela com mais atenção.
Uma pergunta que fica da leitura do texto do Ricardo é: até que ponto é possível construir um projeto de sociedade com um perfil diferenciado em termos de acesso a renda e aos serviços sociais básicos para toda a população sem uma intervenção dura nas estrutras de poder daqueles que detém o capital ou assumiram a proposta capitalista como sua (ainda que não pertençam ao núcleo detentor da propriedade)?
Vamos então a um mergulho no regime ditatorial em nome da construção de uma sociedade mais justa. Bem...mas neste caso, quem tem o direito de participar das "decisões de Estado"?, quem controla os "rumos da revolução"?
A meu ver voltamos ao velho dilema por que passaram os países do leste europeu. É razoável pensar num tradeoff entre liberdade polítca e direitos sociais básicos para todos?
No fundo, acho que o discursso do Ricardo foi neste sentido: "Cuidado! Filmes como esse já foram rodados e as películas resultantes não agradaram as platéias".
Como contraponto ao poder americano (observadas as proporções) o chavismo me parece simpático, mas como alternativa de modo de organização da vida social e política ele (e seu programa dominical, bem lembrado pelo Ricardo) não me agradam.
Estas palavras não chegam a ser uma contribuição ao debate, mas espero que possam cumprir o papel de provocação aqueles que estiveram interessados em se manifestar sobre o tema.
Ricardo, voce so precisou de dois dias para concluir o mesmo que eu em uma semana viajando pela Venezuela.Aquilo e assustante.Parabens por sua perspicacia.
Dam ! Mr. Juket this stuff come better day after day,dude.
SÓ MESMO O APEDEUTA LULA E SEUS SEGUIDORES, NÃO MENOS APEDEUTAS, APLAUDEM AS " FAÇANHAS" DO INSIPIENTE DITADOR DE OPERETA QUE MERGULHOU A VENEZUELA EM DESGRAÇA.
Ds 5:03, não volte por aqui chamando ninguém de apedeuta, nem teclando em caixa alta, por gentileza.
Norberto, há alguns meses vc enche o saco com suas idiotices.
Se manque!
ak diz:
o melhor pedaço do texto do Ricardo é o "Carlos Santos revolucionário".
É demais de bom.
Chavez e Bush se merecem. Um existe porque o outro existe.
Afonso Klautau
Ah, e antes que vire o dia...
Diga lá seu Juva se esse meu Mengão num tá demais, também, tal qual a Bia? rsrsrs
O Botafogo, depois do doping, caiu, caiu, caiu. Mera coincidência!
Pode até ter sido superficial, mas foi irônico e humorado, gostei.
Complementando meu texto de 1:15.
"Bolivarianismo" é uma baita demagogia. É o aproveitamento oportunista do prestígio que Bolívar desfruta nos países que, no passado, formaram os vice-reinos espanhóis de Nova Granada (Venezuela, Colômbia e Equador), e Lima (Peru e Bolívia).
Bolívar queria que, com a independência, esses vice-reinos (e mais o vice-reino de Buenos Aires, hoje Argentina, Paraguai e Uruguai), não se fragmentassem numa constelação de países fracos, como acabou acontecendo. Nisso consistia o "bolivarianismo".
Ele desejava que fossem formados 3 ou 4 países fortes, para contrabalançar o poderio norte-americano, que já se delineava no horizonte histórico. Bolívar denominava essa tese de "Equilíbrio Continental".
O que isso tem a ver com socialismo? Nada!
Menos, ainda, com o socialismo marxista. Aliás, Marx detestava Bolívar. Escreveu textos e mais textos (aí incluído um longo verbete de encinclopédia) desancando o caudilho sul-americano.
Marx aplaudiu a invasão do México, e anexação da melhor parte desse país (aí incluída a riquíssima Califórnia) pelos EUA. O alemão barbudo disse que os EUA estavam levando o progresso a essas regiões.
O exato oposto do que Bolívar defendia.
Gostei do relato "light" do comentarista e gostei também do que dois anônimos letrados escreveram aí. Acho que simpatizo com a briga entre Chavez e Bush, mas tenho algum medo das maluquices e da boca grande dele. E também concordo com o "chega pra lá" dado no leitor anônimo de Reinaldo Azevedo ( o da caixa alta). Se não for seguidor de Azevedo, deve ser alma-gêmea.
O Anônimo das 12:17 está errado. A oposição de Marx a Bolívar na verdade era a oposição de Marx ao caudilismo. Mas a defesa da independência nacional estava lá, nos mesmos textos que criticavam os métodos do caudilho. O mesmo vale para Chaves. Podemos questionar os métodos, mas inegavelmente ele colocou a Venezuela na pauta internacional, criou um contra-ponto latino-americano necessário aos ditames de Bush (diante da claudicante postura do governo brasileiro, da vacilante posição do governo argentino e da inofensiva posição do governo boliviano). Não dá para fazer uma polêmica de realidade usando como muleta um clássico fora do contexto.
Da mesma forma pode estar prometendo um equívoco de interpretação ao dizer, simplesmente, que Marx aplaudiu a invasão do México pois o progresso iria chegar.
O barbudo também "aplaudiu" a chegada das ferrovias na Índia, pois observava, com razão, que só com uma classe operária o socialismo teria futuro.
O trem indiano, ou o progresso mexicano, teria esse significado, e não o entendimento literal em que se apega o anônimo.
Mas quero declarar que a discussão é muito agradável.
cometendo, em vez de prometendo, na primeira linha do comentpário acima.
Juca,
quero agradecer ao Ricardo Guimarães pela lembrança de meu nome em sua passagem pela Venezuela, que ainda não tive o prazer de conhecer. Neste momento, estou colaborando com a equipe multidisciplinar internacional que está auxiliando a Frente de esquerda nas eleições de El Salvador. Quanto às origens remotas dos ícones de força, unidade e agregação popular que criamos durante a administração do professor Edmilson Rodrigues em Belém, eles foram, inegavelmente, calcados no realismo socialista - que para mim, como disse Trotski, "não é arte, é propapaganda" e como tal é eficiente, tanto que já foi usado por grandes companhias, como Nike, Apple, MacDonald, Coca-Cola e KFC. Mas não só o feito na URSS, como o produzido na China, no Vietnã e em Cuba, grandes fontes de referências.
Grande abraço.
Oi, Chico.
Tenho (remotas) lembranças de ter visto o estilo na literatura da história d propaganda. E lembro muito bem dos primeiros out doors do Ed com essa "pegada", pai d'éguas.
Grande abraço.
9:32 acertou em cheio. Esse tipo de, digamos, arqueologia intelectual que busca nas citações o amparo para suas posições é típica de uma certa esquerda, despossuída de bases sociais que demandem a reflexão consubstanciada na realidade. Se formos literais, como foi o anônimo das 12:17, diremos, por exemplo, que a Bíblia prega o escravagismo e a punição violenta dos escravos (há partes inteiras que ensinam como cuidar dos escravos, não arrancar-lhe os olhos nem mutilá-los de maneira a que não fiquem impossibilitados para o trabalho). Está lá, sim, como espírito de uma época. Que felizmente superamos. O debate à luz dos clássicos devem ser feito sempre pelo método (pela "raíz", como diria o radical Marx), e não pela letra.
Eliana Cavalcante.
Cara Eliana,
Peço-lhe que me desculpe.
Não entendi o que você quis dizer com "interpretação literal".
Eu afirmei claramente que:
1 - Na origem, o "bolivarianismo" nada tem a ver com o socialismo, em especial com o socialismo marxista.
2 - Marx detestava Bolívar.
No que você escreveu, não li uma única linha onde você demonstre que estou errado.
Aliás, até aqui, não havia feito uma única citação. Vou fazer agora:
1ª citação: Trecho de uma carta de Marx a Engels, datada de 14-02-1858
"Simón Bolívar é um canalha covarde, brutal e miserável!"
Uma interpretação "não literal" dessa afirmação, o que concluiria?
2ª citação: Texto de Engels, datado de 23-01-1948, sobre a conquista da Califórnia pelos norte-americanos:
"Na América Latina, presenciamos a conquista do México, o que nos deixou felizes. É um progresso. É visando seu próprio desenvolvimento que o México estará, no futuro, sob a tutela dos Estados Unidos."
"Não literalmente", o que isso significa?
Por fim, tomo a liberdade de lhe recomendar a leitura do verbete biográfico sobre Bolívar, que Marx escreveu para a "Nova Encinclopédia Americana".
Nesse verbete, Marx não reconhece a habilidade militar de Bolívar. Diz que ele era um líder militar incompetente e covarde, que fugia da batalha, deixando seus comandados entregues à própria sorte.
Por fim, Marx acusa Bolívar de pretender unificar a América do Sul numa espécie de "república federal", da qual ele, Bolívar, seria o ditador.
Será que uma leitura "não literal" desse verbete concluiria que a antipatia de Marx por Bolívar e o bolivarianismo não era tão grande assim?
Como uma interpretação de "raiz" promoveria essa mágica?
E, Juvêncio,
Marx e Engels aplaudiram, sim a invasão do México pelos EUA. Eles reconheceram que se tratava de uma guerra de conquista, mas que fora realizada em benefício da civilização.
Outra citação:
Engels, em 1849: "Não é uma desgraça que a magnífica Califórnia tenha sido arrancada dos preguiçosos mexicanos, que não sabiam o que fazer com ela."
Bem que gostaria de ler uma interpretação "não literal" que proporcionasse um outro sentido a esse texto.
Das 1:54, novamente obrigado pela deliciosa conversa.
Vou aos livros, se me permite, exegeta que não sou, e retornarei a este post.
Ainda hoje.
Caro Juvencio,
Nao pensei que o meu texto "light" fosse provocar tanta discussao. Mais ainda, discusao de alto nível. Desculpem os que esperavam algo mais, mas também nao sou nenhum John Reed.
Assino em baixo o comentário do anonimo das 2:26 (será que é o mesmo anonimo das 10:24?).
Nao sou contra Chavez ou o Chavismo! Acho que nas entrelinhas queria dizer mesmo: aquilo lá nao é o paraiso, mas também nem o inferno. Tenho simpatia e curiosidade com o que esta acontecendo la e o que representa para "nosotros" na America Latina. Mas nao assino cheque em branco. Problemas existem e devem ser debatidos e apontados para que o velho filme do leste europeu nao se repita aqui na America do Sul.
ricardo
rsrs...boa tarde, Ricardo.
Trade off é característico...rs
Muito obrigado pela colaboração e da próxima viagem reserve uns olhares para dividir com os leitores do Quinta.
Abs
Juvencio,
Realmente, este "tradeoff" é revelador ahahahah.
abracos
ricardo
Ricardón,
O das 2:26 não é o das 10:24, apesar de concordar com suas opiniões (e do trade-off...)
anômino das 10:24
Anônimo das 1:54, não me recomende leitura de Marx. Sou doutora em Sociologia pela Universidade de Oxford e atualmente faço pós-doutorado em Toronto. O que digo e repito é que você lê os textos dos clássicos como um membro da Al Quaeda lê O Corão: como se ali estivesse a verdade, a revelação. Esse tipo de ignorância é pior que o regime de Chaves, que é temporal. Tende a se eternizar se ninguém lhe colocar arreio.
Eliana.
Olá, Eliana.
De fato tem aparecido a bandeira canadense no Site Meter do blog.
Boa sorte em seu programa, e bem vinda, doutora.
Das 1:54, minhas obrigações vão atrasar minha pesquisa sobre Marx e a América. Mas eu volto. Nem temos tanta pressa assim...rs
Obrigado pela paciência.
Eliana,
1 - Não recomendei nenhuma de Marx. Quem levantou a questão de "leitura literal" foi você.
2 - Apenas perguntei no que consistiria uma leitura "não literal" das afirmações de Marx sobre Bolívar, partindo do pressuposto de que você já fez tal leitura "não literal". É o que se depreende de suas afirmações.
3 - Não sou marxista. Respeito a obra de Marx, mas não sou marxista. Também não sou militante de nenhum grupo político. Nunca fui nem pretendo ser.
4 - Citei as afirmações de Marx porque elas existem. E elas foram citadas como existem. Isto não quer dizer que concordo com elas.
5 - Para ser mais exato, não concordo. Creio que Bolívar tinha razão, ao temer a fragmentação dos antigos vice-reinos espanhóis. A história demonstrou que ele estava correto em sua apreciação. Considero justa a tese de Bolívar sobre o "Equilíbrio Continental", que é a base do bolivarianismo.
6 - Isto não muda os fatos: Marx detestava Bolívar e não tinha a menor consideração pelo "bolivarianismo". Nunca perdeu uma oportunidade para proclamar isso. O mesmo se aplica a Engels.
7 - Também tenho minhas titulações acadêmicas, mas não vejo porque anunciá-las aqui. Entendo que um argumento se credencia pela qualidade do conteúdo e da forma, não pela titulação de quem o formula.
8 - Em vez de me desqualificar como pessoa, mais bem você faria se contestasse minhas afirmações.
9 - É lamentável que uma pessoa com a formação que você diz ter, participe de um debate servindo-se do expediente de atacar a pessoa, para desqualificar o que essa pessoa afirma.
10 - No caso, para azar seu, você ainda atirou na direção errada.
11 - Por fim, devo lhe dizer -- e não disse antes para não ser indelicado -- que essa história de interpretação de "raiz", aplicada ao caso, não passa de palavrório vazio. Tática de quem quer levar a questão para o que supõe ser o lado escuro da lua, local onde esse alguém enxerga e os outros não. Bobagem!
Juvêncio,
Leve o tempo que quiser para pesquisar. Ou, simplesmente, não pesquise. Deixe como está...
Repito: apenas afirmei -- e penso ter demonstrado -- que algumas conclusões, suas e da Eliana, a respeito do que escrevi, estão incorretas.
Contestar ou não essa afirmação é escolha sua, e seu direito.
No mais, apenas diria que conheço um pouco da história, da cultura, da economia e da política da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru e da Bolívia (ou seja, dos antigos vice-reinos espanhóis de Nova Granada e Lima). E já estive em cada um desses países várias vezes, por motivos profissionais.
E, Dra. Eliana,
Apesar do pouco caso que faço a respeito dos raciocínios que a senhora apresentou aqui -- bem fraquinhos, pra ser franco -- jamais pensaria em colocar arreios na senhora.
Aliás, não acho que ignorância se combata com arreios, qualquer que seja o sentido que a senhora aplicou ao termo (o que, a meu ver, denota algo que prefiro não comentar aqui).
Suponho que, nas suas horas livres, entre um curso de pós-graduação e outro, a senhora trabalhe. Numa universidade, por supuesto. E pública (porque as universidades privadas não torram tanta grana assim em cursos de pós-graduação para seus docentes).
Se a senhora for professora universitária -- como imagino que seja -- espero que a senhora conclua seus cursos de pós-graduação a tempo de lecionar um pouco, antes de se aposentar. Sei de professores da UFPa. que se aposentaram praticamente sem lecionar, tão ocupados estavam em fazer cursos de pós-graduação.
Espero que não seja o seu caso. E, sendo assim, espero que a senhora se saia melhor como professora do que como debatedora.
Das 1:27.
Obrigado pelo prazo e pela alternativa.
Voltarei sim, e lá na ribalta, para chamar sua atenção.
Seja para dar-lhe razão, ou, mais uma vez, contestá-lo.
Com a mesma tranquilidade que vc demonstra debater o bom debate.
Tenho que enfrentar, antes, uma pequeno percurso bibliográfico, de sete textos, até a próxima quarta, 21, o que deverá me afastar completamente do blog até lá.
"..debater o bom debate" Cara, isso foi "quase" bíblico. rsrsrsrs
Coloque nas tuas palestras, tal qual aquele minha citação, da "esquina do mundo". rsrsrsrs
rsrs...então lá vai outra: César o que é de César
Posso até estar enganado, mas esse relato é de um enrustido psdebista neoliberal,ou não?!
Uma diz que o cara lê Marx como um militante islâmico lê o Corão...
Outro diz que o mesmo cara é um enrustido psdebista neoliberal...
Alguém aí tem de estar errado. Os dois, acho.
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