A anunciada volta do ex delegado geral Raimundo Benassuly ao cargo apenas um ano depois de ser exonerado na esteira do escândalo de Abaetetuba é simplesmente desconcertante.
O que mudou, no delegado ou no cenário da segurança pública, que justifique seu retorno? Não se trata, como afirma a presidente da OAB-PA na edição de hoje do Diário do Pará, de "penalizar eternamente" o delegado, aliás mansamente abrigado na assesoria especial da governadora após seu afastamento da delegacia geral, mas de explicar à população por que um servidor que não se houve bem na função na outra vez, agora o faria?
O presidente da SDDH diz que não faz restrições a Benassuly desde que este coloque em prática o Plano de Segurança de Pública. Mas por que Benassuly não o fez em sua passagem anterior pelo mesmo cargo?
-----
Atualizada às 11:50.
O Portal ORM acaba de confirmar a volta ao passado.
11 comentários:
O pouco, pouquinho, quase nadinha de credibilidade desse governo se esvai por esses compadrios, remendos, enxurrada de aspones e cabides para "cumpanheiros, tudo a custa do nosso dinheirinho.
E pensar que seria "da mudança".
É, mudou.
O que era ruim conseguiu ficar péssimo!
Eu aposto que é porque ele é ligado ao PT. Não havia outro nome. Aposto também que ele vai errar de novo. Aposta mínimas de 1000 $$.
Juca,
Benassuly e Justiniano fazem dupla afinada desde os tempos de Associação e Sindicato dos Delegados. Quando um era presidente da ADEPOL, o outro era do SINDELP, e vice-versa. Quando uma das entidades fechava-lhes as portas, aboletavam-se como presidente e vice, na mesma chapa, da outra. E assim foram levando uma mansa vida de sindicalistas.
Em determinado momento da história, foram vítimas de um "golpe" (explico as aspas a seguir) do ex-gov Almir Gabriel: após seguidas greves da Polícia Civil, AG mexeu as pedras e retirou o grupo que dominava ADEPOL e SINDELP há anos, liderado pela "dupla de dois tiras", das entidades. Enfraqueceu as entidades com a ajuda daqueles, bem entendido (daí as aspas acima), que vieram a refestelar-se em cargos de confiança do governo tucano, logo após o fim da vida sindical.
Assim ficaram nos últimos anos do governo AG e no curto principado de Simão Jatene, seguindo os passos de seu grande amigo Carlos Botelho, emérito pulador de galhos.
Quando a tentativa de retorno do "inesquecível" ao poder fez água, Benassuly e Justiniano, alunos da escola Botelho, apresentaram-se com o mestre ao governo Ana Júlia, invocando sua histórica ligação - Benassuly e Botelho, ao menos - com a esquerda paraense, desde os tempos imemoriais do Centro Acadêmico de Direito Edson Luís, da UFPA. Pela ligação umbilical com Justiniano (que era da UNAMA e vinculado há muito ao PTB), levaram o agora ex-delegado-geral de roldão. E assim conseguiram outra boquinha, já não tão boquinha assim, no novel governo.
Só que para estar em tais cargos, é preciso competência. Bom-mocismo (ou fingimento de...) e simpatia não garantem ninguém. E os ex-sindicalistas trocaram os pés pelas mãos, mostrando a que vieram: Benassuly, com seu boquirrotismo e eterna ausência (lembra como em todos os grandes crimes de sua gestão, quem aparecia nas coletivas era sempre o adjunto?) e Justiniano, com sua falta de comando e respeito na categoria, deixaram a bandidagem ir comendo pelas beiradas, até o ponto em que estamos hoje: o caos total na segurança pública, da capital e do Estado.
Agora, Benassuly volta, e sem essa de volta triunfal. Volta porque detém algum(ns) segredo(s) muito bombástico do governo AJ - é bom lembrar que ele estava na área de inteligência da Polícia Civil e que as cercas da privacidade hoje são fortes como fumaça - ou porque ninguém quer pegar o pepino, ou porque o governo não admite mudanças de verdade na Polícia Civil. Não admite ou não consegue.
De qualquer modo, sua readmissão é mais uma prova da completa incapacidade do governo de dotar a máquina pública de motivação, coerção e, principalmente, capacidade de superação de obstáculos. É o governo do lero-lero e da marketagem, e mesmo assim muito aquém do que precisariam para esconder a incompetência que exala de todos os seus poros.
Égua esse anônimo me parece que fala com conhecimento de causa.
das 12:28 ganhastes a aposta onde deposito o $$, diga o n. da conta - que análise cara, não escapou nem o botelho - conheces a tuchurma toda!
Viu ele no JN de hoje?
das 12:28 gostei também dos "tempos imemoriais" do CADEL...
Benassuly, Justiniano e Paulo Tamer sabem muito. Por isso nunca vão sair. Vão ficar rodando parece pião.
Só mesmo no Pará, um delegado que falou tamanha baboseira em pleno Congresso Nacional, voltaria ao cargo: Pará Terra de Direitos.
Essa Polícia cheia de delegados incompetentes, não sabem nem fazer um bom ínquérito policial, quanto mais gerir a polícia civil em sua totalidade. Os bons delegados todos estão pra escanteio. A volta do Benassuly é menas mal pra instituíção, pelo menos não assumiu um corrupto!
É pra vc ver o ponto que chegamos, caro Alan.
12:28, competente e eficiente eram o Sette Câmara e o Santino, pois não? Faça-me o favor, lave bem as suas penas de viúva tucana!
Tenho pena de você, das 12:04. Pena da sua visão míope e caolha de mundo. Há gente que não depende de vassalagem e subserviência para sobreviver. Sabia disso?
Não é porque critico o governo petista que acho que o governo tucano era melhor. Os dois, na verdade, se igualam na incompetência, ao menos neste campo da segurança pública. Ande pelas ruas de olhos bem abertos que você verá.
Postar um comentário