Sobre a Operação Matamento, desfechada ontem pela Polícia Federal em Marabá, e motivo de dois pedidos de esclarecimentos aqui no blog, deixo-os com a pena de Ademir Braz, jornalista, poeta, advogado e blogueiro marabaense.
A desconfiança de que assassínios programados ocorrem em Marabá vem desde 2004, quando um policial militar foi morto por gangue quando tirava serviço, como segurança noturno do Hospital Climec, no bairro Cidade Nova.
Responsabilizados pelo crime, os jovens integrantes da “Gangue BH” (bairro Belo Horizonte) foram quase todos assassinados, segundo os registros da imprensa local. Um dos apontados como membro da “BH”, Emanuel, então com 16 anos, foi retirado às pressas da cidade por familiares e provavelmente é o único sobrevivente. Nunca ninguém foi preso por esses e outros crimes que alcançaram supostas gangues do Cabelo Seco, da Santa Rosa, da Liberdade/Independência e de outros bairros.
A seqüência de assassinatos de jovens delinqüentes, cuja autoria permanece até hoje no desconhecimento das autoridades e da opinião pública, incluiu menores de 15, 16 anos, apontados na imprensa como “elementos com passagem na polícia”. Esta, aliás, parece ter sido a senha que norteou a execução seletiva.
Talvez por esse conjunto de fatos, a Polícia Federal passou todo o dia de hoje cumprindo mandados de prisão na cidade. Segundo uma fonte, policiais militares foram a grande maioria dos detidos, acusados da formação de grupo de extermínio, juntamente com alguns civis.
E assim, vai algo no ar marabaense além, claro, dos urubus de matadouros clandestinos
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