Do professor José Carneiro, cientista político da UFPA, por e.mail
Você sabe o que quer dizer isso, “verba indenizatória”? É uma “pequena” ajuda que os deputados federais e senadores do Brasil recebem do Congresso Nacional para custearem algumas despesas ditas de gabinete, como consumo de combustível, propaganda pessoal, deslocamento, pousada, etc, etc.
Em tese – veja bem, só em tese – essa verba indenizatória não faz parte do salário dos parlamentares brasileiros mas na prática é óbvio que acresce aos bons salários, uma vez que o deputado tem absoluta autonomia para gastar a verba e, mais do que isso, para apresentar os documentos que confirmem a despesa feita.
Você sabe o valor dessa “verba indenizatória”? Nada mais, nada menos – pasmem – que R$ 15.000,00 (isso mesmo, quinze mil reais), superior aos R$ 12.800,00 que cada congressista recebe por mês. Essa “verba indenizatória” é uma das excrescências que cercam a política brasileira, tão vilipendiada pelos próprios políticos, que até já estão falando em aumento de salários, para equiparação aos ministros do Supremo Tribunal Federal (que são apenas onze) os quais ganham por mês R$ 24.500,00.
No mês de outubro o senador Tião Viana, presidente interino do Senado, propôs aos seus colegas de diretoria que as prestações de conta dos senadores referentes às verbas indenizatórias fossem disponibilizadas no site do senado, para que todos ficassem sabendo com suas excelências gastam esse recurso. Mas a proposta foi rejeitada pela totalidade dos membros que dirigem o senado federal, sem argumentação plausível mas que é fácil entender o porque da rejeição.
A noticia que revelou a posição dos senadores informou ainda que no site da Câmara os deputados já faziam isso, ou seja, revelavam como gastavam a tal verba indenizatória,
Fui ao site da Câmara e num item chamado “transparência” de fato está disponível a prestação de contas de suas excelências, os deputados federais. Cliquei ao acaso o nome de um deputado paraense e ai veio a surpresa: a prestação de contas é pura ilusão, não detalha nada, apenas identifica, por exemplo, o que o deputado gastou em combustível, em comida, em hospedagem e em propaganda. O gasto pode ter sido feito em Paris ou em São Félix do Xingu, só o deputado sabe. Ou talvez a Câmara Federal, se é que há preocupação em analisar as notas (quentes ou frias?) apresentadas pelos deputados. E a última excrescência da “verba indenizatória”: se o dinheiro não for gasto no mês, acumula para o mês seguinte.
E assim se conta mais um capitulo da política parlamentar brasileira.
9 comentários:
Na Assembléia Legislativa também há verba indenizatória, no início desta Legislatura foi aumentada significativamente pelo Presidente do Poder.
caro juvencio,
informe ao articulista que a verba indenizatoria e livre do pagamento de impostos o que torna bem mais a torna bem mais atrativa, pois não retem imposto na fonte.
É dinheiro limpo nas mãos sde nossos ilustres deputados, representantes do povo, que o utilizam da forma que melhor lhe aprouverem, comprovando o descalabro monetário com notas fiscais que de tão frias podem muito bem ser utilizadas para amenizar o clima equatorial que vivenciamos por estas bandas.
um abraço.
Sergio Lopes.
Carneiro, abaetetubense muito gente boa, certamente passará por aqui, Sergio.
Obrigado e abs prá vc.
So que a verba indenizatória na ALEPA é de meros R$ 30.000,00.
Verba indenizatória deveríamos receber nós, contribuintes, por sustentar a ganância e os desmandos desses despudorados e criminosos parlamentares. O pior, professor Carneiro, é que quem paga tanto despautério não muge nem tuge, somos mesmo um país dividido em desonestos espertalhões e milhões de trouxas.
Perguntinha (im)pertinente: cadê os
nobres deputados que frequentam esse super-hiper-extra-large-plus
blog com seus comentários???
Expliquem-se, srs.
Ou será que:
1)comeram abíu e ficaram de boca pregada?
2)ainda estão "colhendo" documentos
para provar os "nobres e úteis" gastos?
3)nenhuma das respostas acima, não tem mesmo o que explicar.
Juca,
O sistema de financiamento público de campanhas no Brasil tem dois pilares.
Um deles é o fundo partidário, que distrbui recursos para os partidos, os quais alocam tais recursos segundo a correlação interna de forças.
O outro pilar á a "famosa" verba indenizatória paga pelo erário público (via caixa legislativo) para o financiamento do projeto político dos parlamentares, os quais alocam de acordo com os seus interesses políticos.
É necessário cobrar:
(i) um limite para esse tipo de "financiamento da ção política paralamentar";
(ii) maior trasnparência nos gastos; e
(iii) auditoria dos Tribunais de Contas no que diz respeito aos usos destes recursos.
A análise deste tema é uma atitude fiscal e política da maior relevância. Merece uma sicussão mais aprofundada e a opinião inclusive dos parlamentares paraenses que ocupam cadeiras nos legislativos estadual e federal.
Gostaria apenas de pedir aos leitores desses blog que façamos uma corrente pela extinção dessa maldida verba, a qual deveria ser destinada as pessoas que ganham apenas um salário minimo. "Triste de um pais onde seu povo é burro e adora pão e circo.Em outras palavras, analfabetos, carnaval e futebol. Será que para mudar tal situação como esta teremos que criar um "Bin Laden" brasileiro ou veremos a volta dos guerrelheiros do Araguaia. Espero que não, Acorda povo brasileiro !!!!!!.Paulo Francis A. Portela. e-mail.paulofrancis3@hotmail.com
Meros R$ 30.000,00. Porém esquecem de dizer qua até 31 de janeiro de 2007 era R$ 7.000,00.
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