4.6.07

A Banca da Banca

Mais da metade dos parlamentares recebeu grana das empreiteiras em suas campanhas.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex, Aldo Rebêlo (PCdoB-AL), estão entre os maiores beneficiários.
O que vai, volta, desde que o mundo é mundo.
Partindo desse princípio, financiamento público já!
Prá ver se volta prá quem precisa, e banca.

8 comentários:

Anônimo disse...

Será que o financiamento público de campanha muda esse quadro que está aí ?
Acho que não.
Na hora da campanha é impressionante como os candidatos, todos, acham que o adversário tem muito mais recursos do que o outro. Aí entra o desespero de se buscar mais dinheiro. É sempre assim.
Será que com o financiamento público será diferente?
O que pode impedir um candidato de continuar indo atrás de recursos, só que daí pra frente, totalmente irregulares ? Caixa dois puro.
Talvez, o melhor sistema seja o americano, onde o candidato pode arrecadar dinheiro para a sua campanha com bem mais tempo do que aqui no sistema brasileiro.
Lá, por exemplo, Hilary Clinton já tem milhões de dólares arrecadados para a sua campanha. Tudo declarado, sem pressa e principalmente com fiscalização rigorosa das instituições e principalmente do eleitor, com prestação de contas diárias na internet.
Ao contrário do Brasil, onde só podemos arrecadar nos 3 meses que antecedem o pleito, e sem uma fiscalização treinada só para isso. Aqui é tudo feito as pressas. Acaba que o eleitor só sabe quem bancou o seu candidato, depois de eleito, o que é péssimo. Vai fazer o que ? Pedir o seu voto de volta ?
E a prestação de contas, todos já vimos a dificuldade que é.
E tem mais, nos 3 meses que antecedem o pleito, que é quando podemos sair atrás de recurso e ao mesmo tempo precisamos tocar nossa campanha no interior do estado, é mais fácil um encontro com o Papa do que com os nossos empresários paraenses. Ou estão viajando, o que é bem mais barato para eles, ou estão em eternas reuniões que geralmente terminam no dia 2 de outubro.
Não sou totalmente contra o financiamento público, mas acho que devemos ver pelo mundo a fora o que tem dado mais certo. Ou menos errado.
Vic Pires Franco
deputado federal

Anônimo disse...

Caro Juvêncio,

Vc, como Magnânimo Senhor dos blogues paroaras , e tendo em seu (do blog) frontispício a palavra "cultura"não pode deixar de comentar a pesquisa recente feita pelo MEC sobre as Universidades brasileiras, cujos resultados deixaram "maus"nossas instituições.
Qual é, afinal , essa realidade que nos deixa tão "maus"?
Porque não muda? Ou, se muda, é prá pior.
Aqui e alí só se ouvem reclamações de professores quanto aos interesses (nenhum!) dos alunos ; destes quanto aos dirigentes (só querem fazer política com "p"minúsculo)e da comunidade com as constantes greves que sangram os calendários.
Isso sem falar na grande pergunta ( frequentemente esquecida ou, ao revés , nunca lembrada) - qual , afinal , o resultado concreto (argh!) do investimento público na federal? O que de bom prá sociedade a UFPa traz ou tem trazido ao longo de sua existência?
Fale, Magnânimo, provoque, discuta, arrepie ...

Unknown disse...

Ótima provocação.
A UFPA está fazendo 50 anos.
Vamos cutucá-la, e a seus mestres, funcionários e alunos.
Só um adendo ao seu comentário:os resultados que deixaram-nos tão "maus", tal e qual tem sido abordado na grande imprensa local, refletem, sobretudo e infelizmente, a pegada da superficialide, para ser gentil. Desconhecer a importãncia do IDD - o indicador que mede a evolução discente - e os sucessivos boicotes estudantis ao ENADE - confina, de fato, a UFPA e tantas outras à vala comum.
As piores notas da UFPA - nos cursos de Contabilidade, Psicologia e Comunicação Social - refletem as afirmações acima.
Vou pedir ajuda..aos universitários.

Anônimo disse...

Caro Juvencio,

Magnânimo, feita a provocação inicial (thanks pela resposta), é importante falar tb sobre esta outra questão tão fundamental quanto aquela.
Voce já deu a largada, posicionando-se a favor do financiamento público .
O Dep.Fed. Vic Pires Franco colocou-se em lado oposto.
Quem sabe a "vertú", como em tantas coisas, não esteja no meio. Sabe aquela frase milenar "nem tanto ao mar, nem tanto a terra"...Por aí.
A professora Argelina Figueiredo, coordenou interessante projeto chamado "Instituições políticas, padrões de interação Executivo-Legislativo e capacidade governativa", com apoio da Fapesp. Ah!Teve tb parceria do sociologo Fernando Limongi.
Eles advertem logo - a performance do sistema político brasileiro não é tão negativa que justifique reformas açodadas.Dizem eles que "precisamos tomar cuidados com o hiperinstitucionalismo ingênuo que acredita que tudo pode ser modificado por instituições públicas,apenas pela existência de regras".
Adotar o caixa um não garantiria o fim do dois, diz a professora Argelina. O que é necessário , acrescenta Limongi, é incentivar os financiadores a fazer doações legais por meio de incentivos fiscais. Exercer maior fiscalização sobre os gastos, mas levando-se em conta tetos de financiamentos realistas.
No meio de várias opiniões, destaco também as sugestões do cientista político Jairo Nicolau, cujo resumo é este:
Manter o sistema de financiamento misto: parte dos recursos vem do orçamento da União e outra parte de doações privadas.
Introduzir um rigoroso sistema de sanções. Os partidos seriam punidos com a anulação dos votos, multas e proibição de acesso ao fundo partidário e ao horário eleitoral gratuito. Os políticos transgressores seriam cassados.
Criar um sistema de auditoria por sorteio. O TSE e os TREs não tem capacidade para auditar TODAS as contas.
Baratear as campanhas.
Simplificar a prestação de contas.
Garantir o acesso às informações sobre os gastos de campanha.
O sistema de apresentação de contas no Brasil é ótimo, mas o problema é que as informações aparecem indiferenciadas. Por ex.,numa página com recursos recebidos pelo candidato X aparece um doação de R$15,00 ao lado de outra de R$1,5 milhão.
Na maioria dos países existe um patamar mínimo, acima do qual se exige a identificação dos doadores.
Enfim, são dados, opiniões e informações para abrir os trabalhos nesta bela segunda feira, Magnânimo.
Boa dia à todos.

Unknown disse...

Obrigado pelo gentil retorno, Magnânimo comentarista, e por trazer outra boa discussão para o blog.
Minha pequena experiencia e conhecimento na área - na sua área - recomenda ler com carinho e atenção os trabalhos a profa. Argelina, qualificadíssima cientista.
O mesmo digo de Jairo Nicolau, a quem tiva a sorte de ter sido aluno em um breve curso.
Vou levar suas considerações á ribalta e aguardar outras considerações, embora preliminarmente admita: em certos casos, a virtú está no meio.
Bom dia e boa semana, Magnânimo.


Ps= até que enfim "voces" aparecem no blog, pô...rs

Anônimo disse...

Caro Juvêncio,

Magnânimo, começo pelo fim (P.S). Dei boas risadas. E , confesso, fiquei intrigado. Qual palavra e/ou expressão levou-o à confundir-me com outrem?
Tudo bem.
O que importa , para mim, é a atenção que voce dedica a todos quantos participam desta sua trip.
Conheço-o há muito.
Não o vejo há muito.
Que bom foi reencontrá-lo nesta ribalta ! que, registre-se, frequento desde long time e poder, ultimamente , contribuir (?) minimamente para o debate, opinando ou sugerindo.
O "Magnânimo" tem dupla função: homenageá-lo pela inegável qualidade e liderança dentre os blogues de cá e, por outro lado, permitir rápida identificação deste seu anônimo admirador.Nada mais que isso.
Thanks again, e excelente semana procê tb.

P.S. E não me chame de Magnânimo, sob pena de ter de pagar direitos autorais muito elevados...

Unknown disse...

rsrs...
também começo pelo final.Ok, direitos á parte, até porque não teria como pagá-los...
Tive a impressão que voce era um(a) cientista político, pelas referências bibliográficas.
Argelina nem tanto,mas Jairo é um autor mais "confinado" aos especialistas..eheh
A atenção aos comentaristasestá cada vez mais difícil, o que é uma pena.
Infelizmente começo a ficar seletivo, e aí as "auto traições" são frequentes...rs
Mas alguns, Magn^..oops, mais próximos, merecem.
Vamos nos falando.
Abs

Anônimo disse...

O meu comentário, que é bom, necas.
Pelo jeito, ninguém gostou da idéia. Principalmente o dono do Blog.
Abraços,
Vic