Em comentário ao post Critério, de ontem, escreve Ademir Braz.
Não se exclua da esbornia, por favor, o HR de Marabá, um exemplo ímpar de buraco negro de dinheiro público.
Durante anos foi um hospital particular, pertencente ao ex-prefeito e médico Geraldo Veloso, já falecido, em sociedade com outross, quando atendia por "Hospital Celina Gonçalves".
Não se por falta de recursos ou briga intestinal, o "Celina" entrou em colapso e, após a morte de Veloso, acabou vendido (R$ 3 milhões, dizem) ao empresário Demétrius Ribeiro, que herdou também a Fundação Celina Gonçalves - hoje de utilidade ignorada. Demétrius, dono da guseira Usimar, da retransmissora do SBT e de outros empreendimentos, é suplente do senador tucano não-sei-o-quê Couto (minha memória é péssima para coisas sem importâcia).
Bom, Demétrius fez uns ajustes no patrimônio e depois vendeu-o ao governo tucano - R$ 13 milhões, fala-se. Sacou? Comprou por 3 milhões, recauchutou e passou-o adiante por R$ 13 milhões. Isso é que é faro para negócios!...
Aí começou a obra de santa ingrácia do governo jatene em Marabá.
Primeiro, até hoje não se tem conhecimento de quem levou, para onde levaram e onde se acham os equipamentos que integravam o patrimônio adquirido pelo Estado.
Segundo, as reformas nunca chegaram a termo. Fala-se que já degludiu pelo menos R$ 35 milhões (digo fala-se porque nenhuma transparência existe nos negócios do HR desde o começo).
Agora, pacientes estão sendo aconselhados a voltar para casa ou tomar outro rumo com seus traumas. É que o aparelho de ressonância magnética está quebrado e não existe previsão de conserto. Como o Estado não paga TFD (tratamento fora do domicílio) quem pode procura os hospitais mais próximos da cidade - os de Teresina (PI) e Araguaína (TO). Às próprias custas, claro, porque não existem ambulâncias para transportá-los.
Houvera seriedade nessa história de terror, o Estado teria investido na ampliação e equipamento do Hospital Municipal para, em gestão compartilhada, atender a crescente demanda. Teria sido mais econômico. Se não fez assim, estamos todos a cavaleiro para especular que acordos por baixo dos panos são mais importantes do que o interesse público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário