À exceção de uma demanda, a construção da Casa do Estudante, todas as reinvidicações dos ocupantes da reitoria da UFPA foram atendidas na reunião de ontem. Até porque 80% delas já estava incluída no plano de trabalho da administração superior para este ano, e algumas já estão em andamento.
A reitoria aceitou não punir os ocupantes, mas não se responsabiliza por eventuais consequências jurídicas das agressões aos funcionários da segurança, perpetradas pelos celerados.
O resultado da negociação reitera o que todo mundo sabia: a ocupação poderia ter sido evitada, se houvesse seriedade na condução dos assuntos da política estudantil.
E foi elogiadíssima, por todos, a postura do sendor José Nery (PSOL-PA). Apenas duas intervenções - na hora e rumo certos - em quatro horas de reunião, deram o tom da simplicidade e discrição do senador.
14 comentários:
Felizmente, o desfecho do imbróglio foi consensual e decente. Endosso sua opinião no sentido de que, se os manifestantes quisessem, poderiam negociar as mesmas coisas sem a necessidade de incidentes e agressões e, acima de tudo, sem passar à sociedade uma imagem muito desfavorável ao usarem, como estopim (eles usaram o termo), um fato no qual estavam absolutamente errados.
Quanto ao nosso senador, que bo que reúne tais características. O vice-governador já foi apresentado a ele?
Ahahaha...bom dia, professor.
Mas o vice está melhorando a olhos vistos...rs.
Abs.
Ah, o reitor "aceitou não punir"? Se eram sérias as críticas que apontavam o caráter "sem caráter" do "movimento", desculpe-me Juvêncio, mas o Reitor foi frouxo! Os 'estudantes' ganharam TUDO que queriam! Uma pena. Até agosto então...
Desculpe-nos, então, a voce e a mim o senhor reitor.
Concordo com voce: eu não teria aceito essa condição.
E acho que vamos ter que esperar até agosto.
A aceitação das "propostas" dos "estudantes" que ocuparam a reitoria da UFPA só não garante que, em próximos movimentos, os alucinados e antidemocráticos membros do DCE e CA's que fizeram parte da balbúrdia evitem repetir estes atos. Pelo contrário: acho que a atuação da reitoria (digna de elogio, anoto) ainda vai dar causa ao auto-elogio e à alegação de que "os burgueses se curvaram à nossa luta".
São uns moleques mesmo, no pior sentido da palavra, estes atuais membros do movimento acadêmico.
Sim, meu caro procurador, bom dia.
Acho que será bem ali logo a nova investida dos celerados.
Mas a destinação de verbas, alocadas desde o ano anterior, e as medidas já tomadas em relação a várias demandas, se encarregarão de desmentir os amolecados.
Agenda poderosa, hein moça?
Bjs
Como estudante universitária daquela Instituição, manifesto minha opinião sobre o fato: embora não ocupante, estive na ocupação, que foi organizada, houve debates, exposição de filmes de caráter geopolítico e certo cuidado com o patrimônio; não houve cachaça nem maconha, o que indica que alguém lembrou de manter o ato dentro da normalidade civil. Foi uma situação diferenciada das demais. Mas foi precipitada... tem que haver diálogo e negociação, e há quem estivesse nas rédeas do movimento que concorde com isso. É preciso perguntar primeiro. Depois, se for o caso, bater.
Talvez tudo tenha sido, também, uma jogada inteligente do reitor: se eles desocuparem, ele resolve o problema, com uma certa rapidez, e realizando o que já pensava em realizar. Se não desocuparem, fica provado de uma vez por todas, a toda a sociedade, de que eles visavam, mesmo, outros interesses - e aí estarão definitivamente desmoralizados. Quem ficou na "sinuca de bico", na minha opinião, foram os invasores!
rs rs rs
Destes comentários, fica bem nítida o preconceito indisfarçável de uns, contra a posição serena e ainda sim crítica da estudante. Enquanto todos os outros, sem o menor pudor, chamam os estudantes de celerados, moleques e outros adjetivos indelicados ( como eram também tratados pelos milicos nos anos de chumbo), a jovem, ainda que discordando da ocupação, mostra que foi um ato pacífico, civilizado ( dentro, claro, dos padrões dos autodeclarados civilizados)e bem organizado. Ou seja, nos tempos que todos juram ser democráticos, qualquer arremedo de contestação é recebido com pedras e cusparada. tudo como dantes no quartel -e é assim que voces querem a universidade - de Abrantes
Acho que o precedente da não punição não é do reitor, visto os casos Tucuruí, dos 40 e poucos dias de ocupação da USP e das invasões recentes a fazendas no Pará, entre outros. Acho que estamos, enquanto sociedade, tomando um rumo muito perigoso para o estado de direito, em que se respeita os "não-direitos", como o de invadir prédios públicos, fechar ruas e atacar quem tem propriedades, mesmo médias ou pequenas, como se merecessem punição por isso, e não se respeitam os direitos reais. Vamos, como sociedade, pagar caro por estes erros, pois o exemplo está se entranhando na mentalidade de quem usa este tipo de recurso para protestar, e minando a democracia cada vez mais.
Alex, assino embaixo três vezes do seu comentário. O que os anônimos que justificaram a invasão da reitoria talvez não compreendam é que a violência não existe somente quando o "pau canta". Ela existe, de maneira vil e ignóbil, quando se impede o ir e vir, direito dos mais básicos de todo cidadão. Não existe esta de "ocupação pacífica"; se a ocupação impede a normalidade da vida administrativa da universidade, ela já é, só por isso, violenta. Como violento também é desfilar pelos corredores dos blocos, de megafone na mão, em períodos normais (isto é, sem greve), impedindo os professores de dar e os alunos de assistir aula.
Infelizmente, é assim que agem: não estão interessados em convencer ninguém; querem forçar situações, agindo de modo por vezes facista, fundados em uma alegada dívida histórica, que precisa ser resgatada de qualquer maneira, a fórceps.
E não é só na academia não. Quem duvidar, que experimente acompanhar uma plenária para eleger representantes dos movimentos sociais nos conselhos de saúde municipal ou federal. Invariavelmente, a coisa termina em pancadaria. Isto é democrático?
Caro Alex: os "não-direitos" mais respeitados no Brasil são o de roubar, de grilar terras, de devastar áreas da União, de beneficiar empreiteiras, mineradoras, sojeiros, madeireiros, de cobrar propinas desses "empreendedores" e nunca se vê tanta indignação como agora na Universidade. Claro, às elites, "não-direitos" são as reações da arraia-miúda, dos estudantes, dos sem-terra, dos sem-teto. Os outros são endeusados como empresários bem sucedidos, freqüentam as colunas sociais e, quando por uma infelicidade a Policia Federal algema algum deles, chovem protestos.
Mistura fina a sua, hein anônimo?
Metade verdade, metade mentira.
Média 5. Não passa.
Vá estudar mais.
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