O advogado Walmir Brelaz encaminhou nesta manhã uma carta ao secretário de Segurança do Pará, delegado federal Geraldo Araújo, mais uma aposta equivocada para enfrentar o problema da violência no estado, provam-o os números e o cotidiano da população em todo o estado.
Na carta, uma grave comunicação: cansado de esperar pela ação desta puliça, Walmir decidiu realizar sua própria investigação. Segue:
Ao
Excelentíssimo Senhor
Geraldo José de Araújo
Secretário de Estado de Segurança Pública
Ref.: Nomeio-me "delegado"
Desejo, inicialmente, que o senhor jamais seja vítima de um furto ou assalto, como são, diariamente, dezenas de pessoas em nosso Estado. E como foi, por duas vezes, nestes últimos sete dias, o meu irmão Laurimar Brelaz.
Em 14 de setembro, ele teve sua moto furtada no centro de Belém. Tratava-se de seu único meio de transporte, quitado após 60 infinitas parcelas mensais.
Com ajuda de amigos, adquiriu – financiada em mais 48 meses – outra motocicleta. Mas, no dia 21 de outubro, no conjunto Cidade Nova, foi assaltado por três marginais, espancado e, novamente, levaram sua moto.
O que agrava esta situação por si só, degradante, é a fase da procura pelas providências policiais, quando se conclui que o momento exato do crime é apenas uma parte do sofrimento de cidadãos honestos e que pagam seus impostos. É a fase em que nos deparamos com uma estrutura de "segurança" pública incapaz de fazer cumprir o que determina o art. 193 da Constituição Estadual: "a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio".
No primeiro caso, apesar da cordialidade dos servidores da delegacia especializada, estes se limitaram a fazer um Boletim de Ocorrência e um diagnóstico melancólico: "vamos esperar a moto aparecer, se aparecer". No segundo, mesmo identificando o carro usado para dar cobertura ao assalto e as pessoas que ali se encontravam, foram estranhamente liberados. E o caso só recomeçará quando o delegado voltar de sua merecida folga, três dias depois, ou seja, quando a moto já estiver toda desmanchada, isto se ela "não aparecer".
Idêntica história provavelmente ocorra com outras vítimas, inclusive comigo, que neste ano já fui assaltado três vezes com direito a arma de fogo apontada na cabeça e todos os ingredientes dessa forma revoltante de violência, que nos faz, por um bom tempo, perder a auto-estima.
No ultimo caso percebeu-se, também, a falta de pessoal. Por isso tomo uma atitude necessária: nomeio-me "delegado". E mais: um grupo de amigos "investigadores". Isso mesmo, vamos investigar esse caso por conta própria. Se é correto? Não me interessa!
Senhor secretário, infelizmente me falta tempo para ficar divagando sobre os vários fatores que comprovariam a falência da segurança pública, pois, tenho que reunir com meu pessoal, traçar um plano de investigação, que não nos limite a ficar tão somente "esperando as motos aparecerem". Se possível, lhe encaminharemos um relatório circunstanciado.
Pensando bem, tenho dúvidas se mantenho o desejo lá de cima!
Walmir Moura Brelaz
Advogado – OAB/PA 6971
8 comentários:
Juca, olha só que emocionante a narrativa da alcilene, do debate em Macapá
http://alcilene.zip.net/
Infelizmente, o Walmir está certíssimo... conheço a ambos (ele e o irmão), pessoas seríssimas e honestas, e solidarizo-me com eles... estamos todos nós à mercê desta insegurança total... A minha mãe tem 84 anos e eu só a visito no Jurunas depois de uma logistica complicada para chegar e não ser abordada com uma arma na cabeça como aconteceu com minha irmã há 2 semanas atrás, falo com a minha mais por telefone, porque tenho pavor de adentrar a rua em que ela mora, estamos providenciando a sua saída de lá, ainda com dúvidas para onde, pois não podemos bancar a segurança de uma casa em um condomínio fechado... E como não temos todo o aparato da segurança oficial nem os carros blindados, vamos apelando pra Nazinha nos proteger....
De ato, das 12:05.
A mana é fera.
Além de uma bela morena, com todo o respeito, é claro.
Depois de dez meses em que se arrasta, sem solução, o projeto de reestruturação do DETRAN, mais uma vez terá de esperar pela boa vontade da burocracia engravatada( e muito ocupada) do governo. Nesta sexta-feira, mais uma reunião agendada (entre a comisao de negociaçao do órgao, Sr. José Júlio, Angelo Carrascosa e SEAD) não aconteceu. Isso denota a forma desrespeitosa como vem tratando os servidores do DETRAN. É um dos exemplos que demonstra o flagrante desprezo em melhorar o as condições do serviço público, a qualidade de vida de seus servidores, além da ausência de verdadeiras políticas públicas. Parace que esse tipo de tratamento virou rotina, pois não foi diferente com os professores, dentre outras categorias, que tiveram de ir pra luta pra arrancar algum ganho.
Até agora desse governo só vemos propagandas que mostram um mundo virtualmente feliz, parecendo que a saúde, segurança, educação, infra-estrutura, etc., tudo vai bem “numa terra de direitos”. Modelo bem ao estilo do governo neoliberal tucano, o mesmo que deixou os servidores estaduais de castigo por longos 12 anos.
E quem diria?! O PT dos trabalhadores, das lutas por direitos, hoje se adapta às velhas práticas opressoras e conservadoras, num caminho sem volta. Acontece que nao foi para isso que o povo elegeu o PT e Ana Julia.
São 36 anos de penúria, que os servidores do DETRAN amargam perdas, além de pertencer a um órgao que tem fama de corrupto. Por isso que, diante a esse espetáculo de enrolação, não resta alternativa se não a greve geral. Infelizmente.
A carta do Dr. Walmir é a desesperada apologia do "delegado ad hoc". Não, não o acuso disto, por favor. Acuso a situação a que chegamos, passando da "sensação" ao fato. E ouvindo a eterna responsabilização do passado e do passado e do passado, enquanto nos roubam o presente. Roubam motos e vidas.
O mesmo sistema que estimula e coonesta - pela omissão e descaso -as providências privadas das investigaçõs sobre crimes de toda ordem , do roubo da motocicleta ao assassinato de um filho, coonesta também a matança que guardiões do patrimônio privado fazem nos bairros do Guamá e Terra Firma, onde esquadrões da morte proliferam.
Quando o Delegado Geraldo Araújo foi nomeado, pensei que seria uma boa solução. Mas, o Dr. Geraldo talvez tenha na sua boa formação como agente federal, a deficiência oriunda dela: é agente federal. As questões da rua não lhe são familiares e reconhecer isso não é demérito. Demérito é insistir em macular a sua aparente boa folha corrida de serviços públicos persistindo no erro.
Mas, não há salvação com nomes, num governo sem alma, sem generosidade, sem projeto salvo este onde se afoga, um chinfrim projeto de manutenção de poder.
Portanto, Dr. Walmir, espero que tenha chegado até o final do meu comentário, para compreender a minha frase inicial: que o senhor tenha a sorte de resolver a sua questão, já que a sorte e alguma condição pessoal de faze-la prevalecer, são hoje os instrumentos de cidadania dos quais poucos dispõem. E que nós sobrevivamos - literalmente - às circunstãncias que nos cercam.
Abraço.
Beijão, Juca.
Continua desesperador o caos na segurança publica nesse estado. Já a situaçao salarial dos servidores públicos estaduais é barnabelizante, parece um colcha de retalhos emendada por penduricalhos e arrochos.
Em resumo:
Geraldo(segup), Sales(segup), Ivete(pronasci), Luis (pm), Justiniano(pc) PEÇAM PRA SAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIR!!!!!!!!!!!!!!!!!!
INCOMPETENTES!!!!!!!!!!!!!!!!1
Meu amigo Walmir, não se desespere. No dia do Círio bateram a carteira e levaram o celular do secretário de SEgurança. Não precisa dizer mais nada.
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