Tudo indica que o crash de 2008 decretou o fim da atual etapa de predomínio conservador na história do pensamento econômico - pelo menos até que o pêndulo volte a oscilar. Foram cerca de quatro décadas de desregulamentações, de esforços no sentido da redução da presença dos governos na economia e de renovação da crença de que os mercados, livres de interferências dos governos, são os promotores superiores da eficiência, da estabilidade e, enfim, do desenvolvimento.
Não surpreende que o longo período de estreita vigilância sobre a "a apropriação privada dos recursos públicos" – mote a que os neoliberais reduziam toda e qualquer tentativa de aplicação de políticas afirmativas, seja no campo produtivo, seja no campo social – esteja chegando ao fim com a maior apropriação privada de recursos públicos de que o mundo já teve notícia. E que a intervenção, de proporções inéditas, tenha sido decidida e executada por governos conservadores. A História, afinal, é um tecido costurado com a linha das ironias. Sinal da crise das idéias econômicas neoliberais, a velha e surrada expressão "agora somos todos keynesianos", a que os conservadores lançam mão para legitimar a hipocrisia do recurso à intervenção salvadora, está de volta.
Na íntegra aqui, por José Paulo Kupfer
2 comentários:
Juvêncio, meu caro, a desculpa dos banco, da queda dos preços dos imóveis, é a mesma da crise de 1929.
Também após a crise de 29, houve uma maior regulamentação da economia dos EUA, que possibilitou a saída da crise. Acredito que a falta de regulamentação sempre leva a esse tipo de crise, ciclicamente, e que o Capital sempre capta os "liberais" de plantão para defesa da tese do governo minímo, com variações de nome, de acordo com a época, e que quem prega o liberalismo, a partir de agora não tão "neo", ou é manipulado ou manipulador, para ficar em um nível civilizado de conversa.
Me espanta sobremaneira que os liberais cobrem do Governo, no congresso nacional, como visto ontem, um Estado Mínimo, mesmo com as evidências expostas como uma fratura, de que tal forma de governo pouco ou nada tras de benefício para a população em geral.
Bólogo Lacerda, amigo, é mico em cima de mico, conquanto que a patuléia "vire a carta", e só assim.
Estou aguardando o encontro, com ou sem o mano "pregador de furos"...rs.
Por sinal, sumido.
Abs
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