Na coluna de Hiroshi Bogea, edição de hoje da folha sobrancelhuda.
Proteção privada
Por sugestão do deputado Giovanni Queiroz (PDT), grupo de pecuaristas organiza a coleta de 2 reais por hectare de terra, de cada dono de propriedade rural, para fazer um fundo destinado à contratação de uma empresa de segurança, a fim de garantir os imóveis contra as invasões. No estágio em que se encontra atualmente o clima no campo, eles acham que o Estado brasileiro não consegue conter a onda de banditismo vigente
13 comentários:
O Hiroshi est� redondamente enganado. N�o � que os produtores achem que o estado n�o tem condi�es de conter o banditismo. A verdade � que os produtores tem certeza de que o governo do estado e o Incra apoiam as invas�es de terra e as safadezas que os invasores perpetram. E, por isso, resolveram montar sua propria pol�cia e partir pro pau. Esse neg�cio vai acabar muito mal. Eldorado do Caraj�s vai ser fichinha diante do que est� se armando.
Querido,
esse assunto é terrível. Sempre meço mihas palavras quanto a questão é o uso e a posse da terra, mas, é um exercício difícil.
Personagens que hoje cobram a ação do Estado, eram tão felizes quando esse mesmo Estado por conivência ou omissão, permitiu a grilagem, a expulsão e os assassinatos no campo! O dramático é que pagaremos todos, por muito tempo ainda, o preço dessa fatura.
Bandoleiros armados por grileiros e fazendeiros eram tão comuns quanto as castanheiras na beira da estrada. As castanheiroas se foram e os bandos agora são legalizados e uniformizados pelas "empresas" de segurança.
Terrível também é constatar que ninguém acerta o passo na questão: nem o Estado, nas suas três instâncias, nem o movimento social. Esse, transpôs para o sul e sudeste do Pará as invasões, absolutamente corretas no sul do país, onde a grilagem extinguiu as terras públicas, mas quase sempre ineficiente e mortal aqui, onde o estoque de terras públicas federais e estaduais garantiriam terra e trabalho para todos e o recurso à invasão deveria ser o último e não o preimeiro.
A última vez que fiz esta "contabilidade" foi em 1998 e o INCRA detinha cerca de 700 mil hectares de terra em "estoque" somente no Pará. Eram dados oficiais e disponíveis no site do órgão, que hoje não os divulga mais.
Do lado dos trabalhadores, a fatura da ineficácia institucional já custou tantas vidas e destruiu tantas possibilidades de desenvolvimento que não me interessei mais em atualizar as contas.
Do lado de lá do campo, sei que hoje o joio não é maior do que o trigo, mas misturam-se desesperadamente, em diversos momentos, pela recorrente omissão e conivência de quem deveria definir as regras e fazer com que elas fossem claramente apreendidas e cumpridas.
Eu nunca consegui engolir direito a expressão "conflito fundiário". No Pará o que temos é a "desordem fundiária". Seus resultados é que se transformam em conflitos.
Beijão
É Bia, uma parte de suas palavras "está escondida" no post Quadrilhas Ameaçam no Sul do estado, de ontem.
A desordem tem que ser enfrentada, e a paz tem que chegar.
Arre!
Bjão
Das 10:36, vc não pode provar o que afirma. Mas os fazendeiros já estão provando...do seu próprio veneno.
Juvêncio, já que perguntar não ofende, pergunto: onde diabos está presente o Estado brasileiro, na área de segurança? Não está nos morros cariocas, onde grassa o tráfico; não está nas fronteiras, tanto secas quanto marítimas, por onde entram o contrabando e as toneladas de cocaína vindas dos países produtores; não está no campo, onde a tensão dos conflitos agrários é enorme e produz cadáveres e, agora (?), milícias privadas; não está nas periferias das grandes cidades, cujas estatísticas aumentam à medida da pobreza do entorno urbano das metrópoles... onde está, afinal?
Ainda há o que piorar? Aliás, como conseguem piorar o que já era horroroso?
Estado não é para defender apenas as elites. Reivindicar polícia para resolver conflito de terra já vimos no que deu.
Perguntem para quem já teve entes queridos assassinados por pistoleiros destes senhores. E o banditismo da grilegem, do escravismo, do roubo da madeira, do enriquecimento ilícito e da criminalização dos movimentos sociais, quem vai combater.
Querem comparar quadrilhas com sem terra para confundir a opinião pública.
Meu Deus do céu, onde nós chegamos.Nós políticos,
somos todos incompetentes e resposáveis por tudo isso que está aí.Não é só esse governo o culpado. Isso vem lá de trás.
Vic Pires Franco
Então, Vic. Seja honesto entregue o mandato. Comece por você.
Gente, tem razão quem diz que os monstrinhos encapuzados são criaturas dos fazendeiros. Beleza. Dai achar bom que eles se voltem contra seus criadores, metendo legiões pobres e interesseiros na linha de tiro é outra coisa.
O Estado tem que valer para todos. Foi justamente pela falta de estado que a região virou o que virou. Inviadia-se e se expulsava à bala, por falta de estado.
Não dá para ver graça nisso.
Pior é saber de um deputado que sugere a criação de milícias particulares. Ele deve também apoiar a criação de justiceiros urbanos e vibrar com as peripécias dos esquadrões da morte. E para esse tipo de parlamentar não existe Comissão de Ética?
Pois é, anônimo das 5:11, invadia-se e expulsava-se a bala, por falta de estado. E estes mesmos agora querem que o Estado os defenda. Então, se o Estado tem que valer pra todos, que se comece por elencar quem tem posse ou propriedade legal da terra e que esse mereçam a proteção do Estado. Quem transformou autorização para explorar castanhal em propriedade e destruiu os castanhais para botar gado, quem tomou terra de outros a bala, que vão cantar em outra freguesia
Para o das 8h17:
O que você sugere? A Lei do Talião?
Continuo torcendo à favor de todos. Estado é o remédio. Bala, não, meu irmão.
Este blog é pró- Valéria.
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