Violas e Pães

Derramaram-se em auto elogios as folhas paroaras por suas edições do Círio, o Diário na segunda, 15, e o Liberal na quinta, 17. Policromias de alta qualidade, papel de primeira, películas especiais e outros quetais foram alvo de notas nas colunas âncora dos jornalões.
Ficaram devendo, todavia, no conteúdo.
Quem vende papel é papelaria, quem vende tinta é armazém. Jornal vende informação.
Resultado: por fora belas violas, por dentro pães bolorentos.
Salvaram a pátria das edições a prefeitura de Nova Déli, a Assembléia Legislativa e o governo do Pará. Este despejou oito páginas e meia páginas de mídia.
Mas - é só uma sugestão - o governo deveria cruzar o volume da mídia com as tiragens, afinal o Diário não vende dezesseis vezes mais que o Liberal.
Transparência, na comunicação pública, é mais do que seguir os trâmites da legislação ou respeitar os limites do orçamento: é universalizar a informação, coisa que não rola quando determinadas informações saem apenas num ou noutro veículo. Ou, como no caso, dezesseis vezes mais num, que no outro.
Isto sem falar na produtividade da mídia, que ao sair muito mais num jornal do que em outro, torna-a mais cara, porque menos eficiente.
Aliás, a eficiência é outro critério importante de qualquer investimento em mídia, principalmente a pública.
Se nada disso bastasse, restaria o respeito ao leitor, que nada tem a ver com as alianças do governo ou seu contencioso político-jurídico.
Na área privada, onde não pontificam razões de Estado, a Yamada, a pretexto da Supernorte, a feira do setor supermercadista, deu um sôpro no caixa do Liberal, com página e meia.
Já dá prá pagar o pendurado com os baderneiros.
Ou encher o tanque do jatinho e dar um pulo nos States.