24.5.07

À Mesa, Com a Vale

A CVRD anunciou ontem em Nova Déli - através de sua Fundação - um estudo sobre as potencialidades econômicas do sudeste paraense.
Poucos minutos depois de entrar no site do Diario do Pará, a matéria foi enviada para o Quinta às 02:38 da madrugada, sob a forma de comentário, pelo poeta, jornalista e advogado Ademir Braz, crítico atento e contumaz das ações da companhia na região.
Foi respondida 14 minutos depois: o blog não dorme no ponto.
A divulgação do estudo uma semana após o placebo do IPEA é significativa: a CVRD também não dorme no ponto.
Pelo que foi divulgado, o óbvio é confirmado pelos números: o sudeste é a mesoregião que mais cresceu nas duas últimas décadas, fato várias vezes comentado aqui no blog.
Além da capitalização dos benefícios decorrentes da oportuna divulgação do estudo, a CVRD teve o cuidado de trazer a griffe de uma consultoria com experiência na região, a Diagonal, além do sêlo da prestigiada UNICAMP e do NAEA, da UFPA.
Ótimas companhias, decerto.
Aguardemos a divulgação do estudo, para comentá-lo.
E seguiremos discutindo emancipação, como quer o poeta.
Ou, como prefiro, esquartejamento.

11 comentários:

Anônimo disse...

Juca querido,
a experiência da Diagonal é muito mais extensa do que sonha a nossa vã filosofia.

Ano passado, ainda no primeiro semestre, após reunião em Brasília, da qual participaram Romero Jucá, José Sarney e Jader Barbalho, além do presidente da CVRD, ela foi encarregada de outros "estudos" visando apoiar a vitória de candidatos no norte do país. Teve exito nos três estados onde concentrou suas atividades.

Beijão

Anônimo disse...

O comentário não tem nada a ver com a notícia acima. Mas aqui vai uma dica: é bom que o blog dêumaespiadinha no que de fato foram fazer um grupo de deputados da ALEPAno Rio Grande do Sul. Será que a missão foi mesmo discutir os problemas nacionais e o papel tão desgastado desse poder ou essa foi uma oportunidade de gastar o dinheiro público com farras e orgias sexuais??? fica a pergunta para averiguação.

Anônimo disse...

Bom dia Juca...
Geralmente emancipação é decorrente do esquartejamento...daí, eu prefiro o que pregam os poetas: o amor!
Vem bem antes de tudo!

um beijo.

Anônimo disse...

Juvêncio, faz essa ponte...

Admir Braz, caro poeta, há muito tempo que tento encontrar o LP (CD) do cantor WADA PAZ - Maleáveis e Flexíveis - não consigo, vc teria como ajudar...grato!

João Carlos
jocaroc16@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Minha cidade, minha vida
Ademir Braz
1

Assim como o pedreiro orienta
do ferro e da pedra o verbo exato;
como a lavadeira que os panos leva
aos girassóis da fonte matinal
e nos álveos de luz dispersa em cora
a seda orvalhada dos lençóis;
assim minh’alma disporei em pranto
até que tu, só tu, aurora minha,
raies sobre as velas do meu canto.

2

Entre as sombras que a luz semeia
de brilhantes, enredado em fluídos
ouço tua voz, cidade, acalentando
em pranto insones e perdidos.
Sobre o sono lânguido das rochas
ardem lírios brônzeos. Secretos
címbalos cintilam em vertigem:
é todo estilhaço pelos tetos
o mar luar silenciosamente.
Puro ouro em pó sobre a calçada
é teu soluço, córrego sem leito,
e que sentido tem a luz assim
esparsa e rara a transmudar-me o peito?

Eu vivo imerso para sempre neste
e nas coisas deste e dos outros mundos.

3

Há dias, porém, que me aborreço
até com que me aborreço. São
dias inóspitos, de fardos e farpas,
agravos e adagas; são águas terçãs
de agosto aquilo com que me aborreço.
São ácidos dias, cidade, quando
a vida, aos trancos, derrapa, trepida,
e a mão em chaga viva tece de urtigas
um manto sob o céu de pássaros e bruxas.

E troto então em tuas ruas várias
entre meninos sombrios e cães sem dono
e lembro, dos teus cantores, aquele
que chorou por ti no plenilúnio:
“Sofres: teu mal devora-te as entranhas;
há podruras que a seiva te empeçonham...”

4

A voz tonitroante - e inútil, cidade -
do poeta ressoa nos casebres
e na praça mouca dos poderes
(mas nem por isso cessarei o alarde).

Queria então falar de amores, cidade,
mas o amor não é tudo: não é paz,
nem crença, nem destino. Não é pão,
justiça, crime ou câncer. Nem terra
ou fome; cataplasma, água, ar, insônia,
nem bebida forte que os olhos doura.

5

Que fim levou a amada, cidade,
a dos olhos dourados e mãos camponesas
que um dia, ao fim do dia,
levou-me uma rosa entre os seios
e a promessa - já realizada -
de uma dor tão grande como nunca vista
em nenhuma teogonia? A amada
e a rosa eternizaram-se no espelho.

6

Vês? Tu e eu morremos um para o outro
diariamente. (Somos o que somos. E somos
apenas memória do que fomos).Tudo que sei
disperso neste coração legado às ventanias:
só trago no céu da boca, indissoluta,
a tatuagem invisível de tuas estrelas.
Sim, são ácidos esses dias,
quando até o amor se exila.
Então a poesia sai de mim aos gritos
e não sei senão das coisas que os pássaros
perdem, o mar deixado atrás, a negra noite
que se acumula na boca
entre versos de Neruda.

Anônimo disse...

O requerimento do deputado Carlos Martins, pedindo que a Câmara federal agilize a votação dos projetos de Decreto Legislativo dispondo sobre plebiscitos referentes à divisão territorial do Pará foi aprovado ontem na Alepa.

Anônimo disse...

Caro Juca, o estudo apresentado pela vale é um raio X completo de nossos pontenciais, e uma ferramenta espetacular de planejamento, que serve para nos orientar quais os caminhos a serem sequidos nesses proximos anos. Para se ter um a ideia, o estudo apresenta uma taxa de crescimento na ordem de 18%(maior que a china) aqui na região sul e sudeste do estado do pará. A pespectiva de crescimento populacional é de aproximadamente de meio milhão de habitantes até 2010, e em Parauapebas que hoje a população chega a 130 mil habitantes em 2010 é de 200 mil habitantes.
Tambem é um fator de preocupação quanto as ferramentas a serem usadas para incorporar essa gente todo em politicas publicas eficientes e que melhore a qualidade de vida.

Unknown disse...

Meu camrada Wanterlor, é sim.
E CVRD deu uma adinatadaaopatrocinar o estudo, que deve chamar atenção para os cuidados necessários, como vc diz, para receber essa demanda dos próximos anos.
Minhas ressalvas dizem respeito, apenas, à trsansposição desses dados como justificativa para o esquartejamnto.
Mas vou apanhar calado (rs) até que os estudos, todos, principalmente o da FGV venham á lume.
Emquanto isso vá mandando!
Beijo prá voce.

Anônimo disse...

Começam a aparecer as digitais... CRVD... sojeiros... aves frívolas e peraltas de todo o matiz. Instrumentos e diagnósticos para nossas riquezas existem desde que terminou a segunda-guerra mundial. Não é esta a questão. O foco é outro e está em se desenhar um projeto de desenvolvimento que corrija as causas que alimentam essa história separatista.
Cabe perguntar porque esse frevo de estudos agora. Acaso estão se preparando para o ressurgimento do IDESP?

Anônimo disse...

É verdade meu Camarada! Esse estudo em vez de servir de uma ferramenta de planejamento para região. Pode servir como justificativa para criação do Estado de Carajás. Não conheço as informações do IPEA, mas conheço os estudo apresentado pela FVRD e a UNICAMP e pelo volume de informações acredito que são mais uteis tanto para os municipio e estado quanto para quem quer dividir o estado. Alias, deveriam ter usado esse estudo da FVRD em vez do outro, ai quem sabe os argumento seria mais convicentes.
Mais minha preocupação é que os arautos da separação não tem outros projetos. E enquanto esse estado não sair, quais as politicas publicas que serão praticadas na região para miminizar os impactos sociais que esses grandes projetos trazem a reboque?
Beijos

Anônimo disse...

Simon diz: O trem da Vale só serve pra duas coisas: Na IDA, leva nossa riqueza, na VOLTA, traz a pobreza do Maranhão. Com passagem de vinda paga pelo Gov. do Maranhão e tudo!!!