7.5.07

Última Parada

Nunca, em tempos recentes, esteve tão grave a situação fundiária no sudeste do Pará.
As lideranças do movimento sem terra perderam o controle do movimento, e os fazendeiros perderam o juízo.
O governo não pode perder o bonde!

6 comentários:

Anônimo disse...

Juca querido,

a conflagração no sudeste do Pará já é quase atávica.

É importante que o atual governo perceba fatos que, quando na oposição, fazia questão de ignorar, porque era estratégico criticar exclusivamente o governo do Estado.

Desde a edição do decreto 1.164, que embora revogado não surtiu efeitos até agora -e o Dr. Paraguassú Éleres, paladino desta questão sabe do que falo - o Pará foi expropriado em cerca de 70% do seu território, que passou à jurisidção da União, sob seus diversos entes - INCRA, IBAMA, FUNAI, Ministério da Aeronáutica, áreas de fronteira e que contribui d[ecada após década para o aprimoramento do caos.

A gestão fundiária do estado, naquela região, está quase restrita a nesgas de terra - Gleba Itacaiúnas e Gleba Ampulheta - e as áreas de conflito, nos últimos 20 anos, estão sob jurisdição do INCRA. O atual Governo terá que contar com muito mais do que convênios de boas intenão, acordos de cooperação técnica e etc. para conseguir interferir nesta gestão, especialmente quando cabe ao MDA e ao INCRA as benesses dos créditos fundiários, das cestas básicas, etc...


Além dos que demandam terras , há os que, assentados há séculos, não têm condições mínimas de vida digna, o que facilita o abandono da terra, a busca por novas áreas, e, o que é pior, a reconcentração fundiária para os "fazendeiros" que compram áreas contíguas dos ocupaantes, e formam fazendas de 2, 3 mil hectares, e os órgãos fundiários são os únicos que não enxergam este processo.

É curioso observar que o famoso PAC destinou à REGIÃO NORTE ( sabe-se lá o que vem para nós!) na ação " APOIO A MELHORIA DAS CONDICOES DE HABITABILIDADE DE ASSENTAMENTOS PRECARIOS", 26 milhões, enquanto apenas para Região SUDESTE estão destinados 102.300 milhões!

Assim, coração, o jogo não empata jamais. Resta saber se com tantos aliados lá e cá vamos equilibrar essa balança injusta.

E, deixar de ser estilingue e passar a ser vidraça é muito saudável. Impõe a todos um pouco mais de generosidade e seriedade política.

Beijão

Unknown disse...

"E, deixar de ser estilingue e passar a ser vidraça é muito saudável. Impõe a todos um pouco mais de generosidade e seriedade política".

Esta é uma lição que os partidos aprendem a duras penas, as penas que a sociedade conhece, governo após governo.
No sábado recebi um amigo de Canaã, que almoçou comigo. Ele anda preocupadíssimo. Diz que nunca viu uma situação igual.Ou assentam, ou vão sentar em cima do formigueiro.
E Ana Julia não pode falhar nessa questão da terra.
Beijão.

William Bayerl disse...

E o pior Juca é que o Movimento não está mais desaforado ainda pq o custo das invasões é elevado.
Uma liderança me confidenciou que na Fazenda São Marcos, a brincadeira iria chegar na casa das centenas de milhares e ele andavam descapitalizados no momentos (só ñ entendo pq, afinal nunca se repassou tanto para as ONG´s).

Outra situação a ser vista, é que segundo informações dos fazendeiros aqui, o clima só não ficou pior pq a Governadora garantiu que iria tirar os invasores, mas deu um balão nos caras e agora só qdo a justiça se manifestar é que algo poderá ser feito.

Unknown disse...

Acabei de passar no Expressões, Bayerl. Mas que maldade com a torcida do santos...rs.
Está prometido para o dia 20 o início das operações de reintegração na região.

Anônimo disse...

Juvêncio,
Com ações de vandalismo e banditismo, como esta, que o MST deflagrou no último final de semana ateando fogo em duas carretas e proibindo as pessoas de passarem por duas estradas estaduais e ameaçando quem tentasse negociar a passagem à situação só pode é piorar e muito. Vivemos em um país democrático, mas abusos iguais a esses não podem ser tolerados por ninguém muito menos pelas autoridades, isto tem que ter um basta se não daqui a algum tempo eles estarão invadindo lojas como a yamada só por que eles são empresários bem sucedidos isto não existe.

Anônimo disse...

A Reforma Agrária deve ser um programa público promovido pelo Governo com base na aplicação da Constituição Federal para combater a concentração da propriedade – por meio da desapropriação e da indenização aos fazendeiros –, e democratizar o acesso a terra, que é um bem da natureza e que deve estar a serviço de toda população, não apenas de uma minoria.
O programa deve também organizar e promover a sustentabilidade dos assentamentos, uma vez que, o Estado tem a responsabilidade de garantir aos cidadãos e cidadãs, acesso democrático e igualitário ao emprego, à moradia, à educação e à saúde. Todos garantidos pela nossa Constituição.
Nos últimos anos, pouco ou nada foi feito para uma verdadeira Reforma Agrária. Os governos têm dado prioridade ao modelo agrícola do agronegócio, baseado na grande propriedade “modernizada” que usa elevadas quantidades de agrotóxicos, gera poucos empregos e produz somente para exportação, esquecendo a soberania alimentar.
O modelo agroexportador recebe vultosos investimentos em crédito dos bancos públicos, principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, não paga quase nada em impostos, graças à Lei Kandir. Ou seja, recebe muito dinheiro, paga poucos impostos e não tem nenhum compromisso social ou com o desenvolvimento nacional. Esse é um benefício que nenhum trabalhador, agricultor, comerciante ou industrial tem no país. É um benefício dado apenas para as grandes empresas nacionais e estrangeiras.
Aos pobres da terra, restam apenas as medidas de compensação social, como o Programa Bolsa-Família, o assentamento em projetos de colonização na Amazônia – distante dos principais mercados consumidores –, ou em lotes vagos em assentamentos antigos.
Por isso, nesses últimos 12 anos, a concentração da propriedade da terra continuou a crescer e agora com um agravante: o capital estrangeiro das grandes transnacionais também está comprando muita terra! Querem implantar grandes áreas de monocultivo de eucalipto, soja e cana-de-açúcar para obter lucro e atender apenas aos seus interesses. Deixam a depredação do meio-ambiente, o desemprego e a pobreza para os brasileiros.