Um amigo santareno, Jota Ninos, é jornalista e escrivão judicial.
Tem assento - com todo respeito, é claro - no Fórum da Pérola, mais precisamente na Vara Criminal. Toda semana manda releases ao blog sobre os reús daquela comarca.
Hoje ele mandou uma história de pistolagem.
Vamos a ela.
O Tribunal do Júri da 6ª Vara Penal volta a se reunir nesta sexta-feira, 18/05, sob a presidência do juiz Carlos Gustavo Chada Chaves, para julgar Zilcar de Holanda Neto, vulgo "Quixadá", cearense, hoje com 46 anos, acusado de ser matador de aluguel e responsável pelo crime de encomenda contra o policial Carlos Alberto Alves da Rocha, o popular Carlinhos, crime ocorrido em 24 de abril de 1990.
O caso teve repercussão nacional à época, por ter envolvido como mandante do crime o empresário, já falecido, e ex-prefeito de Itaituba, Wirland Freire, que acabou sendo impronunciado neste caso (ou seja, não foram encontradas provas suficientes para levá-lo ao banco dos réus).
Zilcar era foragido e há três anos foi preso no Ceará, onde também aguarda julgamento por outros crimes, devendo ser recambiado da penitenciária de Quixadá para participar do júri em Santarém. O outro pistoleiro que participou do mesmo delito, Heraldo de Castro Matos, foi condenado a 18 anos e 7 meses de prisão em júri realizado no ano de 1994 no fórum de Santarém, e estaria cumprindo sua pena em cadeia do Ceará onde já havia sido condenado por outros crimes do mesmo tipo.
Policiamento – O juiz Carlos Chada deve solicitar reforço no policiamento do Fórum de Santarém, inclusive com controle na entrada do salão do júri e detector de metais. Há informações de que está sendo preparada uma manifestação pelos familiares da vítima.
Carlinhos era escrivão de polícia e desportista, mas atuava como Comissário na delegacia e foi morto quando saía de sua casa, no conjunto Estrela D´alva, alvejado por três tiros à queima-roupa desferidos por dois homens que o aguardavam de tocaia. O crime foi presenciado por sua filha Aloíse, à época com nove anos, e a esposa Maria Santana Salgado da Rocha, além de outros vizinhos.
A vítima teve um desentendimento com o empresário, à época, surgindo daí as suspeitas sobre sua participação, principalmente depois que os dois acusados foram capturados numa fazenda no Tiningú, de propriedade de Wirland Freire. Os dois teriam sido contratados por outro famoso pistoleiro chamado Manoel Dias Aragão, ex-PM, que também era conhecido pela alcunha "Monstro de Goianésia" por ter participado de uma chacina nessa cidade goiana, anos antes deste caso e que estaria morando na mesma fazenda.
Quando da captura dos dois acusados, Aragão teria enfrentado a polícia e foi morto com 40 tiros. O preço do contrato teria sido de cem mil cruzeiros (moeda da época), mas os dois teriam recebido apenas três mil cruzeiros, antes de serem presos.
9 comentários:
O nosso cometarista confundiu Goianésia com Goiás.
O "Cabo" Aragão era famoso na região de Marabá e São João do Araguaia como pistoleiro e contratante de mortes e a chacina de Goianésia, foi ali mesmo, na nossa Goianésia, na antiga PA-70, caminho de Paragominas.
Beijão
Caros Bia e Juvêncio,
Engano por engano, a "nossa" Goianésia, a do Pará, não fica na BR-222 (antiga PA-70), mas na PA-150, entre Jacundá e Tailândia, mais precisamente na altura da rodovia PA-263, que liga a PA-150 às cidades de Breu Branco e Tucuruí.
Bia e Ninos, o caro anonimo das 8:42 tem razão. Goianésia fica na PA 150, neste entrocamento.
Tem uma churrascaria lá que manda uma macaxeira assada na manteiga que é de comer de joelhos, como diz a Rejane Barros, da Troppo.
Muito bem lembrada a churrascaria, Juva.
Só que a macaxeira não é assada. É frita.
rsrs...é que eu já recebi no quarto do hotel, delivery...rs
Mas que é boa é sim.
Desculpem minha falha. Realmente a Goianésia citada em meu texto é do Pará. Acho que por um lapso geográfico e em meio a tantos processos, acabei viajando no radical da palavra e pousando em Goiás...rsrsr
O Ex-PM Aragão era meu tio. Na época eu morava em Belém. Ele foi algumas vezes nos visitar. Cresci com ele morando em casa. Era lutador de capoeira e se exercitava com "ferros". Depois ele sumiu, fui saber que ele andava aprontando pelo sul do Pará. Quando aparecia em casa era com outros caras mal-encarados e portava sempre uma bolsa cheia de armas e um chapéu de vaqueiro, acho que era para não ser reconhecido. Fui morar no Rio de Janeiro na casa de um tio irmão dele. Lá fiquei sabendo da morete dele, Meu irmão estav na fazenda com ele e quase morre também. Ele plantou o que colheu e colheu o que plantou.
Esse cara foi um dos elementos mais perigosos que já apareceu por essas "bandas" de Itaituba...São muitas as histórias de matança praticada por esse elemento. Ele deixou um rastro de sangue na cidade de Itaituba...Segundo as informações de pessoas mais antigas ele "trabalhava" para um empresário já falecido que também não tem uma história muito bonita por aqui...Ainda bem, que essa fase de assassinatos em grande escala em nossa cidade já acabou... Na época da garimpagem, Itaituba era uma cidade sem lei... onde quem mandava eram os poderosos auxiliados pelos seus pistoleiros...e o Aragão foi um desses que praticou várias atrocidades por aqui....
Por acaso voces conheceram um rapaz chamado Mauricio de Alcantara?Dizem q o apelido dele era Joseph Menguele.Terá sido ele desse bando?Procurem saber
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