25.4.07

Escola Padrão

De olho no PAC da Educação, o deputado Luis Cunha reforçou ontem, na sessão da AL paroara, a necessidade de aprovação do projeto de lei de sua autoria dispondo sobre a implantação da jornada escolar em tempo integral, em todas as escolas de ensino fundamental do Pará.
O líder do PDT quer nove horas diárias de permanência na escola e os estudantes terão acompanhamento do desempenho escolar, atividades culturais, artísticas, esportivas, e de lazer.

10 comentários:

Anônimo disse...

O caminho para avançar é a educação, sem dúvida. A ampliação da jornada escolar pode salvar crianças e adolescentes da violência, da fome e da exclusão social.

Anônimo disse...

Nota 10 para o deputado Luis Cunha pela sua iniciativa, e parabéns para o comentário da Franssinete Florenzano, perfeito.
Vic Pires Franco

Anônimo disse...

Não fosse a propota do Deputado tão ampla (em todas as escolas...)eu não me aborreceria e louvaria imediatamente sua proposição.

Mas, ando cansada pra caramba das festivas boas intenções dos nossos parlamentares.

A idade já me permite uma relativa intolerância com propostas que vão do nada a canto algum.

Assim, antes é preciso que haja escolas em todas as comunidades. Ou que aquelas que existem, melhorem seu desempenho. Ou que antes de terem seu período alongado, tenham condições de garantir a frequência atual.

Para tanto, é preciso que o Deputado verifique as condições de funcionamento (físico: água, carteiras e..telhado!!!), a merenda escolar, etc. etc.

Que fiscalize se os recursos destinados pelo FUNDEF estão efetivamente sendo aplicados nos municípios prioritariamente na educação.

O MEC divulga resultados de financiamento, avaliação de desempenho e outras informações por estados e municípios (www.mec.gov.br).

Uma olhadinha por lá faria com que o projeto do deputado tivesse um link com a realidade e não fosse apenas uma peça de boas intenções. Para ser educada.

Beijão.

Anônimo disse...

Bia, concordo com vovê, mas a intenção do deputado não é de se jogar fora, e isso já é um bom começo.
O governo Lula, por exemplo, está lançando um programa de educação que é uma verdadeira revolução. Tem tudo pra dar certo e merecer os nossos aplausos.
Acho que se gente não pensar grande e começar a desacreditar nas boas idéias, vamos acabar ficando pra trás.
Mas volto a dizer, você está coberta de razão no seu comentário.
Um abraço,
Vic Pires Franco

Anônimo disse...

Obrigada, deputado Vic Pires Franco. Bia, o projeto do deputado Luis Cunha dá prazo de 8 anos para que o governo amplie a jornada escolar. É bem pé no chão, não acha? Assim, o tempo integral começa naquelas escolas que têm estrutura para tal, e vai se estendendo progressivamente. Conheço as escolas públicas do Pará não através das informações do site do MEC, e sim por ter visitado centenas delas. Muitas estão completamente sucateadas, mas também há muitas que desenvolvem projetos político-pedagógicos (por iniciativa dos professores, da direção ou dos próprios alunos) interessantes que, na prática, já envolvem o aluno em dois turnos diários. O projeto, então, oficializa e dá condições efetivas para a continuidade e disseminação dessas atividades (três refeições diárias, por exemplo). Conheço o deputado Luis Cunha há 15 anos e sei de seu trabalho como educador, por isso acredito na viabilidade e na contextualização de seu projeto.
Precisamos parar de achar que, por não vivermos na Suíça, nossas crianças e adolescentes não têm como receber uma educação cidadã. Ao contrário, justamente para sair da miséria social, é preciso apostar na educação. Aí estão os exemplos da Índia e do Chile. No Reino Unido a “política de resultados” permeia a gestão educacional. As escolas têm autonomia (contratam e demitem professores), mas também arcam com a responsabilidade de atingir determinados patamares de eficiência. São acompanhadas, de perto, pelos Auditores de Sua Majestade, que avaliam e propõem correção nos projetos administrativos e pedagógicos. A reforma educacional inglesa buscou, dentre outras questões, responder à “quintuplicação da taxa de desemprego entre jovens”, o que “parecia comprovar a falta de preparo da juventude para o mundo do trabalho”. De se estranhar que essa reflexão – atualíssima - não aconteça na terra brasilis.
Não devemos ignorar a relevância e o significado da educação. No Brasil, a redução dos recursos para a educação, nos últimos anos, é dramática inquietante. Não por acaso, a Unesco recentemente registra o avanço no processo de desenvolvimento de vários países que tiveram a educação como foco principal. O elo comum a todos é que foi resultado da decisão política de oferecer recursos substanciais, em planos construídos e discutidos pelos governos com a própria sociedade, com a qual foi celebrado um verdadeiro pacto pela educação, dissociado da política partidária.
O Fundeb não corresponde às necessidades e aspirações da sociedade. O Plano Nacional da Educação, assim como os Estaduais e Municipais, não tem suas metas vinculadas a programas e orçamentos, nem a instâncias de gestão integrada, por isso sua contribuição é restrita ao plano das recomendações. É muito bem construído, mas não foi aquinhoado com a imprescindível decisão política para se tornar exeqüível. A questão não é “o que fazer” ou “o que se pretende” e sim “por que não é feito?!” O presidente Lula acaba de lançar o “PAC da Educação”. Agora não dá mais para recuar.
No Brasil fala-se de desemprego, de violência juvenil e da necessidade de políticas específicas para juventude. Essas questões, entretanto, ainda não tiveram o condão de impactar efetivamente o processo educacional e provocar uma revolução no sentido de atender de modo adequado a nossa realidade. O princípio constitucional de respeito às diferenças e de igualdade de oportunidades resta prejudicado, aumentando as chances de ampliação do fosso de desigualdade entre as regiões, na medida em que não se consegue universalizar o específico, nem dar especificidade ao que é universal.
O desafio, independente de ‘políticas e projetos da vez’, é transformar todas as escolas públicas em ideais. E para isto ainda não se achou fórmula diferente de investir recursos financeiros em estrutura física (prédios adequados, espaços equipados com tecnologia avançada e permanentemente atualizada), humana (professores, direção, técnicos e demais servidores capacitados e bem remunerados) e técnica (metodologias de ensino e gestão adequadas, permanentemente avaliadas e subsidiando os programas de formação continuada). A escola ideal oferece tempo integral, professores capacitados e bem remunerados; atividades complementares (dança, língua estrangeira, esporte, reforço escolar) e alimentação; é bonita, confortável, acessível (próxima das residências dos alunos). Temos que lutar por ela.
Juvêncio, perdão por me estender tanto e obrigada pelo espaço.

Anônimo disse...

Obrigada, deputado Vic Pires Franco. Bia, o projeto do deputado Luis Cunha dá prazo de 8 anos para que o governo amplie a jornada escolar. É bem pé no chão, não acha? Assim, o tempo integral começa naquelas escolas que têm estrutura para tal, e vai se estendendo progressivamente. Conheço as escolas públicas do Pará não através das informações do site do MEC, e sim por ter visitado centenas delas. Muitas estão completamente sucateadas, mas também há muitas que desenvolvem projetos político-pedagógicos (por iniciativa dos professores, da direção ou dos próprios alunos) interessantes que, na prática, já envolvem o aluno em dois turnos diários. O projeto, então, oficializa e dá condições efetivas para a continuidade e disseminação dessas atividades (três refeições diárias, por exemplo). Conheço o deputado Luis Cunha há 15 anos e sei de seu trabalho como educador, por isso acredito na viabilidade e na contextualização de seu projeto.
Precisamos parar de achar que, por não vivermos na Suíça, nossas crianças e adolescentes não têm como receber uma educação cidadã. Ao contrário, justamente para sair da miséria social, é preciso apostar na educação. Aí estão os exemplos da Índia e do Chile. No Reino Unido a “política de resultados” permeia a gestão educacional. As escolas têm autonomia (contratam e demitem professores), mas também arcam com a responsabilidade de atingir determinados patamares de eficiência. São acompanhadas, de perto, pelos Auditores de Sua Majestade, que avaliam e propõem correção nos projetos administrativos e pedagógicos. A reforma educacional inglesa buscou, dentre outras questões, responder à “quintuplicação da taxa de desemprego entre jovens”, o que “parecia comprovar a falta de preparo da juventude para o mundo do trabalho”. De se estranhar que essa reflexão – atualíssima - não aconteça na terra brasilis.
Não devemos ignorar a relevância e o significado da educação. No Brasil, a redução dos recursos para a educação, nos últimos anos, é dramática inquietante. Não por acaso, a Unesco recentemente registra o avanço no processo de desenvolvimento de vários países que tiveram a educação como foco principal. O elo comum a todos é que foi resultado da decisão política de oferecer recursos substanciais, em planos construídos e discutidos pelos governos com a própria sociedade, com a qual foi celebrado um verdadeiro pacto pela educação, dissociado da política partidária.
O Fundeb não corresponde às necessidades e aspirações da sociedade. O Plano Nacional da Educação, assim como os Estaduais e Municipais, não tem suas metas vinculadas a programas e orçamentos, nem a instâncias de gestão integrada, por isso sua contribuição é restrita ao plano das recomendações. É muito bem construído, mas não foi aquinhoado com a imprescindível decisão política para se tornar exeqüível. A questão não é “o que fazer” ou “o que se pretende” e sim “por que não é feito?!” O presidente Lula acaba de lançar o “PAC da Educação”. Agora não dá mais para recuar.
No Brasil fala-se de desemprego, de violência juvenil e da necessidade de políticas específicas para juventude. Essas questões, entretanto, ainda não tiveram o condão de impactar efetivamente o processo educacional e provocar uma revolução no sentido de atender de modo adequado a nossa realidade. O princípio constitucional de respeito às diferenças e de igualdade de oportunidades resta prejudicado, aumentando as chances de ampliação do fosso de desigualdade entre as regiões, na medida em que não se consegue universalizar o específico, nem dar especificidade ao que é universal.
O desafio, independente de ‘políticas e projetos da vez’, é transformar todas as escolas públicas em ideais. E para isto ainda não se achou fórmula diferente de investir recursos financeiros em estrutura física (prédios adequados, espaços equipados com tecnologia avançada e permanentemente atualizada), humana (professores, direção, técnicos e demais servidores capacitados e bem remunerados) e técnica (metodologias de ensino e gestão adequadas, permanentemente avaliadas e subsidiando os programas de formação continuada). A escola ideal oferece tempo integral, professores capacitados e bem remunerados; atividades complementares (dança, língua estrangeira, esporte, reforço escolar) e alimentação; é bonita, confortável, acessível (próxima das residências dos alunos). Temos que lutar por ela.
Juvêncio, perdão por me estender tanto e obrigada pelo espaço.

Anônimo disse...

Prezado Deputado:
em nenhum momno eu propus que se jogasse fora p]o projeto do deputado Luiz Cunha.
Quem sabe eu tenha me aborrecido ao ler as propostas do "PAC educacional" do Presidente e de ter visto ali que as prioridades são de longo prazo e de ...longa fé! Por exemplo, a informatização das escolas é um ítrm destacado, quando o próprio MEC tem estudos comprovando que alunos de escolas informatizadas e alunos das escolas sem informatização não apresentam diferença de aprendizado. Com isto não quero ser novamente mal interpretada: toda criança e adolescente tem direito à inclusão digital, mas antes disto, ela tem que querer freqqquentar uma escola que ,no momento, não a atrai.
As matrículas em refluxo no Brasil - tanto no ensino médio quanto no fundamental - há 4 anos comprovam isto.

Ou talvez minha alma reducionista preocupou-se mesmo com as escolas sem telhado, sem água, sem merenda, com professores trabalhando sem o menor apoio estrutural ou pedagógico.

Não penso pequeno, mas, sinceramente, dizia o Millor quando eu ainda tinha esperanças: livre pensar é só pensar. Porém, vou torcer pela aprovação do projeto, que aliás, é o que está em implantação na rede pública de São Paulo, por exemplo.

Um abraço.


Prezada Fransinette,

eu sei que o projeto é de longo prazo. Aliás, o Presidente Lula acaba de criar uma Secretaria de Assuntos de Longo Prazo...rsrsrs...coisa que só aqui é plausível.

Mas minha discussão não propunha imediatismos nem mágicas. Conheço as escolas do Pará desde 1977. Conheço-as no chão. Mas, o site do MEC apresenta avaliações - certamente com metodologia mais adequada para o centro-sul, mas ainda assim, nada desprezíveis - que deveriam ser levadas em conta, pois não acho que o Deputado tenha obrigação de conhecer todas as escolas de todos os municípios do Pará.

O que pretendi, e quem sabe pelo meu açodamento na preocupação, acabei não deixando claro, é que ao invés de pacotaçoes bem intencionados, o Projeto se ativese a etapas claras, de acordo com a realidade educacional do estado, o que o tornaria exequível e não correria o risco de ser rejeitado pela sua amplitude ou pelos velhos argumentos de que o Legislativo está criando despesas para o Executivo.

Um abraço

Anônimo disse...

Bia, ontem eu estava comentando esse projeto com a professora de francês Rosistela, da Seduc, uma dessas heroínas que se doam aos alunos. Ela me contou que, em janeiro de 2007, trabalhou 15 dias em tempo integral com as crianças do Batteka. Ficava de manhã e de tarde na escola (até às 15h0, 16h). Além das aulas de francês e informática educativa, pôde contar com a colaboração voluntária de dois professores de matemática (um deles está aprendendo francês) e uma professora de Artes.
No decorrer desses 15 dias, entre outras, ofereceram atividades esportivas e uma aula-passeio ao Centro de Belém e ao Cinema Olympia, onde os alunos puderam assistir a um desenho animado com temática de combate à poluição. Graças à boa vontade dos técnicos do Olympia, eles puderam visitar a sala de projeção e assim, descobrir como se projeta um filme.
Ela concorda que é possível, sim, trabalhar mais de um turno com os alunos. Claro que é necessário planejamento, adaptação na estrutura escolar e principalmente, valorização e formação dos professores,para que a aprendizagem seja significativa durante essa nova grade horária. Uma escola em tempo integral nunca poderá ser mais uma estrutura "para guardar os alunos enquanto os pais trabalham". Se você ler o projeto do deputado Luis Cunha, na íntegra, perceberá que ele detalha as providências necessárias, no limite de sua competência legislativa. A regulamentação, necessariamente, deve ser feita pelo poder Executivo, para respeitar as atribuições constitucionais. Se você me informar seu e-mail, posso enviar-lhe a íntegra do projeto.

Anônimo disse...

Prezada Franssinete,

a proposta é irrepreensível. garantir às crianças e adolescentes mais tempo de aprendizado, ampliando as áreas de conhecimento e, no caso brasileiro, tirando-as do risco das ruas.

Marta Suplicy, no seus dois últimos anos na Prefeitura de São Paulo, implantou os Centros de Educação Integrada. Escolas construídas especialmente - bonitas, funcionais - para abrigar atividades nos turnos da manhã e da tarde, incluido música, dança, teatro, etc. E, na periferia. Houve chiadeira na classe média, que esperneava pelo fato de pagarem uma escola privada para seus rebentos terem o que os meninos da periferia tinham de graça!

Torço pelo exito do Projeto do Deputado. Não tenha dúvidas disto.
Um abração

Anônimo disse...

Obrigada, Bia. Acompanho seus comentários no Quinta e já a admiro por seu posicionamento, sempre correto. Abração.