Não há muito o que comentar a respeito da matéria da revista Veja deste final de semana sobre a governadora do Pará.
É mais, muito mais do que um bom exemplo de péssimo jornalismo, se lá isso for. A incursão da matéria sobre a vida pessoal da governadora é grosseira, preconceituosa e solerte.
32 comentários:
Culpa da Mídia má?
Vamos fazer uma brincadeirinha de mural de colégio.
Os comentaristas do post retiram todo o tratamento grosseiro, preconceituoso e solerte do texto da Veja, deixando apenas os fatos, sem adjetivos.
Qual será o resultado?
Me desculpe o blog, mas todas as informações contidas na matéria são de interesse público.
Será que não temos o direito de saber quem são os nomeados pela governadora para importantes cargos no nosso estado , e quais as ligações pessoais de quem nomeia e quem é nomeado ?
Serve pelo menos pra gente saber que a governadora governa na contramão de tudo que pregou a vida inteira.
Estou certo ou errado?
Me desculpe o blog, mas todas as informações contidas na matéria são de interesse público.
Será que não temos o direito de saber quem são os nomeados pela governadora para importantes cargos no nosso estado , e quais as ligações pessoais de quem nomeia e quem é nomeado ?
Serve pelo menos pra gente saber que a governadora governa na contramão de tudo que pregou a vida inteira.
Estou certo ou errado?
Me desculpe o blog, mas todas as informações contidas na matéria são de interesse público.
Será que não temos o direito de saber quem são os nomeados pela governadora para importantes cargos no nosso estado , e quais as ligações pessoais de quem nomeia e quem é nomeado ?
Serve pelo menos pra gente saber que a governadora governa na contramão de tudo que pregou a vida inteira.
Estou certo ou errado?
É revoltante e lamentável a postura "jornalística" da revista Veja, que produz matéria contra a governadora e seus familiares. Que a revista fale da governadora e seus assessores, tudo bem, são pessoas que exercem funções públicas. É um direito e um dever da imprensa informar seus leitores. Se ela errou, façam-se as críticas.
Porém, quando a revista, para atingir esse objetivo, denigre e ofende a imagem e a honra da cidadã Ana Julia, mulher, filha, mãe, uma pessoa de luta e coragem, e também, quando a reportagem fala até do pai da governadora, um homem de 84 anos, e que sempre teve conduta íntegra e honestíssima na vida pública ai a coisa já ultrapassa todos os limites do tolerável e resvala para a sordidez, a pusilanimidade, a leviandade, o mau caratismo.
O Dr. Carepa ou Carepão, para os mais íntimos, como nós o tratávamos, foi "cassado" pela ditadura militar, juntamente com o governador Aurélio do Carmo, Hélio Gueiros e outros, por serem, na época, década de 50/60, homens públicos de expressão e que se posicionaram contra o golpe militar de 1964.
Estou enojado com a absurda pequenez dessa preconceituosa, covarde, mesquinha e anti-democrática revista.
A revista Veja, mais uma vez,conta parte da história da Governadora Ana Júlia Carepa,acredito que a SrªAna Júlia, por imcopetência não se tocou quando nomeou seus parentes,ex-marido e amigos para cargos importantes do seu governo,quiz seguir o exemplo do sombrancelhudo,acho que ainda há tempo para nossa governadora rever as cagadas que vem fazendo,caso contrário será a Pior Governadora que já governou este Estado,ganhando inclusive do Ex-Governador Jáder Barbalho e será a campeã de corrupção do PT no Brasil
Bem, tinha eu meus dez anos quando o golpe acertou o Carepão.Eles moravam lá no Jurunas, numa casa que levou - vou arriscar - mais de quinze anos para ser concluída.
Lembro que não havia rebôco ou piso nas sslas e quartos. Sequer na borda da piscina, onde treinei na escolinha de natação que mantinha a família, havia azulejos.
Eles não tinham carro, e iam duros prá escola. Tuca era meu colega de sala. Acredito que a cassação de Carepão foi mera perseguição.
Bom domingo prá voce, Anonimo das 11:10
A veja, todos nos sabermos que é tucana, isto tudo que fazem e a pratica de quem não aceita e sura dado pelo povo do Pará, entretanto vale lembrar que estes que dão munição ofensiva a nossa governadora contribuem para a este povo do Sul e Sudeste tratarem nos Paraense como indio e terra tupinique pois é assim que eles nos chamam.
O Anonimo das 9:19 está correto quando faz valer seu direito de ser informado, e das crítcas que a revista faz. Tem todo o direito.
Mas deve reconhecer, por certo, que a abordagem é preconceituosa e grosseira.
É a minha humilde opinião, e de quem ouvi comentários ontem e hoje.
É o que sempre digo. Se o eleitor, por um bom tempo, for pragmático e deixar de fora do governo o PFL e PSDB a gente recupera o papel da imprensa, da justiça e da polícia em fiscalizar os atos dos governantes. Pois, é sabido até pelo reino mineral, que com esses partidos no poder nada funciona, nem a justiça, nem a polícia e muito menos a grande mídia. Basta ver o que ocorre nos Estados onde esses partidos são governo, não há imprensa, justiça e polícia atuantes.
Mas o que vemos hoje não é o funcionamento republicano dessas entidades, mas sim, puro e simples revanchismo, que independente de suas motivações, ao fim e ao cabo, faz com que os atuais ocupantes do poder sejam fiscalizados.
Estarei errado em afirmar que, nós da elite que sempre tivemos os melhores estudos e as melhores condições de vida, ocupamos massivamente os cargos concursados na Justiça e na Polícia? São concurso difíceis e só os melhores passaram e passarão. Se o PT aparelha os órgãos do executivo, nós sempre aparelhamos o legislativo, o judiciário e a polícia. Meus amigos de Nazaré e Moderno estão nesses órgãos.
Agora, imagine um juiz canetando o lateral esquerdo do seu time de futebol da AP, um PF prendendo o goleiro do seu time da AP, ou um jornalista da grande mídia denunciando o centroavante. Mesmo que ele queira, a pressão vai ser grande. Vai ser taxado como traidor, será colocado no time reserva.
Então ficamos combinados assim: "Cada qual com seu cada qual". Nós fiscalizando e eles governando. Das duas uma, ou eles vão aprender a governar ou nós vamos aprender a fiscalizar.
Como diz o escritor português Antonio Lobo Antunes, morremos de desatenção.
Bjs.
Ao anônimo das 12:09
Vossa Senhoria tens razão, o papel nosso de eleitor e fiscalizar as ações dos que na realidade são nossos empregados, pois somos nos que pagamos seus salarios com a carga altissima de impostos, entretanto falar de forma grosseira com a nossa mandataria estadual e um derespeito ao povo paraense, pois os nossos federados do Sul e sudeste assim como do centro oeste acreditam que aqui jacare e cobra anda na rua e indio faz pagelanca também na rua, e essas pessoas que não tem a dignidade de aceitarem que são perdedores e que dificilmente voltaram ao poder.
PSDB e PFL fique na insiguinificacia que se tornaram tanto que a culpula destes dois partido nem lota uma Kombi.
Ao anônimo das 11:39 deves sentir uma revolta muito grande da vengonhosa derrota de seu grupeto que governou este estado por 12 anos, entretanto,não faz bem a saude cultivar odio.Outra coisa que acho que não se lembra e que os que até ano passado governaram ja beijaram as mãosdo Jader Barbalho mas o pior deles e o Dr. Honestamente Almir que virmos como acabou seu filhotinho, mas o dito popular tens razão filho de peixe peixiinho é.
Hà ia me esquecendo e o Simão Jatene foi o campeão de nepotismo era o jatene parentada.
Olha, se o Carepa Senior foi ou é rico, eu sou Bill Gates. A matéria é estúpida e preconceituosa sem limites.
Tudo na vida tem seu preço e este ditado vale para todos, inclusive para nossa Governadora Ana Julia Carepa que agora paga o preço da aliança feita com o Sr. Jader Barbalho o "incorrigível" durante as eleições 2006. Quero dizer que sou completamente contra a mídia expor a vida pessoal daqueles que ocupam cargos públicos e fico me perguntando onde acaba a vida pública da governadora e começa a vida pessoal. Acho que nem ela sabe! e isto ficou evidente quando nossa governadora utilizou o dinheiro público, no frete do jatinho que a levou para participar da colação de seu filho em BH, para honrar compromissos pessoais.
Uma ótima semana a todos que comentam aqui no quinta.
Sr. Quinta Emenda, o senhor acha que isso que vemos na Veja e nos nossos jornais em geral, é liberdade de imprensa?
Qdo a imprensa é controlada pelo poder economico estamos vendo uma manifestação de livre imprensa?
Nao vale respostas tipo é melhor isso do que censura.
Isso ja nao é censura só que do avesso?
Minha opinião está expressa no post.
à primeira vista a matéria pegou pesado. Mas depois de uma análise um pouco mais atenta, sem paixões políticas, vê-se que a revista quis fazer exatamente o que fez a goveradora: misturar a vida pessoal com a pública. Quando a governadora contrata o namorado para comandar o hangar do estado, isso ultrapassa a esfera pessoal para a pública. Quando emprega todos os ex-maridos, também. Oque a governadora faz de sua vida pessoal, desde que não seja com o dinheiro do contribuinte, nada temos a ver. Mas como banca mordomias familiares com nossos impostos, ai isso deixa de ser pessoal. Aliás o próprio PT sabe disso. Quem nao lembra das denúncias de nepotismo no governo tucano?
A materia da Veja é cruel, dura até. Mas só fez o que Ana Júlia já faz: misturar a vida pessoal com a função pública.
Mestre. Acabei de ler o rosário acima.
Para ser elegante. Reescrevo: Rosário. Não meu, não teu e muito menos do Carepão.
Vou insistir. A matéria é da Mídia má?
Como deixo minha opinião em praticamente todos os posts polêmicos aqui do Quinta, quando se tratam de política, não fugirei desse debate, mesmo sabendo que a minha, não é exatamente a mesma opinião de vocês.
Acabei de ler a matéria na revista Veja. Antes, li no Liberal.
A matéria tem importância sim, é claro, ou então somos todos hipócritas de carteirinha assinada. Como é que uma matéria que mostra um nepostismo danado, que toda a sociedade abomina, por parte da nossa governadora, não ter importância ? Quer dizer então que só era bonita essa discussão , quando as acusações vinham da combatente petista de oposição Ana Júlia? Agora que ela está no governo, é proibido tocar no assunto? É no mínimo gracioso.
O que está se confundindo é o estilo debochado do repórter ao abordar um tema tão importante. Aí, vocês estão cobertos de razão.
Na minha opinião, como jornalista, é que houve um exagero e uma forçada de barra na tinta da caneta do repórter.
Ele poderia ter feito a matéria com todas as informações contidas nela, mas com respeito a figura da governadora.
Para encerrar, me respondam uma coisa, como é que se faz uma matéria sobre nepotismo sem tocar na família ? Impossível !!!
Se tem nepotismo, tem família no meio. Se tem gente da família nomeada no governo, é nepotismo mesmo. E aí, como é que se faz uma matéria sobre o assunto ?
Outra crítica que faço ao repórter da Veja, é quando ele toca no nome do pai da governadora, deixando no ar algo que ele bem poderia investigar com mais profundidade e chegaria a conclusão de que foi uma perseguição política e nada mais.
Quanto a citação da cabelereira e esteticista contratadas como assessoras da governadora, não tinha como deixar de citar. Foi fato. E fato reconhecidamente errado pela própria governadora, exonerando as duas profissionais.
Para finalizar, sei do incomodo que uma matéria dessa causa, mesmo sendo tudo verdade o que está nela.
Agora, imaginem o que sentem as pessoas que são vítimas diárias dos ladrões da honra alheia e que tem seus nomes estampados no jornal do incorrigível Jader Barbalho, o parceiro número 1 da nossa governadora.
Nessa hora, todos se calam.
Obrigado,
Vic Pires Franco
deputado federal
Bem que mamãe dizia: quem com ferro fere, com ferro será ferido (a). Não gosto dessa história de agressões inescrupulosas, agora cansei de ouvir nos últimos anos nossa governadora ofendendo a muitos por interesses meramente politiqueiros.
Parece certo também aquele ditado: Pimenta no dos outros é refresco.
Espero que as lições sirvam para um futuro melhor, mais ético, responsável e coerente.
A Governadora Ana Júlia Carepa é
politica . Vamos deixar essa coisa de MULHER DE LUTA,MÃE,CORAGEM a campanha já passou, que o texto é grosseiro tudo bem, mas é mentiroso!
O Diário do Pará, certamente nos faz desconfiar sobre o que denuncia e sobre o que silencia. Bem como "O Liberal", que não deixa dúvidas sobre suas opções políticas.
Neste sentido, ambos são "ladrões da honra alheia". Mas existem outros "ladrões da honra alheia" que se aproveitam e se deleitam a cada dia mais, neste vácuo de informação a que os paraenses parecem condenados.
Não sei o que me enoja mais, em meio a tanto cinismo.
Essa é a questão, jornalista Vic. A matéria não foi escrita para discutir nepotismo. Foi escrita com o objetivo de destruir a imagem pública da governadora. Quanto ao veracidade das informações veiculadas, ao menos uma já foi desmascarada no blogue FLANAR, no post Flexa envenenada.
Permita-me lembrar ao jovem deputado e jornalista uma canção que ilustra muito bem o comentário que fez. De Noel Rosa:
Quem é você que não sabe o que diz
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
E concluo meu comentário com o seguinte conselho:
Quem tem por companheiros de partido o Senador A.C.M.(que dispensa apresentações), Senador João Ribeiro (pagou multa de 760 mil reais por trabalho escravo), Rodolfo Tourinho (acusado de gestão fraudulenta em instituição financeira), e outtros que frequentaram o escândalo dos sanguessugas, o escândalo das ambulâncias, etc., deveria ser mais comedido para fazer críticas do mesmo tipo a outros políticos de igual escol. E, veja, com isso não estou querendo dizer aquele ditado do dize-me com quem andas... Longe de mim tamanha grosseria. Deixo isso para quem apoiou e redigiu o texto contra a governadora.
Contudo, lembre-se que errar é humano, mas repetir os mesmos erros... A começar pela eleição d eDucimor Costa.
Anonimo das 10:16: a "denúncia" da Veja sobre Rômulo foi muito bem destruída no blog Flanar.
Ei, Juvêncio corre atrás da denuncia que a empresa do Edson Matoso, estaria recebendo dinheiro da prefeitura de Belém, para pagar alguns safados radialistas de Belém para só falarem bem do DUDURUDU.
Vamos deixar as paixões partidárias de lado e tratar o assunto com a seriedade que merece.
Por mais que o texto da reportagem não tenha sido dos mais felizes, nepotismo é coisa séria.
Enquanto não se votar uma lei completa no congresso nacional, abrangendo os 3 poderes, vamos continuar encontrando casos isolados como esse, que sequer podemos afirmar, ser ou não ser nepotismo.
Vou dar um exemplo: como é que ex marido pode estar enquadrado como um ato de nepotismo ? No máximo bondade, o que não é o caso da governadora com o Dr.Marcílio Monteiro, nem com o Dr, Romulo Paes de Souza, ambos técnicos com voo próprio.
Quanto ao namorado da governadora, sinceramente, só acho que tenha sido um ato impensado e polemico, mas não fora da lei. Agora, se o Dr. Mario Fernando tem qualificação para o cargo de administrador do hangar do estado , não tem pessoa melhor no mundo do que o próprio namorado da governadora para zelar pela sua segurança no ar.
Quanto ao título TURISMO OFICIAL, puro exagero do repórter. A governadora tem todo o direito de usufruir a residência oficial do estado em Salinópolis, e faz ela muito bem.
E a governadora se deslocando eventualmente para Salinas, é claro que deve haver uma estrutura logística para acompanha-la.
Pior seria se toda essa estrutura ficasse lá os 365 dias do ano sem ter o que fazer. Aí sim, seria motivo de pancada por parte da imprensa.
Com todos os governadores tem sido assim.
Quanto ao título LUXO COM O DINHEIRO PÚBLICO, já fiz as minhas considerações, e o importante é que o erro já foi corrigido por determinação da própria governadora. Mas que foi um erro gravíssimo, foi.
Deixo esse meu comentário complemento, sabendo que serei bombardeado pelos dois lados, mas não posso fazer nada. Esse é o meu jeito de fazer política.
Falo e escrevo o que penso e sinto.
Abraços a todos, tucanos, petistas e todos os ístas que fazem da política uma paixão de vida.
Vic Pires Franco
deputado federal e presidente estadual do DEMOCRATAS.
ak diz.
Deputado Vic Pires Franco: já que o senhor fala e escreve o que pensa e sente, por que não responde à pergunta desse humilde blogueiro sobre o que aconteceu na renovação da concessão da RBA quando o senhor era o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara ? Se o senhor não sabe qual é o blog referido, tenho certeza que o Quinta Emenda não se recusará a postar sua resposta.
Abraços,
Afonso Klautau
Respondo sim meu amigo Afonso.
Aliás, já deveria ter respondido há muito tempo. Me desculpe.
Vamos lá, é um pouco longa a resposta, mas vale a pena. Peço licença ao Juvêncio.
Em primeiro lugar, tudo, literalmente tudo o que está escrito pelo jornalista Otávio Cabral na matéria da revista Veja, é verdadeiro. É fato.
1. Quando assumi a presidência da Comissão de ciência e tecnologia no início de 2006, em substituição ao deputado Jáder Barbalho, que presidiu por todo o ano de 2005, recebi um relatório completo da situação em que se encontrava a comissão.
Os processos em andamento, as relatorias de projetos de leis pendentes, as pendências de distribuição de relatores para projetos de lei por parte do antigo presidente, e não se assuste, uma relação com o nome de 225 empresas com seus processos de renovação parados na comissão por falta da documentação obrigatória para a renovação de suas concessões. Todas estavam irregulares e já deveriam estar fora do ar.
E sabe quais eram e são esses documentos necessários para a renovação ? Certidões negativas de débito do INSS, RECEITA FEDERAL, FGTS, RECEITA ESTADUAL, RECEITA MUNICIPAL , entre outros.
2. Com esse relatório feito pelos técnicos da comissão, que tem sido uma rotina todas as vezes que um parlamentar assume a presidência, levei o assunto para plenário na mesma semana, sem ao menos ver os nomes das empresas, para não dizerem que eu estava tentando prejudicar ou ajudar empresas (e tenho como testemunhas todos os técnicos da comissão ). Eu queria também escapar das pressões, que com certeza seriam feitas por alguns proprietários dessas empresas.
3. Para minha surpresa, o espanto foi geral.
O plenário demorou a acreditar no que estava ouvindo. Foi uma reunião muito tensa, onde grandes nomes da comissão, como as deputadas Luiza Erundina, Mariangela Duarte. Os deputados Walter Pinheiro, Jorge Bittar, Orlando Fantazini, Alberto Goldman, Júlio Semeguinni, nosso atual presidente, entre outros, fizeram questão de deixar registrado em ata o desconhecimento do assunto e a urgente solução para o gravíssimo problema.
4. O plenário da comissão, por unanimidade, decidiu que o presidente avocasse para si todos os 225 processos, dando um prazo dilatado para as empresas regularizarem suas pendências.
Enviei para todas as 225 empresas um ofício explicando a decisão unanime da comissão e cobrando a documentação necessária, sem deixar de dar um prazo para as empresas.
Em menos de 15 dias, várias empresas atenderam a solicitação da comissão, enviando toda a documentação.
O bonito era ver a fila de empresas no balcão de atendimento da comissão, atendendo a nossa solicitação
5. Para a nossa surpresa e indignação, a presidência da república, a pedido do ministro Hélio Costa, solicitou a retirada da Câmara e devolução desses 225 processos que estavam esquecidos pelo ministério há anos. Engavetados !!
Segundo a exposição de motivos do ministro, seria para fazer com que as empresas regularizassem suas pendências ( o que já estava sendo feito ) e que posteriormente enviaria de volta ao Congresso as mesmas mensagens já devidamente enquadradas e sanadas na parte documental.
Não nos restou outra alternativa, a não ser devolver para o executivo todas as mensagens, porque de lá vieram. Isso foi em maio de 2006.
Uma surpresa que deixou todos os membros da comissão de cabelos em pé. Aliás, quase todos !!
Combinamos então de monitorar o andamento desses processos lá no ministério.
6. Passados 7 meses sem nenhum retorno de sequer um processo, fui cobrado por alguns membros da comissão, e encaminhei como presidente, um pedido de esclarecimento ao ministro Hélio Costa, sobre o andamento dos processos. Isso foi dia 12 de dezembro de 2006.
7. Entramos em recesso e nada nos foi respondido.
Sabe como é, Natal, ano novo e tudo pára e ninguém lê o diário oficial da união.
Nós é que pensamos.
Podemos até não ler o DO, mas as coisas andam direitinho quando há interesses do governo pelo meio.
8. Já em 2007, quando eu não estava mais na presidência da comissão, cobrei juntamente com diversos deputados, inclusive o atual presidente, uma resposta do meu requerimento ao ministro Hélio Costa. E nada.
Para nossa surpresa, semanas depois, descobrimos que durante a leitura do expediente, havia um grande jabuti em cima de uma árvore. Tratava-se da mensagem número 1.029 do presidente da república, autorizando a troca acionária de uma empresa chamada SISTEMA CLUBE DE COMUNICAÇÕES, no estado do Pará.
Até aí tudo bem, pois o executivo pode autorizar essa mudança acionária sem a obrigação de submeter ao Congresso Nacional. A única obrigação é informar a Câmara, e só.
Graças aos técnicos da Comissão, que nos alertaram, essa simples mudança acionária, era de uma empresa do deputado Jáder Barbalho e seus familiares. Saía o cotista Pedro Paulo Bastos, e entrava na sociedade o deputado Jáder, ficando dividida em partes iguais para os 4 membros da família Barabalho, Jáder, Elcione, Helder e Jader filho, as cotas da empresa.
Até aí uma rotina, até porque essa empresa, SISTEMA CLUBE DE COMUNICAÇÃO, de Marabá, não estava na relação das 225 empresas irregulares. Muito pelo contrário, estava literalmente em dia com suas obrigações com os órgãos federais, estaduais e municipais. Uma empresa bem pequena.
9. Feito isso, o que fez o deputado Jáder com a ajuda inestimável do seu colega de partido, ministro Hélio Costa? Transferiu a outorga da RBA, uma das 225 empresas com dívidas monstruosas junto ao fisco, portanto sem condições nenhuma de emitir as certidões negativas obrigatórias para a renovação de outorga, para a empresa SISTEMA CLUBE DE COMUNICAÇÕES sem dívida alguma. Tudo isso em apenas 7 meses !!! O normal, são anos de espera.
10. No dia 21 de dezembro de 2006, véspera do Natal, o presidente da república assina o decreto e manda publicar no diário oficial da união. Presentão de Natal esse hein !
Só para sua informação, ainda estão na lista negra de 225 emissoras, duas empresas do deputado Jader Barbalho, a Carajás FM e a Rádio Clube do Pará, mas acho que isso é café pequeno pra ele.
O importante ele já conseguiu. Renovou por mais 10 anos a concessão da sua RBA, atolada em dívidas com o fisco até bem acima do pescoço.
O problema, Afonso, é que a porteira foi aberta e todas as emissoras na mesma situação, vão querer fazer a mesma coisa. E já estão entrando no Ministério solicitando os mesmos benefícios concedidos ao deputado Jader.
A nossa sorte, é que a revista Veja fez uma matéria e mostrou que o Ministério Público Federal já solicitou a presidência da república para que torne sem efeito o decreto assinado pelo presidente Lula.
Aí a coisa vai pegar.
Mais uma vez, me desculpe por não ter respondido antes.
Um abraço meu ex chefe e amigo Afonso, e me desculpe amigo Juvêncio por abusar do seu espaço no nosso Quinta.
Vic Pires Franco
Para contribuir com o debate, posto esta moção apresentada pelo SINJOR-PA com a posição dos jornalistas brasileiros sobre o assunto:
Moção de Insatisfação
Destinatários: Comissão de Ciência, Tecnologia, Informática e Comunicação da Câmara Federal, Presidência da República, Ministério das Comunicações e
Ministério Público Federal.
Nós, jornalistas brasileiros, reunidos no 32º Congresso Nacional de Ouro Preto(MG), manifestamos nossa profunda insatisfação com o processo de renovação de concessões de rádio e televisão no País. Denúncias de jornais como a Folha de S. Paulo mostram que as leis brasileiras estão sendo atropeladas, deixando que emissoras continuem funcionando, mesmo com concessões vencidas e com
as empresas concessionárias em situação irregular com o INSS, FGTS e o fisco municipal, estadual e federal, ou seja, desrespeitando direitos trabalhistas e sonegando impostos.
O mais grave é que as empresas irregulares, que ganham inexplicavelmente uma segunda chance, são de propriedade de políticos ou de lideranças da radiodifusão.É profundamente revoltante que mais uma vez a troca de favores políticos norteie o processo de concessões, favorecendo a concentração dos
meios de comunicação.
Da mesma forma, o desrespeito continua quando se distribui concessões de rádios e televisões educativas também a políticos. Segundo a Folha de S. Paulo, nos últimos três anos, ao menos uma em cada três rádios foi parar, diretamente ou indiretamente, nas mãos de políticos. É preciso que seja garantido que estes canais fiquem nas mãos de quem tem, de fato, compromisso social com a educação e a cultura do País.
Como estabelece a Constituição Federal, defendemos que o interesse público seja a baliza utilizada pelo Congresso Nacional tanto para a renovação de outorgas
como para as novas concessões.
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