A propósito dos comentários ao post Saudades do Brasil, de ontem, escreve Lucio Flavio Pinto, autor do artigo linkado no post.
Caros leitores deste blog: Muito obrigado por suas mais do que generosas palavras, que me tocaram e me fazem escrever-lhes este bilhete. Minha história mostra (penso eu) que jamais pretendi a unanimidade nem o elogio nem a platitude olímpica.
O que busco - e prezo - é provocar raciocínios, estimular debates, induzir posições. Belém está uma cidade anêmica de controvérsias e idéias.
Quando surge uma polêmica, ela costuma ser chinfrim, medíocre, à base de ataques pessoais (justamente para minar a vontade do interlocutor). Os que remam contra a corrente e se opõem ao ego máximo e cidadania mínima em vigor são alvos de ataques raivosos, nem sempre restritos a palavras.
É preciso persistir, sim. Mas é necessário, sobretudo, que novos personagens se apresentem para segurar o bastão do revezamento. Há tanta gente inteligente e capaz na cidade. Por que não se apresentam?
Que venham se expor à chuva para testar suas capacidades e assumir o lugar que lhes cabe no desafio de salvar Belém, o Pará, a nossa região e o nosso país da autofagia em que nos achamos. Como naquele lindo poema de Drummond, sobre o combate com palavras, a luta parece ainda mais inútil quando muitos dos melhores sequer se apresentaram para o combate.
Que é muito duro, excessivamente duro para uns poucos que o enfrentam, mas vale a pena para as almas que, não sendo pequenas, são nobres e valorosas.
Um abraço cansado, mas amigo, do Lúcio Flávio Pinto
13 comentários:
Esse é o nosso paraoara Lúcio, sempre brilhante!
Valeu!
O Lúcio pode se orgulhar (mesmo não sendo unanimidade, ainda bem)de ser reconhecido em vida, pela sua postura, seu caráter e sua competência.
Lúcio Flávio está certo em tentar inflamar o povo a favor do Pará.
E eu reafirmo (mesmo sabendo que preciso fazer o mesmo): Apresentem-se!!
Grande Matheus!
A "convocacao" do Lúcio é pertinente. Contudo, no que se refere à política e ao debate da gestao pública, parece que o arranjo institucional que temos tem nos levado a uma "adverse selection", ou seja, os "homens de bem" e idéais nao sentem nenhum incentivo pra se apresentarem e participarem deste debate.
abracos
Ricardo
Mandou bem, Ricardo ( essa expressão não é mais de seus tempos no Brasil).
Mas acho que não demora, e mais deles começam a aparecer por aqui.
Já temos alguns deputados,o reitor, e muitos anônimos engalanados, mas algo enrustidos...eheh
Incentivo eles sentem sim, os pessoais, os recônditos, mas sentem pressões também.
Estado das artes. Vamos furar.
Estamos furando, aliás.
Abs
Pois é, fui ler o Akerlof no exterior e a "Selecao adversa" veio em Ingles. Desculpa! O interessante é que Stiglitz - que ganhou o Nobel de Economia junto com o Akerlof - apresentou um artigo sobre desenvolvimento ai em Belém, no encontro da ANPEC, no inicio dos anos 80, que já falava da selecao adversa.
ricardo
Cacête, acho que foi em dezembro de1983, no auditório do BASA. Eu estava lá.
Caríssimo Lúcio Flávio,
Caríssimo Juvêncio.
Resolvi aceitar o recrutamento proposto por você, Lúcio.
Pode não ser muito, mas não será tão pouco assim.
Posso alistar-me neste formulário de comentários?
Na minha opinião, vc já esta nele, meu caro.
Em ótima posição, considerando os limites de sua situação profissional, cujo respeito dá credibilidade à ela.
Abs. Alencar.
LFP, li sua resposta de hoje no diário sobre a ação civil de portel
verifique a lei n. 7.347/85, em seus arts. 13, 18, e art. 20, Par. 4o do Código de Processo civil, especialmente se a condenada for a fazenda pública. Talvez possa esclarecer suas indagações a respeito desse valor da causa de 200 milhões, não é?
abs
J. Rodrigues
Caro Lúcio! Caro Juca!
Compareço aqui para tornar público breves passagens do nosso off.
Infelizmente, Lúcio, tens razão sobre a mediocridade, que contamina da política à barraquinha de coco na praça (por mais incongruente que isso seja); da literatura à música e ao jornalismo; da arquitetura ao urbanismo; da universidade à economia.
Há uma sensação de abandono e desapego à inteligência, ao conhecimento. E tudo parece confortar; bastam-se, as pessoas, com um pouco de tudo pequeno (o que quer dizer quase nada), diante da carência muita. A estética do ruim transforma tudo num ridículo opressor, sufocante e cada vez mais ostensivo para onde quer que se aponte a vista e percepção alcance. Prevalece no lazer dominical da praça (e olhe que melhorou muito desde que se removeu as barraquinhas sem higiene que alimentavam a plebe na praça onde o Juca se frustrou, neste domingo, com o seu PT), no trabalho informal; no parlamento e nas medidas palacianas.
Na falta da polêmica sadia, da crítica e do estudo, a sociedade caminha para a sua definitiva mediocridade, sem liderança, comando, luz e inteligência.
Nélio Palheta
Caro J. Rodrigues. Obrigado pela iniciativa. Meu e-mail é jornal@amazon.com.br. Um abraço, Lúcio
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