5.2.08

Circuito do Crime

Por Lucio Flávio Pinto, na edição das bancas do Jornal Pessoal e no blog do Estado do Tapajós.

Por acaso o pistoleiro José Ubiratan Matos Ubirajara foi preso no Maranhão, em dezembro do ano passado. Ele tentava matar outra pessoa, em São Luís, quando foi preso. A polícia maranhense verificou que sua identidade era falsa.
Os registros da Interpol revelaram que ele era o perigoso Pássaro Preto. Foi um dos assassinos de dois dos irmãos Canuto. O terceiro, Orlando, também emboscado e levado para a execução, sobreviveu por milagre. O crime foi cometido em Xinguara, em 1990. Ubirajara foi condenado a 50 anos de prisão, mas fugiu da penitenciária estadual de Marabá quatro anos depois. Não por acaso.
O repórter Carlos Mendes fez uma grave denúncia em reportagem em O Liberal de domingo, 27: quase três mil condenados da justiça estão foragidos. É uma proporção recorde em todo Brasil: 30% do total dos apenados. Há fortes indícios de que a evasão ou a fuga, com ou sem prisão pelo meio, é facilitada; e que, uma vez lá fora, o esquema de crimes prossegue, às vezes com a cobertura do suposto agente da lei, quando não com a sua participação direta. A prisão do foragido costuma ocorrer quando ele vai delinqüir em outro Estado, sem a mesma cobertura do ponto de origem.
O retorno ao local do crime mais antigo não significa que ele cumprirá a pena, quando já sentenciado, ou ajustará suas contas com a justiça. É preciso romper esse círculo viciado (na verdade, uma quadratura) para que a impunidade continue a ser a regra de ouro da assustadora criminalidade no Pará.

5 comentários:

Anônimo disse...

Meu caro Juvêncio, no Pará tem bandido brincando pira, inúmeros sequestros acontecem, tiroteiros a inocentes. Tirando o sossego de muitas famílias. E isso td com apoio da polícia do estado. Na verdade, bandido fazendo bico de polícia é o que não falta por aqui.
O que falar da política pública de segurança? Bancamos os bandidos do Pará.
E não é só policia, é investigador, advogado, detetives e muita gente da elite da cidade que patrocina barbaridades contra seus adversários.
Belém, Pará, Bandidos.

Anônimo disse...

Enquanto isso, na "Liga da Justiça" , num imponente e revitalizado prédio da Av Alte. Barroso, dentro de uma impenetrável redoma de vidro a prova de povo...

Anônimo disse...

Enquanto não se instituir a figura do Caça Recompensas, dinheiro a justiça tem para pagar, os 3.000 foragidos estarão por aí exercendo suas profissões livres, leves e soltos. Sugestão extra seria o TJ publicar um site aos estilos dos mais procurados do FBI,uma consulta sobre esses "cidadãos", que não estão nos seus devidos domicílios, que é a cadeia!

Anônimo disse...

Caro Juvêncio, onde botar tanto bandido, principalmente os de colarinho branco, só mudando de planeta. Qual a saída? pelo menos a curto prazo, não sei sinceramente. Dizem os poetas que quando se muda o modo de pensar a sociedade muda também. Deve ser essa a saída.

Anônimo disse...

Alan, tentamos mudar de opinião, demos a oportunidade de um discurso demagógico que se dizia socialista, que viria para amenizar as desigualdades sociais, punir os bandidos, distribuir de forma mais igual a renda. Mas o que podemos constatar é que seja amarelo ou vermelho, quando se sente o ceheiro do poder, as ideologias caminham para ser a ideologia do dinheiro, da corrupção e do jeitinho brasileiro, ou seja, suborno.