29.2.08

Tailândia, Adeus

A Assessoria de Comunicação do deputado João Salame enviou release ao blog com informações sobre a reunião dos parlamentares ontem, em Tailândia.
Segue um resumo telegráfico.
O presidente do sindicato dos trabalhadores pediu dignidade e emprego.
O do sindicato dos produtores rurais considerou exagerado o aparato policial.
O do sindicato das indústrias pediu a liberação dos planos de manejo.
Todos foram unânimes em dizer que a fiscalização deveria ter vindo depois de políticas públicas para legalizar o setor.

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Mas o blog tinha um correspondente na reunião, que acrescentou informações.
Todos esqueceram de dizer que há anos burlam, ou subornam, ou intimidam, ou são aliados políticos da fiscalização.
Todos se esqueceram de dizer que usam o nível de emprego como álibi para o crime.
Todos acham que é possível encontrar saídas que atendam a todos os interesses. Não é.
Todos saíram como chegaram. Cheios de saliva.
Ninguém disse que Tailândia nunca mais será como antes.
E que o desespero vai continuar.

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Quem não gostou muito de ouvir as reclamações e críticas ao governo foi o deputado estadual Carlos Bordalo, do PT, que passou boa parte da reunião com a cara amarrada. Ao final, na hora do discurso, Bordalo pediu desculpas, em nome do PT e do governo, ao povo de Tailândia pelos transtornos que a operação de combate ao desmatamento tem causado.
Só faltou pedir desculpas pelo governo fazer cumprir a lei pela primeira vez, e dar garantias que o governo vai continuar enfrentando a predação e a ilegalidade. Este Bordalo...
Ninguém pediu desculpas pelos anos de crimes cometidos, pelo incêndio do forum, pelas ameaças à promotora, nem pela cachaça e maconha que patrocinaram na baderna que fez recuar as tropas da lei no primeiro momento da operação.

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A cidade estava tranquila, pelo menos durante o período da manhã, quando aconteceu a visita dos deputados, mas a escolta da comitiva estava empunhando armas, ostensivamente.
Comentários na cidade davam conta que uma equipe de tv estrangeira sofreu ameaças de morte. As estradas estão sendo patrulhadas por viaturas da Polícia Federal e há fiscalização permanente, com retenção de veículos em todos os postos da Polícia Rodoviária na região.

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O MPE deslocou com urgência tres promotores de Santarém para Tailândia.
Já partiram para a zona de conflito, num sinal do que vem por aí.

10 comentários:

Anônimo disse...

Caso seja exonerado, bem que o Fernando Coimbra poderia integrar a assessoria do Dep. Bordalo.Pois concordam em opiniões tanto no caso Pagrisa, como agora em defesa do "emprego" e "tranquilidade" do povo de Tailândia.
Que "espírito republicano" tem este Bordalo. Mas minha mãe diria que ele tem "espírito de porco".

Anônimo disse...

deslocaram às pressas promotores de Santarém para Tailânida?
por quê não enviaram os de Belém, Ananindeua, Marabá, que estão mais próximos?

Anônimo disse...

O Dr. Coimbra é o presidente do PDT no município de Belém, unha e carne com o deputado federal Giovanni Queiroz. A responsabiliade política pertence portanto ao deputado, seu padrinho político.

Anônimo disse...

Mas pelo menos nós sabemos quem é o inimigo.Pior é o Bordalo, com pele de cordeiro, com discurso republicano, mas por atrás... a defesa dos madereiros "empregadores" de Tailãndia.
Ou seja, pela frente sempre é melhor!Pelo menos na minha opinião.

André Costa Nunes disse...

De repente, todas as "entidades de classe" até a mídia, passaram a dar razão às madeireiras. A culpa seria do Estado que não aprova os tais projetos de manejo.
PURA FALÁCIA!
Todo mundo sabe que a burocracia do Estado, em todos os níveis e em todos os poderes é emperrada. Não raras vezes criam dificuldades para vender facilidades, mas só os contraventores, de má fé, usam esse mote para atuar na ilegalidade e ainda põem banca.
Quem quer fazer algum empreendimento tem que sofrer nas repartições de funcionários preguiçosos, de má vontade, ou apelar para propina, mas ninguém sai por aí construindo prédios residenciais, hospitais fazendo cirurgias, antes de ter seus projetos aprovados. É um mundo de plantas e repartições a vencer. Prefeitura, Estado, Bombeiros, CREA e o escambáu. O madeireiro, o carvoeiro, o fazendeiro, não. Agem pela ótica do fato consumado, afinal, a culpa é do Estado. Ele acha que fez a sua parte. Requereu, com qualquer papelucho, quase sempre inepto e, a demora em aprovar o desflorestamento, não pode ser impecilho para a predação.
Esse pessoal, só tem a seu favor o poder do dinheiro, da corrupção.
Autoridades, políticos e entidades de classe logo acorrem em seu socorro.
O ESTADO FOI POSTO CONTA A PAREDE!
Assodadamente, uma força tarefa foi criada para "aprovar"
perto de 8.000 dos ditos projetos de manejo. Dá para analizar? fiscalizar "in loco"? Claro que não.
O Estado do Pará, em última análise, o povo, está rindo amarelo sentindo-se empalado, ainda tendo que pedir desculpas por estar de costas.
Leocádio Almeida, de Altamira

Anônimo disse...

cARO jUCA:
Nada justifica o crime e a ilegalidade. Há entretanto, o delito compreensível quando ptaticado por extrema necessidade, é que a Justiça admite. Tenho conhecimento de inúmeros processos de regularização fundiária, via compra,tramitando há anos no Iterpa, sem solução; conheço, também, dezenas de pedidos de planos de manejo tramitando na SEMA, sem que haja manifestação por parte do Governo. As madeireiras tem compromissos trabalhistas e fiscais, e ficam, pela inércia das autoridades impedidas de exercitarem suas atividades. Não te parece, a configuração da prática de delito, pelo estado de necessidade? Como o direito é dialético A RESPOSTA TAMBÉM ESTÁ POSTA para o mundo jurídico;

Anônimo disse...

Meu caro Juca,

Quero registrar algumas coisas que disse na reunião de Tailândia:

1-O modelo extensivo de exploração da floresta acabou. O mundo não aceita mais esse modelo e, mais dia menos dia não comprará mais boi, gusa ou móveis oriundos da Amazônia;

2-Defender o emprego como álibi para o crime é o mesmo que defender a plantação de maconha para geração de empregos;

3-O Estado tem culpa e muita culpa na liberdade que tiveram fazendeiros inescrupulosos, madeireiros irresponsáveis e assentados sem nenhum compromisso na desvatsação da Amazônia. Tem que fazer a sua parte, a começar pela regularização fundiária, micro-zoneamento econômico-ecológico e incentivo farto ao reflorestamento;

4-Afirmei que é impossível liberar todos os planos de manejo pois não existe estoque de madeira legal para tanto. Mas, por outro lado, não é possível tanta lerdeza na liberação do que pode ser liberado, o que acaba incentivando a atividade ilegal. E, antes, a propina.

Gostaria de pontuar esses tópicos que considero os mais importantes da minha fala.

Por último, também concordo que não existe solução que atenda a todos. A carne de alguém tem que ser cortada.

Forte abraço

João Salame

Anônimo disse...

O Bordalo é uma vergonha para o PT, nunca teve grandes escrupulos. Fez campanha para o Almir em vários municipios e na Camara Municipal era preposto da especulação imobiliaria, sendo um dos grandes defensores do aumento do gabarito para construçoes no Reduto e entorno do Centro Histórico.

Anônimo disse...

Bordalo e Beto da Fetagri, são a imagem do PT falido, que topa qualquer parada para conciliar com setores inescrupolosos.
Se voce fizer uma varredura no PT, até militantes de base, estão barganhando por qualquer vintem, cargos, DAS. E um tal de querer se dá bem, nunca dantes vist. O tal campo majoritário(Unidade na Luta, PT para Valer, e AS) do qual Bordalo faz parte é o comandante da desfiguração partidária.
Não se faz mais política no PT por ideologia.
Isso faz parte do passado e as outras correntes estam sendo contaminadas aos poucos.
Chegou a vez da DS.

Val-André Mutran  disse...

E foi só o começo do justo enquadramento da corja.

Corja não. Tailândia é apenas uma Filial de algo muito maior.

Aguarde o pau que será em Sinnop. Onde um dos fornecedores das alegrias que sugeristes no post, podem revelar outras ligações bem distantes do negócio da madeia, porém, pertinho da fumaça e outros componentes do Spy de On, de duas madeireiras e seus tentáculos.