Um dos motivos do pedido de demissão da ministra Marina Silva, de acordo com a Agência Estado, seria a entrega do comando do Plano Amazonia Sustentável, o PAS, ao secretário de Ações de Longo Prazo, Mangabeira Unger.
Pois amanhã, 14, às 9:00 h, quem vai conversar com Mangabeira, e justamente sobre o programa, e também a respeito do Forum de Governadores da Amazonia, é a governadora Ana Julia, ex colega de senado da ministra demissionária.
8 comentários:
Caro Juvêncio,
Inicialmente, é importante destacar a seriedade de uma amzônida que ama o Brasil e o planeta: Marina Silva.
Sobre o PAS, é bom lembrar, que ele está sendo debatido no governo desde 2003. Um esforço de vários intelectuais, ministério e instituições. Além do que, o envolvimento da sociedade foi essencial.
O ministro Ciro (coordenador) e a ministra Marina (secretária executiva) deram o tom do documento. Uma equipe extensa se envolveu.
Na minha opinião, essa agenda essencial para nós deveria continuar com o meio-ambiente.
Você sabe, que a intransigência de Marina era o contraponto necessário no governo, que tem ministérios dirigidos com outras tonalidades, mas próximas do agronegócios. Essa é a contradição de um governo popular em um país capitalista periférico, como o Brasil.
Ainda assim, o lado ambiental, com todos os problemas vem avançando. A determinação do presidente com as operações da polícia federal na Amazônia, não são caricatura, são efetivas e nunca vistas antes. Mas, que existe disputa, existe.
Por fim, se em uma pasta com todas as áreas envolvidas do meio ambiente o governo tem dificuldades de levar para frente sua política de desenvolvimento sustentável para Amazônia, o que será sem o meio ambiente e os amazônidas que realmente construíram essa história?
Marina dá orgulho para Amazônia. É um pouco do que resta de sonho no PT.
Juca entregar um plano como é este PAS que a muito veêm sendo debatido pelo governo na mão do Mangabeira é bricadeira,assim até eu peço demissão?tive a oportunidade de conhecer pessoalmente a Ministra Marina e participar de um debate com ela sobre a nossa Amazônia e olhe pela primeira vez pode ver e ouvir uma amazonida de tão bela inteligencia e conhecimento sobre a nossa região é lamentavel esta perda para todos nós que fazemos a Amzônia brazileira.
Pois é, senhor Paulo de Tarso, era a ministra Marina quem ainda segurava a sanha do "agrobusiness" que, como todo e qualquer "business", visa unica e exclusivamente o lucro -e quanto mais fácil melhor, sanha tornada bandeira pelo fruto da ditadura Stephanes; era Marina que segurava o delírio das empreiteiras com o festival de hidrelétricas na Amazônia, bandeira da guerrilheira contra o ambiente Dilma. Agora Marina se foi...
Uma grande perda para o governo e para a Amazônia.
Marina de volta ao Senado. Com grande spossibilidades de fazer oposição e ir para o PSOL. É CONFERIR
Concordo com a parte do sonho do PT, mas acho que o sonho era mais da Marina que do partido. Ao contrário do Chico Mendes, Marina é ambientalista, mas não basta isto para fazer a área ambiental "rodar" redonda, é necessário conhecimento técnico e da máquina, não só vontade, e isso faltou a ex-Ministra, por exemplo, quando criou o ICMBio, até hoje sem funcionar e atravancando a pauta nas unidades de conservação, além de gastar dinheiro com o que não é necessário. Espera-se agora a paralisia que se segue a uma mudança destas entre definições de quem manda, como e em que, até chegar as pontas, como dizemos no IBAMA, acabou o ano.
O terremoto apenas começou, e vai deixar escombros no combate ao desmatamento.
A proposito, a PF não pode nem sequer entrar em madeireiras e fazendas para apurar desmatementos e outros crimes ambientais sem o IBAMA, quem combate o desmatamento é o IBAMA, a PF só acompanha, só por uma questão de justiça.
Alex Lacerda de Souza
Caro Alex,
Obrigado pela correção sobre o IBAMA. Mas, sabemos que sem a Polícia, nossos valorosos colegas não teriam o êxito em suas operações. Pois é luta de classes mesmo.
Não foram a Marina e nem o Lula que inventaram o capitalismo brasileiro. O problema é de que lado se colocam. Todos os analistas, com alguma seriedade, têm avalizado uma disputa de concepções dentro do governo. Afirmo que é de caráter Democrático e Popular.
Fico com o lado que pensa na sustentabilidade e não quer o ecônomico subjugando o social, como foi, em toda a história das políticas públicas do século XX.
Mas, há tentativas que competentemente estão sendo feitas em nossa região: a fábrica de camisinha em Xapuri; a discussão sobre o asfaltamento da Br 163; e o Plano do Marajó, só para citar alguns dos processos que tentam abrir fraturas nessa lógica, à medida em que, tem a sustentabilidade como parâmetro. É obvio, não se darão sem as tensões do mundo real.
Por fim, quando falo que há avanços no governo, como: a política externa (lula não aderiu a Alca, certo?); a geração de empregos; a reconstrução e construção de novas Universidades; política cotas; definição de uma política clara para o salário mínimo; as transferências de renda para corrigir diferenças injustas (só quem tem fome é que sabe); O PAC (recolocando o papel do desenvolvimento e do Estado como indutor e não regulador, mas a disputa da sustentabilidade é intrinseca a qualquer processo de desenvolvimento hoje); a política indigenista; o acesso as universidades; o aumento do emprego etc...etc... Nessas coisas o governo tem lado e apoia os "debaixo".
Esse papo da competência e da meritocracia, para perguntar: Os governos de Abrahm Lincol (lenhador, se não estou enganado) e Lula (metalúrgico) são melhores ou piores do que os de BUSH e FHC?
Juca, você que é estudioso das ciências políticas, um governo de técnicos ou um governo de políticos? Ou qual o papel de cada um? Perguntas que se respondidas darão o prêmio nobel de sociologia.
Prefiro ficar do lado dos governantes que se importam com a vida das pessoas (estão rareando), mas a vida é ao vivo, sem remake.
grande abraço,
Paulo, carísimo.
As questões que vc levanta estão sendo discutidas no post Narrativas Românticas, de ontem.
Espanta-me o paradoxo embutido em alguns comentários. Vou levar a polêmica adiante, aguardando apenas o retorno da comentarista Tropicália e suas considerações aos leitores do Quinta.
Parece-me, entretanto, que alguns cargos não podem prescindir de conhecimento tecnico científico, e o Meio Ambiente é um deles.
Considero também que aqui no PT do Pará essa discussão é recorrente, como se viu no início do atual governo quando os acadêmicos foram alvos de duras críticas de setores do partido, escialmente da ala sindical, devedora histórica de maior atenção e respeito aos intelectuais da legenda.
Talvez seja uma forma de disfarçar, através de "narrativas românticas", a tragédia que vive o sindicalismo brasileiro e paroara.
O blog vai voltar ao tema.
Grande abs.
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