7.5.08

Duro Golpe

Nota distribuída à imprensa pelo senador José Nery, do PSOL paroara.

A absolvição do fazendeiro Witalmiro Bastos e Moura foi mais um duro golpe a todos os que lutam contra a impunidade e em favor dos direitos humanos no Pará.
Ao absolvê-lo, a justiça do Pará é novamente motivo de vergonha para todos os brasileiros. Num momento em que três bispos vêm a público denunciar ameaças de morte e num Estado onde há pelo menos 300 lideranças marcadas para morrer, a absolvição de um dos mandantes do bárbaro assassinato de irmã Dorothy Stang serve de senha para a impunidade e coloca ainda mais em risco a vida de todos os que lutam contra latifundiários, escravagistas contemporâneos e grileiros na Amazônia.
Ao mesmo tempo essa medida serve de incentivo a todos os mandantes de crimes bárbaros no Pará, afinal, apesar de toda a pressão de movimentos sociais nacionais e internacionais, mais uma vez, apenas os executores foram punidos. Os mandantes continuam impunes como tem sido praxe no Estado.
Por isso, é de revolta o sentimento que toma conta de todos nós que acompanhamos a luta de irmã Dorothy e de muitos outros paraenses de nascimento ou de coração contra a pobreza e a exploração dos menos favorecidos.
Revolta que após a incansável perseguição sofrida em vida, irmã Dorothy tenha sido vítima das mais torpes tentativas de desqualificação após sua morte. Como aceitar que se diga que seu assassinato foi em legítima defesa? Que perigos poderia representar uma senhora de 73 anos armada apenas com a Bíblia que sempre a acompanhou?
Atos como a absolvição do fazendeiro Witalmiro trincam as nossas esperanças por um mundo melhor, mas passado o choque, é hora de retomarmos a luta sabendo que muitas vezes enfrentaremos o banditismo pelo caminho, mas sem perder a coragem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Resta esperar que esse julgamento seja refeito em instância superior da Justiça.

Anônimo disse...

Concordo com o senador, mas ele pode, como membro do Congresso Nacional, apresentar projeto de lei extinguindo essa aberração jurídica, de haver, obrigatoriamente, o 2º julgamento quando o réu é condenado a mais de 20 anos de reclusão. Vamos lá senador, apresente o projeto e acabe de uma vez por todas com esse absurdo jurídico.