21.5.08

Xingú Vivo

Grupo xipaya no rio Iriri. Foto: Marlinda Melo Patrício, 2000

Lafayette,
Minha comunicação via internet aqui em Altamira está péssima, mas vou te relatar, da maneira mais sucinta possível, começando pelo fato, cujas imagens deves ter visto pelos noticiários, o que aconteceu no encontro “Xingu Vivo” para sempre, de 19 a 23 de maio de 2008 promovido por dezenas de ONGs e associações.


Esse é o trecho inicial de um e.mai, de pai para filho.
O pai, André Nunes, está em Altamira reunindo material para escrever um livro. Ambos tem profunda ligação com a cidade. André, participante do Encontro, foi testemunha ocular dos fatos que culminaram na agressão dos indígenas ao engenheiro da Eletronorte.É um depoimento sincero e equilibrado, de quem conhece as etapas e percalços da luta política.
Na íntegra aqui, do blog Xipaia, nome de uma tribo da região dos rios Iriri e Curuá. Segundo dados de 2002, restariam apenas 595 almas da etnia, que fala a língua da família Juruna, tronco Tupi.
Desde o século XVII, os Xipaya foram perseguidos pelos colonizadores e forçados a trabalhar na empresa extrativista. Foram aldeados na Missão Tauaquara, na região em que posteriormente cresceu a cidade de Altamira, onde sempre foram marginalizados e tiveram negados seus direitos indígenas. Hoje estão distribuídos entre esta cidade e as aldeias, e lutam por seus direitos territoriais e de cidadania. (Fonte: Instituto Socio Ambiental)

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Esta será a única postagem do Quinta até a próxima segunda. Tentei instalar um WinZip e o computador deu problemas.Tive que ir até uma lan próxima para efetivar esta postagem.
Ademais, amanhã é feriado. Vou aproveitar e submergir, enquanto um técnico amigo vai normalizar a máquina, que já pede substituição.
Até a volta.

11 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Aproveite e vá de portátil.

Anônimo disse...

Segunda-feira o presidente da AL, Domingos Juvenil, falou 45 minutos sobre o Xingu Vivo, sobre o medo(?) que tem do novo ministro do Meio Ambiente etc., e os jornais não deram uma linha, nem na página da AL ( que é feita pela Assessoria de Imprensa), divulgou a fala. Achei estranho.

morenocris disse...

Beijos, Juca.

Anônimo disse...

Barragens... Guerra! Pois acredite, virá mais, pois o esquema está armado. Só não teve coragem de por ao vivo na página. Disse que ia não foi, sinal que iam radicalizar. É assim que é o esquema. Igual a onda de provocação professor x PM não tinha general. Os índios tão com eles, sempre estiveram. Mas tá lá o facão de Tuíra pra quem quizer ler no portavoz. Olho vivo que os maninho pessoar vem com onda feia encima da estrela do Pt. Ana Júlia se cuide. Pa´ra insurgente.

Anônimo disse...

Grande André Nunes!
Bela narrativa do Xipaia. Objetiva. Direta. Jornalística - sem dívida nenhuma para aos repórteres.
Acompanhei o primeiro evento de Altamira, 19 anos atrás. Eu estivera todos os dias daquele famoso encontro em Altamira. Ia e voltada carregado de matérias dos reporteis da equipe que eu comandava na TV Liberal. Tínhamos duas equipes lá.Fizemos uma bela cobertura, inclusive para a Globo, é claro. Infelizmente, eu não estava na hora do episódio perpetrado pela índia Tuíra - que continua sendo personagem dessa saga doXingu (alguém vai ter que escreve sobre isso).
Importante a tua observação, André, sobre prepotência. A Eletronorte continua preservando seu ranço da ditadura. A empresa mantém a simbologia do Milagre Econômico do general sem divisas (não sei, acho que tinha mais do que os da caserna) da economia, Delfim Neto. Tudo podia, tudo fazia! Não havia democracia (até rima). E acha, a Elrtonorte, que continua podendo. Fosse nestes tempos de REIAs e RIMAs, a Eletronorte jamais teria arrolhado o Tocantins e ficado, anos a fio, enrolando o pobre Pará com sua eclusas de milhões de reais que não passa de um esqueleto de concreto armado.
Só mesmo a prepotência justifica a performance do dirigente da Eletronorte nesse evento. Crônica de morte anunciada - disseste muito bem. Tomara que tragas bom enredo para um novo livro sobre o Xingu.
Pensando bem – com a devida reprovação da barbárie, pois nem violência de índio se suporta mais – os índios acabam sendo uma força de resistência nesta Amazônia tão sofrida.
Aliás, o governo, quando tenta trata de algo da Amazônia, só dá com a cara na porta. Isso também não suportamos mais! Quem sabe, pela voz dos índios, a Amazônia seja capaz de enfrentar suas miríades de desenvolvimento e sua histórica quimera.

Nélio Palheta

Anônimo disse...

Bom dia, Juca querido:



importantíssimo o relato do André, pelo presente, e pelo que ele nos remete ao passado, o mesmo passado onde Cararaô virou Belo Monte e a população indígena é feita de palhaça.

O comentário do Nélio sobre o vício do cachimbo da Eletronorte nos leva a um mergulho ainda mais fundo, da federalização do território paraense que nem a anulação do Decreto 1164 resolveu. Somos reféns do império. Terras indígenas, terras de marinha, terras da União administradas pelo INCRA, áreas de fronteira, áreas militares, áreas de reserva ambiental administradas pelo IBAMA.
Isso somado são cerca de 70$ do Pará.

Grandes empresas, grandes projetos, enormes interesses.

Santo Ambrósio já voltou, Juca?

. disse...

Um par�ntese no debate em quest�o:
Sabias que sou filha posti�a do Andr�?
Achei esse pai depois de adulta...

Anônimo disse...

O Nélio é o Forrest Gump da vida real.

Anônimo disse...

Luluquefala:
E eu, aqui do outro lado do mundo, que rezei um Pai Nosso e uma Ave Maria pela alma Gerson Peres.
Além da reza, passei a noite com a luz do quarto acesa, e enfurnado dentro do lençol, morrendo de medo que ele voltasse pra puxar os meus pés.
Que Deus o tenha, mas ainda bem que foi o vizinho.
VIDA LONGA AO GRANDE GERSON !

Milton T disse...

Juca imaginei que as imagens transmitidas estavam editadas. Devem ter 'cortado' muita coisa.
Abr

Val-André Mutran  disse...

Caro Juvêncio.
Me localize como está a situação da travessia para Soure.
Um bom domingão.