23.7.08

Contra o Consumidor

Transformados em arautos da democracia e da "livre expressão", os publicitários defendem no seu manifesto que "é a publicidade que viabiliza do ponto de vista financeiro a liberdade de imprensa e a difusão de cultura e entretenimento para toda a população. É a publicidade que torna possível a existência de milhares de jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão, assim como de outras expressões da mídia." (!!!)
Ou seja, para os publicitários estamos num cenário em que os mediadores são os protagonistas todo-poderosos da sociedade! Para eles, é a publicidade o esteio da democracia e não o contrário, a radicalização da democracia que vai democratizar inclusive a publicidade corporativa! Que vende quase qualquer coisa, que cria necessidades, fidelidades, hábitos e valores, estilos mais ou menos predadores...
É essa publicidade que quer se "auto-regulamentar"? Os publicitários escamoteiam que é o espectador, a audiência, o público, a sociedade que produz valor simbólico e real, conteúdos, opiniões, produtos, mídia, inclusive de graça e de forma colaborativa, hoje, com as novas formas de produção e difusão da cultura livre pós-internet, produtos que podem ser acessados diretamente, sem a mediação da publicidade tradicional, inclusive!

Por Ivana Bentes, da Carta Capital.
Na íntegra aqui.

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Até sexta.

13 comentários:

Anônimo disse...

Os nazistas tb usaram e abusaram da propaganda. Olha no que deu!

Alan Lemos disse...

Li um texto, apesar de ser um texto altamente neoliberalista, sobre a influência do marketing no consumo. Não exatamente no sentido da quantidade, mas principalmente no sentido da qualidade.

A principal questão é que o marketing seria uma forma ilegítima de nos "empurrar" um produto não tão bom quanto outros que não tenham essa aparelhagem na mídia.


Fora isso, eles clamam por "liberdade", não? E de que adianta liberdade sem responsabilidade?

Abraços

Anônimo disse...

A moderação está mais radical esses últimos tempos, não? Achas que podemos falar em moderação radical? ha ha ha

Anônimo disse...

Boa tarde, Juca querido:

esse assunto sempre me deixa com a sensação de não saber se o copo está meio cheio ou meio vazio.

Mas, o artigo do Eduardo Galeano, com uma pequena introdução do Emir Sader, ajuda um pouco a clarear idéias.

http://www.lpp-uerj.net/outrobrasil/Artigos_Destaque.asp?Id_Sub_Artigo=223


Beijão.

blog do bacana-marcelo marques disse...

Juvêncio, voltei. de leve, muito leve. Mas com histórias para contar de Portugal e de Paris - e dos chatos que vivem lá.
Abraços. E vê se diz aí no teu hiper super lido blog que o meu bloguinho foi retomado. Por favor, vai.
ABRAÇOS

Anônimo disse...

Sr. Juvêncio,
Trata-se da ideologia da publicidade.
Veja que realmente "criam necessidades".
Exemplo.A quantidade de veículos vendidos para a nova classe consumidora brasileira:a classe "C".
Fico pensando quantas outras necessidades básicas não estão sendo ignoradas em função da compra de um veículo financiado em 60 ou mais vezes, com juros exorbitantes, o que só é bom para os donos dessa ideologia.
Não acho que a auto-regulamentação seja a sério.
Mas quem regula o mercado de consumidores inconseqüentes?
NILSON.

Ronaldo Giusti disse...

Os limites éticos da publicidade é tema que deve estar na ordem do dia, inclusive da publicidade estatal.
Os publicitários não estão acima do bem e do mal, como pode sugerir o seu manifesto.
O corporativismo é um mal que embota as mentes daqueles que discutem temas como esse.
Como Presidente e Conselheiro da Subseção de Marabá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Relator em alguns Processos Éticos-Disicplinares, pude constatar o quanto o corporativismo é danoso a uma investigação séria. Daí por que, no Pará, tenho sido, entre os advogados, uma voz isolada na defesa do controle externo da atividade advocatícia, por ser a Advocacia serviço público e indispensável à administração da justiça

Anônimo disse...

Quem, para falar melhor de CORPORATIVISMO, do que um advogado?
Ricardo CL

Anônimo disse...

Bom dia, querido:

Caramba! Hoje já é sexta!
Cadê você???

Beijão.

Anônimo disse...

MST invade fazenda de Daniel Dantas no Pará
Cerca de mil integrantes do movimento ocupam propriedade em 'protesto' contra a corrupção do banqueiro

Carlos Mendes, de O Estado de S. Paulo
Tamanho do texto? A A A A
BELÉM - A fazenda Maria Bonita, localizada em Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, foi invadida e ocupada na manhã desta sexta-feira, 25, por cerca de mil agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A propriedade pertence ao banqueiro Daniel Dantas, preso duas vezes há quinze dias pela Polícia Federal e solto por habeas-corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.


Veja também:

Veja as principais operações da PF desde 2003

As prisões de Daniel Dantas



A fazenda pertencia ao pecuarista paraense Benedito Mutran Filho, que vendeu ao grupo de Dantas também as fazendas Cedro e Espírito Santo. Juntas, as três fazendas possuem mais de 100 mil cabeças de gado.



Segundo o coordenador estadual do MST, Charles Trocate, a invasão foi um "protesto contra a corrupção do grupo desse banqueiro na região". A Polícia Militar foi chamada por um gerente da fazenda, mas disse que só por intermédio de ação de reintegração de posse poderá retirar os invasores.



Com foices e enxadas, os invasores começaram a armar suas barracas dentro da fazenda, avisando que pretendem permanecer no local. A Agropecuária Santa Bárbara deve ingressar até o final da tarde com pedido de reintegração de posse na Vara Agrária de Marabá.

Anônimo disse...

O sonho de Ivana talvez seja uma imprensa toda mantida por anunciantes de Estado, como a Carta Capital.
Com uma imprensa assim ela mesma poderia encaminhar, educar, encorajar e interpretar os desejos de cada cidadão. Sem distorções publicitárias, sem as mentiras dos grandes interesses economicos.

Anônimo disse...

penso que eles não escamoteiam nada, está tudo às claras! Os publiciutários querem trabalhar, querem ganhar dinheiro, querem vender.....
O que não está claro é que isto é um debate, e que os publicitários vão ter que debater, não tem mais conversa!
Apenas acrescentaria o marketing político nessa discussão, pois a publicidade oficial é marketing político.

Anônimo disse...

O anônimo das 5:28 foi claro: quem deve dar as cartas são os publicitários e quem discordar é porque mama nas tetas do governo. Isso é que é lisura! Democracia publicitária já!!!