Os que são contra as cotas raciais nas universidades brasileiras encaminham uma petição online ao presidente do STF, ministro Gilmar Mendes.
Se voce é favorável à extinção das cotas, assine a petição aqui.
Se for contra, leia as razões, e não a subscreva.
21 comentários:
Pensar em investir maciçamente na educação básica que é o melhor remédio, nem se fala.
Cota é um engôdo e uma penalização a quem estuda de verdade.
Este é um debate muito ácido, mas não devemos deixar de fazê-lo por isso.
Entendo que o estabelecimento de Cotas para determinados segmentos da sociedade é de fato um reconhecimento da incopetência do Estado brasileiro em diminuir as desigualdades entre ricos e pobres; negros, índios e brancos.
Ainda assim acredito que a discriminação positiva, como preferem alguns militantes do movimento negro é válida e necessária.
Cláudio
A necessidade de tal política de especificação e de efetivação dos direitos humanos é tão patente, é de tamanha evidência que ser contra as cotas, "per si", já aponta algum tipo de estreitamento intectual.
Quem estuda de verdade não tem medo das "cotas". Disputa consigo e com a própria prova, exclusivamente.
O demais, realmente, investir em educação básica, distribuir renda, ter políticas públicas que focalizem o mais necessitados é urgente e primordial.
Isso não é fácil, veja bem, o Estado nordestino com maior peso econômico, a Bahia, e o mais poderoso de todos, o da elite branca (que não é racista), ou seja, São Paulo, são respectivamente, o 1º e 2º no ranking do analfabetismo.
Pois bem, SP depois de 16 anos de PSDB/DEM, sequer tem uma política pública específica de combate ao analfabetismo. A Bahia, de ACM, avô e neto, agora que começa a atacar tal problema.
Não saiu na TV Globo, nem na Folha, nem na Veja, mas o representante da Unesco, considerou essa ausência de política pública específica no combate ao "analfabetismo" em SP um crime contra os mais pobres. Aliás, um crime hediondo.
O pior de tudo é a cretinice dos argumentos contra as cotas. Não entendem que o passivo do Estado brasileiro com a população negra é imensa. Se estudassem história entenderiam. Como não o fazem reproduzem a ideologia dos sinhozinhos e das sinhazinhas, reproduzindo a cadeia de exploração e de miséria.
Ô das 5:50:
Sejamos ácidos, como bem diz o Claúdio, sem perder a linha, por obséquio.
Perdão, seu Juvêncio, mas a acidez do anônimo das 5:50 é justa e necessária. Quem é contra as cotas, que em nada prejudicam a burguesia branquinha, quer apenas manter o status quo, quer manter os privilégios de poucos contra a grande maioria miserável. É certo que, numa sociedade decente, o sistema de cotas seria discriminatório, mas, no caso do Brasil, é apenas o mínimo que se pode fazer para pagar uma dívida imensurável que se deve aos mais desfavorecidos.
Perdão, seu anônimo, mas o alegado cretinismo não é nem justo nem necessário. Trazer ao clima da discussão o sentimento da exclusão não ajuda a discussão. Repare que nem no link nem nos comentários, até então, há uma só referência dessa natureza.
É possível ser ácido sem ser ofensivo, reitero.
Acho que antes de discutir qualquer coisa, primeiro temos que definir quem é branco, ou indio, ou negro.
Todos , no Brasil, com pouquissimas exceções, possuem carga genetica das "raças" indigena, negra e branca, entre outras.
Então seria negro quem tivesse , digamos 70% de gens tipicos de populações africanas? ou indio, quem tivesse um minimo de quanto por cento?
Eu tenho bisavo indigena, do Marajo, e devo ter uma boa porcentagem de gens tipicos dessa população.Isso me qualificaria para pleitear alguma vantagem?
Apesar de ter a pele clara certamente carrego gens de populações africanas.Seguindo essa logica eu poderia pleitear algo como descendente de escravos?
Uma das maiores riquezas do Brasil e justamente essa caracteristica miscigenada, tão festejada por Darcy Ribeiro.
Não existem brasileiros totalmente negros , ou indios, ou brancos.
Qualquer discriminação é nociva, mesmo a que muitos classificam como "inclusiva"
No Brasil ainda nao eliminamos os preconceitos, e teremos muito mais dificuldade no futuro se imitarmos as leis norte americanas que institucionalizaram a divisão racial.
Boa noite, Juca querido:
A interminável discussao de quem é branco ou quem é preto ou se somos todos mulatinhos já foi resolvida - com a má intenção de alguns e o desconhecimento de outros - pelo óbvio: os negros (pretos e pardos) sempre foram "reconhecidos" pelos porteiros de prédios para usarem o elevador de serviço ou para serem preteridos para a vaga no trabalho, com a mesma qualificação e experiência do candidato branco.
A política de cotas aenas estabelece uma linha no tempo para que haja uma equivalência nas oportunidades. de acesso ao ensino superior. A USP tem apenas 1,5% de professores negros.
É interessante verificar que o Brasil já aplicou políticas de cotas quando queria garantir o branqueamento da sociedade pouco antes da Abolição - que era inevitável - ou logo após.
Foi assim quando trouxeram os migrantes alemães para fundarem Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Foi assim quando abriram os portões para a imigração de italianos, portuguêses, espanhóis, para substituir a mão-de-obra escrava, que era libertada com uma mão na frente e outra também.
Quando se fala do racismo americano, poucos dizem que o negro escravo lá, quando foi libertado, recebeu uma mula e 40 acres de terra (aliás, esse é o nome da produtora do Spike Lee). Aqui receberam a porta da rua, e nela ficaram analfabetos, sem terra, sem trabalho.
Cota é isso: reconhecer que a sociedade brasileira deve ao afrobrasileiro uma reparação histórica.
Há estudos que comprovam a falácia da expansão do acesso à escola como solução para a desigualdade racial.
O nosso problema é a hipocrisia, no que se refere a essa questão. O Instituto Perseu Abramo fez uma pesquisa onde perguntava ao entrevistado se havia racismo no Brasil. Para esta pergunta o percentual afirmativo foi de 82%. À segunda pergunta - você é racista? - apenas 4% responderam afirmativamente. Resultado: ocultamos o nosso racismo e fazemos isso com a teoria da miscigenação. Mas, quem é preto ou pardo sabe que os critérios da discriminação estão definidos e enraizados na sociedade.
A política de cotas é apenas uma das formas de combate, via políticas de ações afirmativas.
Beijão, Juca.
Não seria mais fácil, definir quem é pobre? Como fica a questão das cotas, por exemplo, no estado da Bahia, onde, independentemente de classe social os negros são a maioria? E no sul do país, quando vc passa pelas esquinas, e vê crianças loirinhas vendendo balas nos semáforos? Será que no sul sobram vagas nas cotas?
Cotas, por favor!
grata,
Uma cidadã afro-brasileira descedente de uma princesa arrancada do meu país de origem, para ser escrava e sofredora até os dias de hoje.
A questão tem relevância constitucional, e desafia a análise do princípio da isonomia. O art. 5º da Constituição estabelece que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", o que invalida o sistema de cotas, que se contrapõe à idéia de igualdade de tratamento que a lei deve dispensar aos cidadãos. Por outro lado, não há dúvida acerca da validade de tratamentos diferenciados, desde que dirigidos a alcançar um objetivo razoavelmente considerado. Ou seja, é permitida a discriminação desde que ela tenha por objetivo proporcionar condições de igualdade material entre situações de desigualdade. A idéia não é nova e está atrelada ao próprio conceito de Justiça, que consiste no tratamento desigual aos desiguais, na medida de suas desigualdades. Penso que a sociedade brasileira não comporta esse tipo de distinção, por motivos óbvios – quem de nós não tem sangue negro ou índio, mesmo descendendo de europeus? O sistema de cotas só serve para perpetuar a péssima qualidade do ensino público, para manter o povo na ignorância. De que adianta colocar o estudante da escola pública na Faculdade, através desse subterfúgio, se ele não tem uma base sólida? Para matar pacientes, se optar pela Medicina? Ao invés do discurso contra “aszelite” brancas, que tal priorizar a educação, investir em professores, alunos, na infra-estrutura escolar? A escola pública não pode depender de professores-heróis, que “se matam” de trabalhar por seus alunos, inventam projetos, passam seus fins de semana em mutirões, tentando salvar meninos e meninas e fazer deles cidadãos, na melhor acepção do termo. Está mais do que provado que os países que investiram em educação conseguiram um novo patamar de desenvolvimento social e econômico. Não dá para continuar esse triste círculo vicioso de o governante de plantão eliminar os vestígios do governo que o antecedeu, ainda que ele tenha tido méritos. No Peru, os conquistadores espanhóis construíram suas portentosas catedrais em cima dos templos incas, para destruir aquilo que era mais caro aos nativos locais. Aqui, é a mesma coisa, com outros nomes e outras figuras. Mas o fundamento é idêntico. É preciso colocar a educação acima dos governos, dos partidos, das ideologias. Fazer dela a política pública por excelência, porque só assim os pobres – seja lá de que tom for sua pele - terão vez, e poderão estudar e se formar em boas escolas e universidades, serão bons profissionais e poderão contribuir para construir um futuro melhor ainda às próximas gerações. Temos que parar com essa mania de nivelar por baixo. É preciso sonhar, sim, e ousar, e ser capaz de realizar – passar do discurso à prática.
Outro dia, na faculdade em que leciono, conversa com colegas professores sobre o número de alunos negros no nosso curso de Direito. Os nomes vieram rapidamente à lembrança. Rapidamente porque eram poucos.
De fato, é uma realidade que não pode ser minimizada: num curso com quase mil almas, raras delas são negras. A maioria entra na conta daquilo que se convencionou chamar de "pardos", mas que eu presumo que se definem como brancos.
Seja como for, o curso é a exteriorização da divisão de fortuna em nossa sociedade. As cotas não são uma solução para isso e, que me conste, nunca foram apresentadas como tal. Quem as defende costuma dizer, como aparece aí acima, que elas representam uma diminuição do débito da sociedade brasileira para com os negros. O questionamento, portanto, segundo me parece, deve ser se esse instrumento é de fato adequado para sanar o tal passivo. Quanto a isto, admito não ter uma opinião consolidada.
Bom debate a todos.
A uma grande dívida histórica com os negros no Brasil e em todo continente americano.
Após a Lei Auréa não houve possibilidade de mobilidade social.
Não tinham salários, terras, saúde, educação ou qualquer direito.
O Estado não lhes proporcionou isto.
Daí hoje haver as sequelas em um País que foi um dos ultimos a a boliar a escravidão negra.
As estatísticas estão a disposição para mostrar estas sequelas, a maioria dos pobres, analfabetos, miseráveis, presidiários, favelados, crianças abandonadas são negros.
A mulher negra é maioria abaixo da linha da pobreza.
Hoje no Brasil os negros estão livres do açoite e da senzala, mas presos na miséria e nas afavelas.
Sou a favor das cotas, como política afirmativa para igualar os desiguais.
Há um artigo na Constituição Estadual que retrata bem esta necessidade.
Art. 336- O princípio da igualdade deve ser aplicado pelo Poder Publico,levando em conta a necessidade de tratar,desigualmente,os desiguais,na medida em que foram ou sejam injustamente desigualados,visando a compensar pessoas vítimas de discriminação.
Paragrafo Único - Dentre outras medidas compensatórias, tomadas para superar desigualdades de fato,incluem-se as que estabelecem preferências a pessoas discriminadas a fim de lhes garantir participação igualitária no mercado de trabalho,na educação, na saúde e nos demais direitos sociais.
As cotas são medidas compensatórias
e a discriminação atinge principalmente os negros e negras.
acho interessante que uma política dessa, tão simples, aplicada nos EEUA cause-nos tanta comoção, racismo é introjetado mesmo!
Caro Yúdice,
para formar opinião, há bons estudos que tratam tanto da desigualdade histórica dos negros quanto da falácia da democratização do acesso à escola para interferir nesta questão.
Sugiro a você e a outros que se interessem a leitura do teto do Ricardo Henriques, que embora escrito em 2001, é atualíssimo.
(http://www.ipea.gov.br/pub/td/2001/td_0807.pdf)
Outro trabalho é do Núcleo de Violência da USP (http://www.ipea.gov.br/pub/td/2001/td_0807.pdf).
Um abraço
Beijão, Juca.
Juca e amigos do quinta,a questão das cotas já é uma realidade em nossa sociedade se ela é o caminho para diminuir as dezigualdades no que se refere a educação superior só o tempo dirá.Mais na minha vizão o maior exemplo de racismo social independente da côr é contra o pobre este sim não tem direito ao basico que a dita constituição promulga,na verdade para melhor obeservar vejam que o pobre é muito lembrado no dia da votação de uma eleição especificamente das 08:00 da manhã as 17:00,salvo algum engano o resto é penitência seja na saude,educação,emprego,politicas socias,serviços de um modo geral e por ai vai.
Caro Juvencio,
como prezo sua vocaçao democratica atrevo-me a sugerir que ao contrario de fazer uma campanha contra as cotas
vc estimule um debate sobre as mesmas
entre seus honoraveis leitores(sei que um blog existe para comunicar crenças do autor,antes de tudo.),o que
seria otimo do ponto de vista do debate democratico acerca desse tema,tao contaminado por agressoes motivadas pela maneira como o racismo(isso mesmo!)existe no Brasil e pelo nem sempre disfarçado preconceito de cor contra os negros.
Um abraço,
Raimundo Jorge
Meu prezado profesor.
O post atende a um pedido de um leitor do blog conforme vc pode ver abaio
papai disse...
Oi, Juca,
Desculpe usar esse meio para me comunicar com vc, mas nao tenho seu email
Gostaria de chamar sua atenção para a petição anti racismo, se vc concordar, assine e divulgue.
Eu concordo, mas nao sou intelectual nem formador de opiniao como vc, por isso peço sua atençao para esse assunto.
Como a imensa maioria dos brasileiros tenho gens de indios, negros e brancos, o que nos faz todos iguais e me leva a apoiar os signatarios
abs
Anotnio Venturieri
www,PetitionOnline.com/antiraca
Este pedido, RJ, feito na caixinha de comentários de um post quatro abaixo deste que vc escreveu, RJ, não veio acompanhado da explicação de que se tratava de um pedido. Falha nossa.
Em outro post, mees atrás, publiquei duas opiniões, uma contra e outra a favor. Ainda tentei achar o loink mas o sistema de busca do provedor deste blog anda com probelmas. Mais tarde vou encontrar este post e mandar o link pra vc. Por favor meenvie seu email.
Mas o contraditório aqui no Quinta está garantido.
Grande abs, e obrigado pela visita.
Bom dia, Juca querido:
seguindo a trilha do Prof. Raimundo Jorge, sugiro que você abra um post com os argumentos favoráveis às cotas.
Participei ontem de um debate e o que eu sempre percebo é que muitos são contra as cotas pela falta de informações, principalmente os mais jovens.
Às vezes basta colocar um argumento - porque a sociedade brasilera se arrepia quando se discute a cota positiva e foi sempre conivente com as cotas negativas? (as cotas sociais de maior percentual entre os indigentes, entre os pobres, entre os analfabetos, entre os que recebem menores salários, entre os que têm média inferior de anos de estudo, etc. e tal.) - para que surja a vontade de informar-se elhor e rever opinião contrária, que parecia tão cristalizada.
Sugiro o link abaixo.
(http://alex.nasc.sites.uol.com.br/manifestopelascotas.htm_.
Beijão.
Caro Juvencio,
obrigado pelo esclarecimento, e aproveito para parabeniza-lo por promover esse debate tao fundamental para a consolidaçao do estado democratico de direito no Brasil.
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