12.7.08

Algemas Para Todos

No Blogue do Colunão, por Walter Rodrigues.


Ninguém jamais teve a idéia de proibir a Polícia de usar algemas.
Lógico. Todo mundo sabe que sem algemas uma operação de captura pode tornar-se até mais violenta que sem elas. De mais a mais, ninguém se incomoda com algema no pulso dos pobres.
O problema é quando a polícia algema Paulo Maluf, Jader Barbalho, Daniel Dantas, Celso Pita ou esses políticos da Gafanhoto, da Navalha, da Rapina e operações congêneres.
Aí até ministros do Supremo protestam, já que isso iguala perigosamente o elevador social ao de serviço, dando a injusta impressão de que todos são iguais perante a lei.
Mas permanece o impasse: como livrar os ricos das algemas sem impedir que se algemem os pobres também? Nossas leis não admitem formalmente o
aparthaid.
Penso que achei a solução. Basta criar um tipo novo de grilheta, denominado, por exemplo, “punheira”, fabricado com liga de titânio e decorado com as armas da República.
Seria reservado às pessoas de boa estirpe, industriais, banqueiros, especuladores, líderes políticos, agronegocistas, grandes capitalistas em geral, barões da soja ou do aço, reis da coca branca ou da cocada preta e outros fidalgos.
Aos pobres, o aço frio e pesado das algemas vis. Aos ricos, o titânio leve e morno da punheira.
Para acabar com a subversão igualitária das algemas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Será criado em Brasília o museu da corrupção.
A primeira peça para o acervo da casa foi doada pela Polícia Federal: um par de algemas que foi usado pelo maior de todos os corruptos brasileiros, Jáder Barbalho.
Foi o primeiro "gente fina" preso e algemado pela PF.

Anônimo disse...

Uma sugestão ao "design fashion" do Walter Rodrigues para enfeitar os punhos de nossos "bacanas": umas pedrinhas (não precisam ser verdadeiras, mas devem ser uma imitação perfeita) de diamantes, para que as personalidades não precisem jogar casacos e livros para esconder os enfeites tão merecidamente empunhados. E assinadas pelo estilista da moda, Gilmar Mendes, para evitar aquele atrapalho do "habeas-corpus".