Jurista amigo do poster, por e.mail, confessa sua perplexidade com o festival de ilegalidades ocorrido no fechamento das alianças políticas, em Nova Déli e algumas cidades do interior.
Estou impressionado com a falsidade ideológica das atas das convenções e ninguém faz nada. Os partidos não fazem nada porque todos fazem a mesma coisa. E o Ministério Público, que é observador, apenas observa. Como estou longe da política eleitoral, pensava que era regular essa coisa de deixar para fechar as composições ao apagar das luzes.
Mas agora percebo que não é, pois as convenções marcam o último dia para o partido decidir. Depois delas os partidos tem o prazo legal para registrar as candidaturas, conforme o que foi decidido nas convenções.
Na prática, eles não redigem a ata imediatamente - coisa que era feita rigorosamente nos tempos da ditadura, para não correr riscos - e no prazo para registro lavram a ata que bem entendem e levam-na a registro.
Assim, o Zeca Pirão foi escolhido candidato a Prefeito na convenção do seu partido e, com evidentíssima falsidade ideológica, depois redigiu uma ata da convenção afirmando que nela foi aprovada a coligação com outro partido e ele seria candidato a Vice.
A falsidade ideológica é perpetrada às escâncaras, à luz do dia, à vista de todos, do Ministério Público inclusive. É notícia de jornal, de televisão, de rádio e do escambau ilustrado. E nada acontece. Ou melhor, acontece: a erosão lenta, gradual e segura da democracia e da política democrática.
4 comentários:
Comentário tão pertinente e bem escrito, que é injusto não sabermos quem é esse jurista.
Antonio Fernando
PS: Enquanto isso, o pessoal do MP quer punir a imprensa escrita e os candidatos por conta de entrevistas. Não dá pra entender!
Bom dia, AF.
O amigo jurista está aposentado, e pediu que seu nome não fosse divulgado.
Lamento.
...da ética, da moral, da justiça, da, como dizia meu avô, vergonha na cara. São os tempos da falsa democracia quando, os pefelistas que foram ARENA, leia-se base da ditadura militar, hoje são DEMOCRATAS. Vê se pode? Que democracia???
Henrique CL
Acho que temos mais o que nos ocuparmos do que com picuinhas políticas.O MP poderia se preocupar mais com o falsário que faz barbaridades na cidade.Ferindo sim o processo eleitoral.
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