Do Noblat, agora de manhã.
O que convenceu a Justiça a decretar por cinco dias a prisão preventiva do banqueiro Daniel Dantas, dono do Grupo Oportunitty? A tentativa comprovada dele de, por meio de emissários, subornar um delegado para que o deixasse de fora das investigações, e também a mulher e a irmã.
A mulher é acusada de lavar dinheiro. Em poucos anos movimentou R$ 21 milhões. A irmã de Dantas é sócia de 150 empresas. Servia como "laranja" para o banqueiro. Solto de imediato, quem ousou oferecer um milhão de dólares a um delegado seria capaz de apagar provas que o incriminem.
O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), deveria levar isso em conta ao examinar o pedido de habeas corpus impetrado em favor de Dantas. Cinco dias são um prazo mínimo para que a Polícia Federal recolha mais provas que Dantas em liberdade poderia destruir.
Foi inoportuna a crítica repetida, ontem, por Mendes à Polícia Federal e ao que ela chama de "espetacularização" de suas operações. Faltou senso de oportunidade ao ministro. Ele passou a impressão de que reagia de antemão à prisão de notáveis.
Mendes reclamou, por exemplo, do uso de algemas em presos que não representam ameaça à própria integridade e a dos policiais. Não me lembro de Mendes e de outros ministros criticarem o uso de algemas em pessoas comuns - não digo em assassinos e bandidos comprovadamente perigosos.
O que Mendes chama de "espetacularização" tem a ver com o acompanhamento pela mídia das operações da polícia. Também não me lembro de ele ou de qualquer outro dos seus colegas ter reclamado de igual tratamento conferido por polícias locais a presos sem sobrenome de peso.
Não basta que a Justiça seja equilibrada - e essa não é a impressão que se tem aqui fora. Ela deve se esforçar para parecer equilibrada.
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O negrito, meu, registra a impressão que deixei ontem à noite, em meu outro blog, logo após assistir aos devolteios do ministro-presidente do STF.
4 comentários:
Paulo Henrique Amorim segue na mesma linha de críticas ao Presidente do STF. Aliás o sítio do jornalista faz uma análise sobre os fatos que envolvem Dantas e sua rede de colaboradores.
É. O PHA mandou a mão. mas o JN de ontem foi por demais revelador.Eu só nçao sabia o quanto até ler o PHA agora a pouco.
Valeu a dica.
E aos leitores, o link:
http://www.paulohenriqueamorim.com.br/forum/Post.aspx?id=363
Parece que para o Min. Gilmar Mendes, do STF, aliás, presidente da corte, banqueiro não pode ser algemado, prender rico é "espetáculo" da PF, ou seja, os policiais querem aparecer, não estão estão cumprido a lei. O interessante é que contra a prisão de lideranças dos movimentos sociais ele não acha nada aberrante, pelo contrário, é questão de ordem, aqui sim, a lei tem que ser cumprida.
Pelo jeito o ministro presidente do STF não gosta nem um "tiquin" dessa gente da senzala. Mas de banqueiro...
Não esquecendo que o ministro foi alçado à Suprema Corte por sues favorecimentos à tucanagem quando era Advogado Geral da União. Daí que seu protesto, ainda que indecente, é coerente.
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