No blog Página Crítica.
Finalmente as estatísticas da tragédia das mortes de bebês na Santa Casa retroagiram para além de 2007, início do tumultuado e instável governo de Ana Julia, da coalização PT-PMDB. Era evidente que se tratava de mais um caso de continuidade e não de ruptura.
Segundo dados revelados pelo governo do Estado, a taxa de mortalidade na unidade neonatal tem se mantido elevada nos últimos três anos, pelo menos. Em 2005, em pleno reinado tucano, foi de 14,3% a proporção de mortes de recém-nascidos frente ao total de nascimentos; no ano seguinte, o último da gestão Simão Jatene (PSDB), este índice subiu para 17,5%, e em 2007, quando assumiu a equipe indicada por Ana Júlia e Jader Barbalho, a mortalidade ficou praticamente no mesmo patamar, alcançando 16,2%.
Trocando em miúdos: o caos na Santa Casa não começou agora. Possui raízes históricas e deriva de um quadro mais amplo de abandono da saúde pública, em todos os níveis, sem isentar de responsabilidades as prefeituras e o próprio governo federal.
Soa demagógico quando os tucanos buscam surfar sobre a crise, como se lá, em meio à dor das famílias, não estivessem também suas delicadas digitais.Assim como, para Ana Júlia e seu governo de pseudo-mudança, esta crise, somada a todas as outras que vêm se repetindo mês a mês, revela que entre a propalada intenção e o efetivo gesto existe um abismo.
Que não pára de crescer na mesma medida em que se aprofunda sua escolha de ser apenas a repetição – com nuances e sotaques irrelevantes – do velho e carcomido modo direitista de governar.
7 comentários:
A médica Rosângela Monteiro, a infectologista Irna Carneiro, o ex-diretor Hélio Franco e a médica responsável pelo banco de leite, que eu não lembro nome agora, são pessoas sérias e de reconhecida competência. E deixaram suas marcas no trabalho realizado durante muitos anos na Santa Casa. Estão todos fora do hospital.Pois bem: basta ouví-los, e a imprensa tem divulgado de certa forma isso, para saber muito claramente de quem é a culpa dessa tragédia.
Falta compromisso. Foi descaso mesmo. Como é que pode:suspendem um convênio com a Maternidade do Povo que, como seu berçário, poderia estar salvando vidas desses bebês, e agora, mais de um ano depois,retomam como solução da crise. E a própria secretária de Saúde reconhece as falhas de gestão, quando anuncia a chegada de medicamentos e reparos nos aparelhos do hospital.
Antonio Fernando
PS: E o Sindicato dos Médicos deu uma recuada preocupante. Não vai mais denunciar nada. Ficou satisfeito com um aceno de aumento de salário e outros babados. Parece até coisa de família ...
Bom dia, AF.
O Liberal de hoje traz uma longa matéria com a dra. Rosângela.
O Sindicato recuou foi? Huumm...sei
É, mas "os fatos não recuam".
Juca,
Era óbvio que a morte dos bebês não foram causadas simplesmente pela mudança de Governo.
Ela está mais ligada a existência da nefasta corrupção que existe na administração pública como um todo e que este Governo que ai está não conseguiu afastá-la.
A corrupção, aliada a má administração que reina no Estado nos últimos 20 anos (pelo menos) possui reflexo direto na nossa saúde e educação, como estamos vendo.
O que me deixa revoltado é exatamente essa tentativa de políticos inescrupulosos, em meio a pública desgraça, tentar tirar proveito da situação, enquanto eles mesmo carregam em suas mãos a lança de Herodes.
Uma sugestão: Com a vinda da Comissão do Congresso Nacional para, somente agora, demonstrar sua preocupação com a saúde no Estado, sugiro fazemos uma campanha para recebê-los, com comissão e tudo, mas principalmente com faixas e cartazes NOMEANDO nossos políticos envolvidos com desvios de verbas públicas, o montante delas, e o que daria pra construir e comprar de equipamentos se eles não tivessem nos roubado, e especialmente, quantas vidas hoje teríamos salvo.
Sem tirar nem por.
As "raízes da corrupção" também estão lá, nos alicerces da UTI neonatal da Santa Falta de Misericórdia do Pará.
Afinal, o dinheiro roubado num lugar tem que fazer falta em outro.
A verdade é que os governos Gabriel e Jatene , logo a era que vai desde o Helio Franco,Rosangela Brandão e Neila Dahas viveram a época mais corrupta na saúde do Estado,liderada pela Vice e pelo Fernando Dourado . Contudo nunca lutaram pela construação de uma nova Santa Casa ,em compensação o dinheiro foi desviado na construção dos Hospitais Regionais Hiperfaturados . È uma verdadeira falta de vergonha virem propagar a defesa deles ...
Lembrar que a médica Rosângela Monteiro é esposa de Waldir Cardoso. Já viram o orkut dele? Dêem uma passada lá.
Tanto o boa praça Hélio Franco quanto Rosângela, militam ou militaram nos quadros do PPS e no SindMed. Há muito não se sabe a diferença entre os dois.
E o dinheiro que o vic conseguiu para a Santa Casa, era mentira?
Postar um comentário