O estudante do colégio Universo que foi baleado no dia 17 de junho passado nas imediações da escola, desgraçadamente, não resistiu.
Quem sabe sua morte, aos 17 anos, desperta a omissa e mal educada direção da escola em chamar pais e mestres para uma reunião a debater alternativas para o alto risco que correm os alunos na saída da escola, pois sua morte não deverá chamar atenção da governadora Ana Julia para o desastre cotidianamente reiterado desta puliça corrupta e inepta do estado do Pará.
O retumbante fracasso da gestão do delegado federal Geraldo Araújo empata, na incompetência e falta de autoridade, com a desavergonhada gestão de Santino no governo Jatene.
25 comentários:
Só o que posso fazer, no momento, é compartilhar a dor da familia de Gilberto.
Poderia ser com meu sobrinho de 17 anos ou com seu filho, irmão...
São relatos de violências por todos os quatro cantos desse País.
Onde vamos parar, professor Juvêncio?
Meus pêsames ufpeano a família e a colega Edith do ICS( prima de Gilberto)
Profº Juvêncio,
Fátima Oliveira, funcionária do ICS/UFPA.
Fiquei muito triste com o ocorrido,pois a minha amiga Edith é prima do Gilberto e espero que esse governo de fachada tome a sua real posição quanto segurança pública, e já.
Meus sentimentos aos familiares!
Obrigado por sua atenção, Fátima.
Informo-lhe que sou servidor, como c, cedido à UFPA, e não professor.
Um abraço.
Boa tarde, Juca querido:
cada adeus leva um pedaço da gente, como se fosse - e é - inaceitável as vidas serem ceifadas na juventude, trazendo além da dor, a inaceitável desobedecendo à lei natural das coisas.
Acompanhava no QUINTA o caso do garoto Gilberto - com o brutal agravante da violência, além da extemporaneidade - e não esperava ler este Adeus.
Assim, esse monte de palavras que ensaio aqui significa só o que deveria ter dito logo: um beijo, querido, um abraço apertado. Para a família e os amigos do Gilberto também.
É muito bom revê-la por aqui, queridona. Estamos todos muito tristes com o desfecho de tão estúpido crime.
Abs
Querido,
estou sempre aqui. Todos os dias.
Às vezes, muda...mas cega e surda, jamais!
Beijão.
Desespero, tristeza e indignação são sentimentos comuns para centenas de brasileiros que perdem amigos, familiares e conhecidos, todos os dias. Todos os dias as cenas se repetem nos cadernos de polícia. Todos os dias o cidadão comum corre, ávido, para ler e ver as cenas dos crimes. Aliás, o crime é um grande e rentável negócio.
Todos os dias assistimos as apreensões da Polícia Federal na casa de "bacanas", de políticos, de funcionário públicos, de homens comuns. Mistura explosiva: criminalidade e corrupção. Efeitos perversos: indiferença social e preconceito social.
Qual será o custo social da corrupção sobre o futuro de milhares de jovens? Qual será o efeito da corrupção na consolidação dos padrões de moralidade pública?
Muitos estão estudando estas relações para fins de estruturação de políticas públicas. Muitos estão organizados em movimentos sociais? Muitos estão nas organizações não governamentais forçando a arena pública, demandando soluções.
Trata-se de problema maiúsculo pois entre tantas variáveis intervenientes temos uma sucessão de governantes e de governos que não estruturaram uma política de longo prazo, com investimentos, em curvas e volumes, pensados para décadas.
Dia após dias assistimos a prisão de jovens, o encarceramento de gerações de brasileiros sem futuro, sem dignidade, sem perspectiva. Cruéis, insensíveis, solitários.
Daqui à pouco tempo vamos eleger "novos" prefeitos e vereadores. Muitos envolvidos em esquemas de corrupção e em grupos de extermínio. Eleitos pelo voto e indiferença crescente dos indivíduos quanto ao destino das cidades e de seus habitantes.
Onde estão os partidos políticos? O que representam?
Caro Juvencio,
Esse triste episódio já esta virando rotina em nosso Estado.
De nada adiantou a ida do DF Geraldo para a Segup se a mudança estrutural do modelo de segurança não ocorrer. È preciso muita autoridade para fazer isso, coisa quem nem esse Secretário de Segurança e sua pífia equipe possui.
Esse Secretário, como ja foi noticiado, sequer se dá ao trabalho de lê o que assina e sua equipe continua sendo a que "assessorava" a fracassada gestão Vera Tavares. É notória da incompetência de todos:
A Polícia Militar, responsável pelo Policiamento de rua, não policia nada, nem sabe onde são locados seus policiais, e nem deseja saber, senão vai aparecer pra quem realmente é dada proteção policial. Se o estudante Gilberto fosse filho ou esposa de coronel, teria carro da PM com policiais para deixá-lo na escola, como acontece com, inclusive, o filho do comandante geral, que até hoje não disse a que veio, se é que veio para alguma coisa.
A Polícia Civil, que finge que investiga, só faz alguma coisa se houver "alguma motivação" ou o "dinheiro da gasolina" ou "da merenda" e quer fazer de qualquer forma o policiamento de rua (da PM - onde o dinheiro rola mais fácil), quando não consegue fazer o seu.
Pelo que se tem noticiado, a Senasp vai investir milhões na Segurança Pública do Estado, através do Pronasci, mas a respresentante Estadual do Pronasci, se atém a copiar contrato e projetos de outros Estados, e ai a Governadora sai em documento, assinado sem ler por todos, como "Careta" e o nosso estado vira "Maranhão".
Assim como a Saúde a Governadora, se quiser realmente resolver o cãncer de seu Governo, tem que chamar pra si essas responsabilidades. Nessas áreas, como se está vendo, não adianta delegar responsabilidades, principalmente pra quem não ta nem ai com a estória do Brasil.
Se continuar desse jeito, ao final do mandanto, na Segurança Pública, a Governadora quando for falar a respeito, vai ouvir de longe uma voz que vai lhe dizer: GERALLLLLLLDO
É, e ainda alguns ou algumas dirão que no tempo do Paulo Sette Câmara isto não ocorria...
Que falem, embora isto de nada interessa!
Interessa que a merda continua a mesma!
Quero externa mesmo que anônimo a minha solidariedade a família deste jovem que deixa a vida devido ao império da violência que tomou conta de todos.
Voce, Juvencio, falou muito bem a direção deste colegio é omissa e mal educada. Já tive um filho estudando lá e eles só querem faturar.
Educação para eles é mercadoria. E ainda vem o vereador Alfredo Costa falar em educação de qualidade.
Oi Juca,
Passando rapidamente por teu blog, li sobre a morte do menino Gilberto e fiquei pensando no quão estamos todos desamparados.
É impressionante a recusa dos poderes públicos (todos!) em enfrentar, de modo honesto, as causas da violência urbana e assumir sua responsabilidade. Se não formos direto na ferida, continuaremos a andar em círculo, cada vez mais assustados, contando e chorando nossas tragédias.
Penso que a pobreza não é causa da violência. Mas quando aliada à dificuldade dos governos em oferecer melhor distribuição dos serviços públicos, se torna um convite atraente para a criminalidade e a ilegalidade.
Um abraço fraterno à família do Gilberto.
Mary Cohen
Ái Juca, que pena....
Juvencio, Mano Velho, primeiro de tudo: lamento muito pela morte do jovem. Lembro-me dos meus 17 anos, como eu era naquela época muito mais cheio de vida e de planos para o futuro do que sou hoje, e de como meus pais compartilhavam isso comigo. Não consigo imaginar a dor da família.
Segundo, quando eu falo que falta profissionalismo ao Governo do Estado, mato a cobra e mostro a Glock: insegurança nas ruas se resolve com levantamento e acompanhamento estatístico da criminalidade e atividade de inteligência (pra saber onde e quais os crimes estão acontecendo); conversa com a comunidade (pra sentir as necessidades do público-alvo e saber as razões dos crimes acontecerem onde acontecem); e polícia na rua, de acordo com o resultado das duas anteriores.
Sem mistério. Só falta mesmo é TRABALHAR!
Enquanto isso, os abastados de Belém agora só compram carros blindados. Verifique ns consessionárias. É mesmo um salve-se quem puder, o cidadão desassistido que se expluda!
Isso mostra que Alfredo Costa só quer saber de lucro e votos... Juca, vá atrasar pelo menos um dia a mensalidade de seu filho, para você ver o constrangimento que ele irá passar!
O mínimo que se espera dos proprietários deste estabelecimento, que tem representante na Câmara de Belém e forte ligação com a governadora, é bom senso e vergonha na cara!
Os alunos não podem continuar sendo tratados apenas como clientes que devem pagar uma fatura no final do mês. No caso de Gilberto, a fatura paga foi a sua vida!
P.S: Com certeza, devem ter mandado agora uma coroa de flores. O cúmulo da hipocrisia!
Angelcaom, Prof. Alan e Mary, obrigado pelas visitas.
Mary, se eu conseguir, amanhã postarei sobre essa relação pobreza e violência, a partir de "Homens Livres na Ordem Social Escravocrata", da profa. Maria Sylvia de Carvalho Franco, na mesma linha de sua afirmação.
E aos que insistem em desqualificar o debate, uma palavra: passem fora deste blog!
Não tenho queixas a fazer das aulas ministradas naquela escola, e tampouco das posturas do vereador Alfredo Costa.
Minha questão é focal: eu exijo uma reunião para discutor a questão da segurança no entorno da escola. para tal, depois de duas tentatovas frustradas, procurei a Ouvidoria do MPE- promotor Estevam - que me atendeu muitíssimo bem. Amanhã de manhã, vou ser recebido pelo promotor encarregado de encaminhar meu pedido, provavelmente da promotoria de Direitos da Cidadania.
Isto não vai ficar assim.
Juvêncio aqui em Marabá é um assassinato por dia, conforme noticia o Hiroshi Bogéa
recentemente em reunião marcada para debater o assunto o governo do estado ignorou olimpicamente a reunião
não se espante se qualquer agora a policia ganhar autorização para matar aleatoriamente, pois creio que a reação será essa: na base do completo despreparo, e tome mais violência
o que faz o secretário de segurança a quem julgávamos melhor preparado para a tarefa?
Juca, o pai do Gilberto é amigo de um querido amigo meu. Acompanhei de perto a dor da família, que era a dor deste meu amigo também. Ainda não falei com ele hoje, mas imagino o quanto ele deve estar entristecido com o fato.
Outro fato é que esta insegurança diária entristece todos nós. Entristece e revolta, notadamente porque, como bem disseste, este desgoverno não faz nada para amenizá-la. Não se percebem tentativas; se elas existem, são ridiculamente infantis, pois de nada adiantam.
A cada dia, no entanto, as pessoas comuns têm que conviver com o fantasma monstruoso da violência, que não marca hora, nem local, para se manifestar. E que se manifesta com a omissão conivente e covarde do péssimo sistema de segurança pública a que somos submetidos.
Juvencio,
Nao sei o que dizer desta situacao de violência em Belém. Ta phoda! (com todo o respeito). Será com o pessoal deste Governo nao anda nas ruas ou fala com as pessoas sem DAS? É muita miopia política - pra dizer o mínimo - nao priorizar a seguranca publica.
Júlio e Francisco, que honrosa coincidência a presença de dois homens de Estado - um promotor e um procurador - preocupados e revoltados com a situação de descalabro completo que chegamos.
Júlio, fique de olho nessa "autorização para matar".
O MPE deveria fazer a sua pergunta ao secretário.
Abs aos dois.
Presto minhas condolências à família do jovem assassinado. Este tipo de situação nos mostra como são frágeis as instituições nos dias de hoje. As causas de tamanhas atrocidades, cometidas por criminosos não muito mais velhos do que o rapaz, são de conhecimento geral: falta de perspectivas de vida numa comunidade carente da presença do estado (municipal, estadual e federal, representados tanto pelo seus poderes executivos, legislativos, judiciários e MP) diariamente assediada pela mídia com sua sanha consumista. Sem desprezar as influências destes poderes, me arrisco a afirmar que a mídia tem sua parte (e que parte) de culpa, ao estimular um consumismo exarcebado e uma sexualidade precoce, que leva a estes jovens em muitos casos a cometer crimes com o único objetivo de consumir símbolos, como roupas da moda, bebidas, drogas e frequentar festas como as aparelhagens, similares mais baratas das badaladas boates dos setores abastados.
Temo também que as manifestações acima comecem a colocar lenha no discurso da violência estatal como insrtumento de repressão à violência praticada pelos desassistidos de nossa sociedade. Acabei de assistir o odiento apresentador Datena fazendo a apologia da matança de miseráveis como recurso de combate á criminalidade, e vejo que alguns comentários deste post tendem a este caminho. O caso comentado pelo "jornalista" dizia respeito a uma mãe que teve seu carro metralhado, resultando na morte de um dos seus filhos, de 3 anos. A sociedade, ao conclamar o recurso da violência contra os criminosos, abre portas para que esta violência atinja a todos.
Por fim, sobre a conduta da polícia, descaradamente assumida em defesa dos coronéis de nossa sociedade, tornada particular na mais nojenta reprodução do patrimonialismo herdado de Portugal, somente será mudada depoi de algumas décadas de esforço contínuo do estado em combate a esta herança. Coisa que nenhum governo a história do Pará jamais fez. Se este não tem conseguido, pelo menos manifesta em seus escalões a disposição de fazê-lo. Mas não conseguirá, nem com a contratação de 10 mil novos policiais, transformar esta realidade.
Sobre os promotores acima, pergunto onde esteve o ministério público nestas décadas desde sua fundação, que permitiu a nossa sociedade chegar a este ponto. Esqueceu de cumprir sua função constitucional? Ops, desculpe-me, esqueci que um dos seus chefes fora Secretário de Segurança.....
A questão da violência também passa no problema da falta de conciência cidadã de todos nós (geral e no plural).
A violência é produto dos anos e anos gerações e gerações de falta de projetos sérios e efetivos de renda e educação, enfim, de oportunidades para todos.
O sem-cidadania de amanhã, é o assaltante de hoje.
A morte de um jovem à saída de uma escola particular que cobra caríssimo pela venda nua e crua de educação e a omissão do poder público é revoltante e dispensa comentários.
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