27.3.09

Caixa de Campanha

Antenada, a assesssoria de comunicação do senador Flexa Ribeiro (PSDB) envia ao blog cópias dos recibos dos depósitos feitos pela Construtora Camargo Correa ao partido em 2006. Os recursos foram depositados na conta tucana, numa agência do Banpará. São doações de campanha, legais, e foram encaminhadas ao TRE junto com as contas do partido. Segundo a Polícia Federal foram sete partidos que receberam o vento da construtora.
Até aí tudo bem. Flexa é o presidente da legenda no Pará e à ele cabe, com efeito, o papel de receber e assinar pelo dinheiro que tilinta nos cofres da legenda.
Já está todo mundo careca de saber que a legislação sobre financiamento de campanhas políticas é polêmica, desequilibra a contenda em gavor das grandes legendas ou na direção de quem está no poder, e precisa mudar. Advoga-se o financiamento público.
Flexa, como Agripino Maia (DEM), subiu ontem à tribuna do Senado para protestar contra o vazamento das informações. Foi desagravado por vários colegas, como Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o próprio presidente da casa, José Sarney (PMDB-AP) .
Nos discursos, muitas acusações à PF e ao governo.
Mas há problemas na parada. Se a doação é legal, a origem do dinheiro é suspeita. Passa por empresas de fachada e envolve doleiros. Segundo a PF, há funcionários públicos envolvidos nas operações da construtora, bem como indícios de que os recursos seriam retribuições à obras direcionadas para a construtora.

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No final dos anos 90, um cientista político norte americano, David Samuels, estudou a ligação entre o caixa das construtoras e eleições estaduais, tal qual a ligação entre caixa de bancos e eleições presidenciais. Suspeitava Samuels que a ligação seria entre quem recebe e seus poderes para produzir políticas públicas que abram espaços comerciais para a empresa doadora: o governo federal determina a política monetária, e os estaduais, obras. O professor da Universidade da Califórnia em San Diego realizou a pesquisa apenas com dados do TSE e comprovou sua tese. Inclusive já fez vários seminários para comissões no Congresso e não se tem notícia de reações à suas exposições.

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Não deixa de ser interesante observar as datas dos depósitos da Camargo Correa, não só ao PSDB paroara. O último pingado cai sempre menos de uma semana antes das eleições. Pode ser a grana das bocarras de urna, cada vez mais exuberantes.

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Flexa, e o blog contou essa história nas eleições de 2006, escapou por pouco de uma batida da PF num hotel em Marabá. A mala já havia feito o check out, e no momento em que a PF entrou no hotel ela já estava no banco traseiro de um automóvel na PA 275, em direção de Parauapebas, onde chegou duas horas depois e com 30% a menos de seu conteúdo. Custo da oportunidade e do risco, por assim dizer, embolsado pelo cabo eleitoral que fez o frete.
Agruras, volto a dizer, de presidente de partido sob a legislação atual. Vai ver que os recusos eram legais, poderiam até ter origem no caixa da Camargo, que atua próximo de Marabá ( Breu Branco), mas, se pegam, teriam deixado o Flexa em palpos de aranha. Pela enésima vez.

12 comentários:

Anônimo disse...

Olha Juvencio, o maior problema nao sao as doacoes legais, mas a grana ilegal, nao declarada que entra nas campanhas.
O Senador sem voto deveria vir a público desmentir a PF e pedir que ela prove a existencia de doacoes ilegais. Se a PF provar ... ai a coisa pega né?
Enfim, essa coisa de mostrar a grana legal é perfumaria. O buraco é mais em baixo e o senador sem voto sabe disse.

Unknown disse...

Sim. A propósito, veja essa interpretação aqui:
http://evocecomisso.blogspot.com/2009/03/castelos-de-areia-e-cortinas-de-fumaca.html

Anônimo disse...

Juca,

Agripino Maia e o Flexa confirmaram sim, até com documentos na mão, que seus partidos receberam.
E claro que receberam!
O problema é que aquilo que receberam não foi declarado pela Camargo Correa...
então... na tentativa de rebater o lado deles pode ter piorado...

Mas além do fato em si temos que ir além...para mudar toda essa promisquidade entre negicios e politica.
Por isso reproduzo um comentário que fiz no Jeso.
O que caberia como interrogação é porque Empreiteiras como a Camargo Correia financiam (por dentro e por fora) Partidos e/ou indivíduos políticos com cargos públicos.
É de conhecimento até do mundo mineral, que Empreiteiras desse porte, disputam o mercado das grandes “obras públicas”, ou seja, o dinheiro do governo com o superfaturamento garantido.
Portanto a resposta e simples, dependendo do valor do apoio, crescem, ou não, as probabilidades de ganhar licitações em obras públicas.
Esse é a maior margem de risco dessas atividades empresariais publico/privada.
Então, o financiamento aos políticos POR DENTRO e POR FORA, ou a aceitação por partidos e políticos desse financiamento é altamente IMORAL.
Portanto, os argumentos do Flexa Ribeiro e de TODOS OS OUTROS,inclusive dos que não estão envolvidos nessa falcatrua,É CONVERSA PARA BOI DORMIR.

Tem que mudar a legislação, Reforma Politica Já!!!

Tiberio Alloggio

PS
A LISTA DA CAMARGO PODE SER VISTA AQUI

Entre no Site:
http://www.tse.gov.br/sadSPCE06F3/faces/careceitaByDoador.jsp
E digite o CGC abaixo! (SOMENTE NÚMEROS)
Informações prestadas pelo doador CPF/CNPJ 61522512000102 para o(s) candidato(s) abaixo:
Observe o valor total das receitas R$ 6.898.500,00 (SEIS MILHÕES, OITOCENTOS E NOVENTA E OITO MIL E QUINHENTOS REAIS)
E SE PERGUNTE: Por quê UMA EMPRESA PRIVADA iria DISPOR DE UM MONTANTE desses NUMA CAMPANHA ELEITORAL?

Candidato Partido - UF Data Valor

AECIO NEVES DA CUNHA PSDB - MG 17/08/2006 300.000,00
AKIRA OTSUBO PMDB - MS 31/08/2006 50.000,00
ALOIZIO MERCADANTE OLIVA PT - SP 22/08/2006 200.000,00
AMIR FRANCISCO LANDO PMDB - RO 22/09/2006 50.000,00
ANA LUCIA ARRAES DE ALENCAR PSB - PE 21/09/2006 100.000,00
ANDRE FRANCO MONTORO FILHO PSDB - SP 21/08/2006 50.000,00
ANTONIO ADOLPHO LOBBE NETO PSDB - SP 26/09/2006 50.000,00
ANTONIO APOLINARIO REBELO FIGUEIREDO PC do B - DF 21/09/2006 50.000,
00ANTONIO CARLOS PANNUNZIO PSDB - SP 21/09/2006 40.000,00
ARLINDO CHIGNALIA JUNIOR PT - SP 21/09/2006 50.000,00
ARLINDO CHIGNALIA JUNIOR PT - SP 26/10/2006 70.000,00
ARMANDO DE QUEIROZ MONTEIRO NETO PTB - PE 21/09/2006 50.000,00
ARNALDO CALIL PEREIRA JARDIM PPS - SP 25/09/2006 50.000,00
BLAIRO BORGES MAGGI PPS - MT 26/09/2006 40.000,00
BRUNO COVAS LOPES PSDB - SP 28/08/2006 22.500,00
BRUNO COVAS LOPES PSDB - SP 15/09/2006 100.000,00
CARLITO MERSS PT - SC 28/08/2006 50.000,00
CARLOS CARMO ANDRADE MELLES PFL - MG 22/09/2006 50.000,00
CASSIO TANIGUCHI PFL - PR 26/09/2006 100.000,00
CELCITA ROSA PINHEIRO DA SILVA PFL - MT 26/09/2006 20.000,00
CELIA CAMARGO LEAO EDELMUTH PSDB - SP 20/09/2006 30.000,00
DIMAS EDUARDO RAMALHO PPS - SP 20/09/2006 150.000,00
DIRSOMAR FERREIRA CHAVES PT - DF 20/09/2006 25.000,00
EDMUR MESQUITA DE OLIVEIRA PSDB - SP 18/09/2006 50.000,00
EDSON APARECIDO DOS SANTOS PSDB - SP 25/08/2006 50.000,00
EDSON APARECIDO DOS SANTOS PSDB - SP 05/09/2006 50.000,00
EDSON GOMES PP - SP 21/09/2006 20.000,00
ELCIO ALVARES PFL - ES 25/09/2006 50.000,00
ELISABETH SAHAO PT - SP 22/09/2006 25.000,00
GARIBALDI ALVES FILHO PMDB - RN 18/10/2006 150.000,00
GERMANO ANTONIO RIGOTTO PMDB - RS 18/09/2006 100.000,00
GUILHERME AFIF DOMINGOS PFL - SP 06/09/2006 300.000,00
GUSTAVO DE FARIA DIAS CORREA PFL - MG 25/10/2006 50.000,00
HENRIQUE EDUARDO LYRA ALVES PMDB - RN 27/09/2006 100.000,00
HOMERO ALVES PEREIRA PPS - MT 26/09/2006 20.000,00
INACIO FRANCISCO DE ASSIS NUNES ARRUDA PC do B - CE 22/09/2006 100.000,00
JAIRO PAES DE LIRA PTC - SP 25/09/2006 25.000,00
JANETE ROCHA PIETA PT - SP 25/08/2006 50.000,00
JANETE ROCHA PIETA PT - SP 11/09/2006 50.000,00
JANETE ROCHA PIETA PT - SP 29/09/2006 150.000,00
JAQUES WAGNER PT - BA 05/10/2006 200.000,00
JAYME VERISSIMO DE CAMPOS PFL - MT 27/09/2006 25.000,00
JOAO ALBERTO PIZZOLATTI JUNIOR PP - SC 21/09/2006 50.000,00
JOAO MELLAO NETO PFL - SP 05/09/2006 100.000,00
JORGE LUIS CARUSO PMDB - SP 24/08/2006 50.000,00
JORGE LUIS CARUSO PMDB - SP 26/09/2006 50.000,00
JOSE ALDO REBELO FIGUEIREDO PC do B - SP 06/09/2006 200.000,00
JOSE ALDO REBELO FIGUEIREDO PC do B - SP 20/09/2006 50.000,00
JOSE ANTONIO BARROS MUNHOZ PSDB - SP 06/09/2006 9.000,00
JOSE ANTONIO BARROS MUNHOZ PSDB - SP 18/09/2006 40.000,00
JOSE ANTONIO BARROS MUNHOZ PSDB - SP 27/09/2006 12.000,00
JOSE AUGUSTO DA SILVA RAMOS PSDB - SP 26/09/2006 21.000,00
JOSE CARLOS STANGARLINI PSDB - SP 20/09/2006 90.000,00
JOSE CLAUDIO DE ARAUJO PMDB - RJ 25/09/2006 50.000,00
JOSE DOS SANTOS FRADE PV - SP 11/08/2006 50.000,00
JOSE EDUARDO DE BARROS DUTRA PT - SE 29/09/2006 50.000,00
JOSE EDUARDO MARTINS CARDOZO PT - SP 20/09/2006 70.000,00
JOSE RICARDO ALVARENGA TRIPOLI PSDB - SP 11/09/2006 50.000,00
JOSE RICARDO FRANCO MONTORO PSDB - SP 18/08/2006 70.000,00
JOSE RICARDO FRANCO MONTORO PSDB - SP 20/09/2006 70.000,00
JOSE WILSON SIQUEIRA CAMPOS PSDB - TO 22/09/2006 50.000,00
LIDICE DA MATA E SOUZA PSB - BA 27/09/2006 30.000,00
LIVIO ANTONIO GIOSA PSDB - SP 17/08/2006 2.000,00
LIVIO ANTONIO GIOSA PSDB - SP 18/09/2006 30.000,00
LUIS CARLOS SIGMARINGA SEIXAS PT - DF 21/09/2006 70.000,00
LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO PTB - SP 11/08/2006 50.000,00
LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO PTB - SP 20/09/2006 50.000,00
MANOEL ANTONIO RODRIGUES PALMA PPS - MT 27/09/2006 15.000,00
MARCELLO LIGNANI SIQUEIRA PMDB - MG 25/09/2006 25.000,00
MARCELO ZATURANSKY NOGUEIRA ITAGIBA PMDB - RJ 31/08/2006 50.000,
00MARCIO JOAO DE ANDRADE FORTES PSDB - RJ 28/08/2006 100.000,00
MARCOS ANTONIO ZERBINI PSDB - SP 21/09/2006 50.000,00
MARCOS GUIMARAES DE CERQUEIRA LIMA PMDB - MG 25/09/2006 50.000,00
MARINHA CELIA ROCHA RAUPP DE MATOS PMDB - RO 22/09/2006 50.000,00
MAURO BRAGATO PSDB - SP 19/09/2006 50.000,00
MAURO MARTINELLI PEREIRA PT - DF 23/08/2006 100.000,00
MICHEL MIGUEL ELIAS TEMER LULIA PMDB - SP 22/09/2006 50.000,00
MILTON FLAVIO MARQUES LAUTENSCHLAGER PSDB - SP 19/09/2006 40.000,00
NEY LEPREVOST NETO PP - PR 22/09/2006 20.000,00
NICIAS LOPES RIBEIRO PSDB - PA 26/09/2006 50.000,00
OLAVO CALHEIROS FILHO PMDB - AL 27/09/2006 65.000,00
ORESTES QUERCIA PMDB - SP 25/08/2006 200.000,00
OSMAR FERNANDES DIAS PDT - PR 29/09/2006 30.000,00
OSMAR STUART BERTOLDI PFL - PR 19/09/2006 50.000,00
PAULO RENATO COSTA SOUZA PSDB - SP 15/08/2006 50.000,00
PAULO RENATO COSTA SOUZA PSDB - SP 30/08/2006 50.000,00
RENILDO VASCONCELOS CALHEIROS PC do B - PE 27/09/2006 65.000,00
RICARDO JOSE MAGALHAES BARROS PP - PR 22/09/2006 50.000,00
RICARDO JOSE SANTA CECILIA CORREA PSDB - MT 29/09/2006 15.000,00
ROBERTO CARVALHO ENGLER PINTO PSDB - SP 16/09/2006 40.000,00
ROBERTO TURCHI DE MORAIS PPS - SP 19/09/2006 40.000,00
ROBSON TUMA PFL - SP 11/08/2006 50.000,00
ROBSON TUMA PFL - SP 19/09/2006 50.000,00
RODOLFO JOSE DA COSTA E SILVA JUNIOR PSDB - SP 19/09/2006 40.000,00
RODOLFO JOSE DA COSTA E SILVA JUNIOR PSDB - SP 25/09/2006 13.000,00
RODRIGO FELINTO IBARRA EPITACIO MAIA PFL - RJ 26/09/2006 50.000,00
RODRIGO GARCIA PFL - SP 14/08/2006 5.000,00
ROMEU TUMA JUNIOR PMDB - SP 11/08/2006 50.000,00
ROSEANA SARNEY MURAD PFL - MA 30/10/2006 300.000,00
RUI GOETHE DA COSTA FALCAO PT - SP 13/07/2006 5.000,00
RUI GOETHE DA COSTA FALCAO PT - SP 24/08/2006 45.000,00
SIDNEY ESTANISLAU BERALDO PSDB - SP 26/09/2006 4.000,00
SONIA FRANCINE GASPAR MARMO PT - SP 25/09/2006 40.000,00
VALDIR COLATTO PMDB - SC 26/09/2006 50.000,00
VANDERLEI MACRIS PSDB - SP 20/09/2006 50.000,00
VIRGILIO GUIMARAES DE PAULA PT - MG 27/09/2006 50.000,00
VITOR SAPIENZA PPS - SP 18/09/2006 40.000,00
WALDIR AGNELLO PTB - SP 18/09/2006 60.000,00
WALDIR NEVES BARBOSA PSDB - MS 01/09/2006 50.000,00
WILSON CELSO TEIXEIRA PP - MT 27/09/2006 15.000,00

Entenderam melhor agora porque toda justificativa não passa de CONVERSA PARA BOI DORMIR?
ENFIM, REFORMA POLITICA JÁ

Tiberio Alloggio

Anônimo disse...

Olá Juvêncio,

Em 2006, escrevi um artigo defendendo o financiamento público de campanhas eleitorais.

Eis um trecho:
"O financiamento privado de campanha não passa de um negócio, um investimento de risco e, por isto mesmo, tem um preço de retorno absolutamente inflacionado: quem investe dez quer de volta cem, pois, pode perder tudo. Na dúvida, há aqueles que atiram para todos os lados. Não é incomum ver empresas aparecendo como doadores de recursos para candidatos de vieses totalmente opostos.
Como, também, grande parte das empresas tem caixa dois, a maior parte das doações saem do caixa dois das empresas para o caixa dois dos candidatos".

Eu não imaginava que, quase 3 anos depois, viria a constatação do que eu digitava.

O artigo todo está aqui http://www.interconect.com.br/clientes/pontes/artigos/2006/financiamento.htm

Obrigado,

Parsifal Pontes

Unknown disse...

Bom dia deputado.

Fiquei he devendo uma resposta em sua visita anterior ao blog, pelo que me desculpo.Os tempos andam curtos.
Vou lá no ponto.org dar uma olhada,e obrigado.
Abs

Unknown disse...

Italiano, obrigado pelo envio da lista de Schindler.
Sim, reforma política já, com financiamento público, fim de salários para vereadores, e candidaturas independentes.
Abs

Unknown disse...

É, o sexo em Brasília é "de com força".
Abs

Anônimo disse...

Juvencio, Mano Velho, concordo com as propostas que você lançou, mas não com financiamento público de campanhas. Isso não inibe a doação ilegal. Só funcionaria com o sistema de lista fechada, pois aí o partido só apresentaria "x" candidatos.

Hoje, com o famigerado sistema de coeficiente eleitoral, os partidos lançam três ou quatro vezes mais candidatos do que vagas...

Unknown disse...

É, Parente, não acaba mas deprime, posto que o doador se vale do argumento para diminuir a doação, além do que ela ajuda as legendas menores ou que estão fora do poder.
A representação tem seus problemas...eheh

Anônimo disse...

É por aí, pessoal!!! Reforma política, já!
Mas primeiro temos que banir políticos da estirpe de Flexa Ribeiro. Temos cortar o mal pela raiz!!! Não é a primira vez que Flexa Ribeiro está metido em broncas como esta.

Anônimo disse...

DEU NO:
http://analisedeconjuntura.blogspot.com/

Do Estadão:
A seguir, trechos de grampos que levaram à prisão na quarta-feira, 25, quatro executivos da Camargo Corrêa, duas secretárias e quatro doleiros.

No dia 15 de setembro do ano passado, às 12h54, Dárcio Brunato e Pietro Francisco Bianchi, diretores da empreiteira, discutiram o suposto esquema de doações ilegais aos partidos.

Pietro: O Dárcio, escuta... aquele dinheiro que foi mandado pra Fiesp, como é que foi...foi lá pra Brasília?
Dárcio: Não...a Fiesp...o que era do Agripino (senador José Agripino Maia) foi pro partido... pra aquela informação que ele havia mandado...
Pietro: Peraí, peraí, peraí, peraí...eram 200 e 300, não é isso?
Dárcio: Então...o que era 300 foi do jeito que eles pediram.
Pietro: Quem pediu?
Dárcio: O e-mail que o senhor recebeu deles que era pro partido...
No mesmo diálogo, Pietro e Dárcio voltam a falar sobre o repasse de "300" para o DEM, de Agripino, e outros "200" iriam para o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e que "aí foi 100 para o partido". Eles também listam as siglas que foram beneficiadas.
Pietro: 200 que era do Flexa... Dárcio: Exato... aí foi 100 para o partido...
Pietro: Que partido? Dárcio: O que ele havia sido solicitado inicialmente pro senhor...tem na relação...os outros 100...
Pietro: Quem tinha solicitado?
Dárcio: O Luiz Henrique (Luiz Henrique Bezerra, representante da Fiesp em Brasília) ...
Pietro: O Luiz Henrique... 100 pro partido? Dárcio: Isso...
Pietro: Ã...e... Dárcio: Os outros 100 ele dividiu em três partidos...PPS...PP (inaudível)
Pietro: PPS...PPT... Dárcio: Não...é...PSB, PDT e PPS
Pietro: PT...PPS? Dárcio: PPS...
Dárcio: Paulo, Paulo... Pietro: Salvador... Dárcio: Tá bom...
Pietro: Hein? Paulo, Paulo, Salv...PSB, Paulo, Salvador, Brasil e o outro é PT? Dárcio: PP...
Na continuação, Dárcio fala de uma suposta "relação" de beneficiários das doações da Camargo Corrêa. A referência pode ter ligação com uma lista de partidos e parlamentares apreendida pela Polícia Federal no dia em que Castelo de Areia foi deflagrada.
Pietro: Não interessa...mas foi Agripino para o partido? Que partido?
Dárcio: Acho que é pro DEM, viu? Pietro: Hein? Dárcio: Tá na relação aí, Pietro...
Pietro: Eu não tô com a relação aqui...tá, no partido DEM...mas isso foi orientação de quem, do Guilherme?
Dárcio: Do Luiz Henrique para o Guilherme...
No dia 23 de setembro, às 10h19, Pietro entra em contato com um interlocutor identificado apenas como Marcelo. Eles negam que as doações sejam feitas "por dentro". Utilizam ainda o que a PF considera um código para encobrir a transação: "tulipa". Trechos do seguinte diálogo mereceram grifos no despacho.
Marcelo: Então... nós tínhamos... que realizar algumas coisas ontem... e hoje...
Pietro: Hum... Marcelo: E não aconteceram
Pietro: Quais foram? Marcelo: Aquela tulipa, lembra? Chegou a ver?
Pietro: Não... Marcelo: Então...
Pietro: O que que é isso? Marcelo: Eram algumas coisas para acontecerem ontem...
Pietro: Sim... mas o que é, campanha política? Marcelo: É...
Pietro: Por dentro? Marcelo: Não...
Pietro: É, então não tô sab... nem eu tô sabendo... tudo...
No dia 27 de janeiro deste ano, Pietro entrou em contato com Fernando Dias. Eles conversaram sobre um suposto pagamento ao deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). Pietro cita novamente uma relação de beneficiários. Chama-a de "aquela pasta das eleições", onde estão "todos os caras que foram pagos".
Pietro: O que o Luiz tá querendo aí.
Fernando: É do José Carlos Aleluia, saber se foi pago alguma coisa no passado.
Pietro: Mas pagamos, não? (...) Fernando: Diz que ele tem um pen drive lá embaixo.
Pietro: Além disso, na minha pasta lá, tem aquela pasta das eleições. E lá tem todos os caras que foram pagos.
Fernando: Eu procuro lá então.

Comentário do Blog
SIC!

Anônimo disse...

Este pessoal do PT é mesmo ¨cério¨ninguem do nosso Estado na Lista. O pessoal do mensalão não passou por lá.!