28.3.09

No Partido

O senador tucano Flexa Ribeiro vai ter que conversar com os doadores da Camargo Corrêa e contar pra eles que foi generoso e depositou toda a grana que recebeu nos cofres do partido no Pará. É que o grampo da PF pegou os diretores da construtora dizendo que R$ 100 mil era pro partido e R$ 100 mil pra ele mesmo, o Flexa. Tem os recibos em mãos para comprovar e pode prestar contas da grana até o final de abril.

6 comentários:

Anônimo disse...

Até quando essa terra será o país da impunidade?
Valha-nos Deus! Mesmo eu sendo agnóstico.
Quanto ao Flexa, não se iludam: esse inquilino do Congresso Nacional, um valhacouto de ladrões, é "flexa ligeiro", macaco velho do cú pelado nas maracutaias, aliás, como todos os políticos desse país.
O Ministério Publico precisa ser mais prestigiado, ter mais recursos.
Ao MP, "Namastê"!

Anônimo disse...

Tirar recursos do partido e/ou de campanha é a maior sacanagem que tem.. é reduzir o poder de "bens de capital" do partido atingir sua meta eleitoral: chegar ao poder.

Anônimo disse...

Puxa Juca,
Que cara sério este Flexa, hein?
Declarou até o PF...

Anônimo disse...

Juca,

O artigo da Dora Kramer de hoje, no Estadão, trata de uma forma bem clara o caso. Segue abaixo:

O Estado de S.Paulo
28/03/2009
Coluna
Dora Kramer

Os suspeitos de sempre

Doar dinheiro a partidos não é crime. Proibido é fazer isso por meio de contabilidade paralela.

Alimentada por recursos de origem e destino obscuros, não raro captados mediante fraude na contratação de obras ou serviços pelo poder público e desviado em parte para o financiamento de campanhas eleitorais.

É sobre esse lado escuro das relações entre a construtora Camargo Corrêa, partidos de variados matizes e o aparelho de Estado que incide a mais recente operação da Polícia Federal no setor do colarinho branco.

A PF investigou durante um ano e meio crimes de lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras públicas, remessa ilegal de dólares para o exterior e doação ilegal para partidos políticos.

Prendeu diretores da empresa, secretárias e doleiros. Envolveu sete legendas significativas - PSDB, PMDB, PPS, PDT, DEM e PP - e, é claro, provocou protestos, embora tenha recebido também elogios pela relativa sobriedade da ação.

Teria se mantido totalmente dentro do melhor figurino não fosse a divulgação do nome de dois senadores, coincidentemente dos dois maiores partidos de oposição, que tinham como provar a legalidade das doações recebidas.

Aí a PF claudicou visivelmente, abrindo a guarda para as críticas de que agiu orientada por "viés político". De fato, se Agripino Maia (DEM) e Flexa Ribeiro (PSDB) são os únicos políticos citados e não se enquadram nos delitos investigados, por que citá-los como envolvidos numa operação criminosa?

Há sempre a possibilidade de haver mais contra ambos no inquérito. Mas, se há, por que divulgar doações registradas na Justiça Eleitoral e, portanto, legais?

Se não há, divulgou-se para constranger.

Sem necessidade, pois esse tipo de detalhe acaba dando margem para que se desvie o foco da questão central e se desacredite o conjunto do trabalho que reúne informações substanciais sobre, por exemplo, o superfaturamento de R$ 72 milhões nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás, em Pernambuco.

Nas gravações de conversas entre diretores da construtora sobre as relações da empresa com partidos. Na última leva divulgada, incluiu-se o PT, cuja ausência da lista estava sustentando a argumentação de uso político.

O partido, assim como as outras legendas, alega que recebeu da Camargo Corrêa de forma legal. A verdade comprova-se ou se derruba facilmente no Tribunal Superior Eleitoral.

O problema não está aí. O que joga suspeição sobre os negócios entre a empresa, partidos e políticos é a prática do caixa 2, a ingerência partidária nos negócios administrativos do Estado e a transformação do Congresso numa instituição que cada vez menos representa as demandas da sociedade e cada vez mais defende mais os interesses de lobbies. Públicos e privados.

É o conjunto da obra que estigmatiza e torna verossímil qualquer acusação contra políticos e empreiteiras, independentemente de serem verdadeiras ou falsas.

Há relação é viciada, a corrupção grassa e não é combatida a não ser por meio de artificialismos de propaganda. As práticas abusivas são aceitas, desculpadas e, quando denunciadas, em geral acabam rendendo prejuízo mesmo para quem denuncia.

Essa última operação da PF por ora não provou tudo o que disse, mas só de falar a respeito de coisas que todo mundo sabe já é um avanço. Nem a Camargo Corrêa pode em sã consciência se dizer "perplexa" nem o mundo político tem autoridade para denunciar uma "armação".

No mínimo, por causa da prática do caixa 2. Admitida por todos e praticamente oficializada pelo presidente Luiz Inácio da Silva quando, em 2005, corroborou a tese do delito eleitoral com a qual o PT pretendia negar crimes de corrupção, dizendo que o partido fazia "o que sistematicamente se faz no Brasil".

Não há surpresa, portanto. Muito menos razão para tanta indignação.

Anônimo disse...

É tão ¨cério¨que até já sabe como é a estadia em prisão.

Anônimo disse...

Sério mesmo, ainda mais quando apareceu com aquelas reluzentes pulseiras prateadas.