24.11.08

Paroxismo no Limite

Comentando o post Vícios de Origem, de ontem, escreve Lucio Flavio Pinto. Ao trazê-lo à ribalta, agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade- menos ao poster, alvo menor da artilharia do Liberal - mas aos valores enunciados por Lucio e pela nota oficial da reitoria, logo abaixo.

Meu caro Juvêncio,

O R-70 adota a pior forma de jornalismo, como, de resto, o jornal inteiro, quando o que publica é efeito da ordem "de cima". Os fatos, ah, os fatos: não interessam. Palavras foram feitas para serem usadas como arma para faturar, consumar vingança, mandar recados, impor medo, sujeitar vassalagem.
Esse paroxismo atingiu o limite da inconseqüência, como se o poder voltasse a ser dom divino. Por isso, inquestionável. O Liberal quer fazer o novo reitor, ponto. Quer mandar o atual reitor para o quinto dos infernos, ponto. Quer afastar do caminho as pedras, sem o menor humor drummondiano, ponto. São os éditos do trono. Todos têm que se curvar a eles. Só que as coisas mudaram e continuam a mudar, independentemente dos que se julgam donos das mudanças e, até, sem se poder assegurar que sejam mudanças para melhor.
Se O Liberal ainda pudesse praticar jornalismo quando os temas envolvem os interesses dos "lá de cima", responderia à sua resposta com jornalismo. Teria que demonstrar o que, em magras linhas e rápidas palavras, insinuou no R-70. Assim surgiria uma salutar polêmica, mesmo que demarcada por uma regra elementar: quem for podre que se quebre.
Mas dessa forma intolerante e covarde, de condenar sem processo, de impor uma "verdade" que não foi submetida à prova da demonstração, é condenar o jornal a nunca convencer sobre o que proclama o editorial dos 62 anos, no dia 15, assinado pelo reizinho apedeuta: de que possui credibilidade. Sem essa, dotô. Se não sair dessa bolha de fantasia e desfaçatez, o jornal vai chegar ao grau máximo de autismo, adquirido por vontade própria.
A notinha infame, porque refratária ao contraditório e arrogante, revela o grau da irresponsabilidade do jornal. Chamá-lo de liberal virou esquizofrenia.
Felizmente, ainda há quem considere que a missão da imprensa não é essa depravação, mas ser escrava dos fatos, missionária da verdade, pregoeira da decência, defensora da dignidade humana, mesmo quando não deixar de ser (nem poderia deixar) um negócio.
Negócio de jornal, porém, não é quitanda. Todo louvor e respeito ao quitandeiro, que nos entrega alimentos. Mas cada um com seu cada qual, se assim consigo ser entendido lá pelos fundos do bosque (perdão, jardim botânico edmilsoniano).

Um abraço do Lúcio Flávio Pinto

26 comentários:

Anônimo disse...

"A livre comunicação dss opiniões e dos pensamentos é um dos direitos mais preciosos do homem; todo o cidadão pode então falar, escrever, imprimir livremente; devendo responder pelos abusos desta liberdade em casos determinados pela lei" - Artigo XI da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão" aprovada no dia 26 de agosto de 1789 pela Assembléia Constituinte Francesa.

Anônimo disse...

Que porrada! Parece que os Maiorana não percebem, do alto de sua arrogância, o quanto estão perdendo, há tempos, com essas estultices...Nessa, como em outras, com todo o poder que têm (e que perdem a cada dia), são derrotados de capote (e elegância) pro Lúcio Flávio e pro Reitor. Que notas!!! Deveriam ir para a história da imprensa no Pará!

J. BEÁ disse...

Caro Juca,

Peço permissão ao LFP para dividir com ele meu apoio à sua pessoa.

Juca, não o conheço mas muito o respeito pelo bom trabalho que desenvolve em seu blog, assim como por suas posições nem sempre concordantes com a minha, mas bem fundamentadas.

Esse caso me lembra o que ouvi de meu pai: as pessoas dão o que têm. Este jornal ofereceu a vc e a seus colegas de UFPA o que tem de mais farto.

Siga no seu passo.

Abs,

J.BEÁ

Anônimo disse...

Escrevo para fazer parte como tantos outros ilustres conhecidos e desconhecidos que já se manifestaram em solidariedade ao Juvêncio.
Que o professor Lúcio foi feliz nas sábias palavras escritas acima.
Que "O Liberal" mesmo no auge da arrogância que tem lhe sido peculiar não deixará de cavar o buraco a caminho do fim, falência, da perda total de noção do que é o bom debate, da crítica com direito ao contraditório e que o negócio das ORM não pode interferir nos interesses da opinião livre e pública.

Grande abraço, Juvêncio!

A vida segue!

Satchel Paige

Anônimo disse...

Caro Juca.

Uma palavra, pela qualidade de sua leitura e repercussão dos fatos: parabéns!

Aos delinquentes da imprensa paraense, o merecido desprezo.

Ao Lúcio, aplausos!

À UFPA, reverência.

Anônimo disse...

Um Craque!!digno de inserção nos anais do jornalismo paraense!LFP possui o don da pena!!Uma pena que não possamos desfrutar de toda essa categoria de bem informar com imparcialidade, retratando fatos com objetividade e transparencia diariamente, seja em um jornal ou quem sabe num blog.Parabéns!!!

Helanny Torres disse...

A apuração é o elemento primordial da notícia. O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros deixa claro que a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e as mesmas devem se pautar pela veracidade dos fatos (Capítulo I, Art. 1° - Inciso I e II).

O jornal deve atender ao interesse público e não se curvar perante interesses políticos e econômicos (privados). Em muitos casos, é fácil perceber o que é erro na apuração da notícia, o que é especulação, o que é notícia tendenciosa, ou pior o que é "informação" fantasiosa.

Porém em outros casos é difícil ter tal percepção, uma injustiça pois quem fica à margem é o público que precisa ser informado. Por isso é importante a responsabilidade com o jornalismo, os jornais devem ter o compromisso com o fato, de fato.

Infelizmente não é isso que ocorre com muitos jornais da imprensa brasileira, todos estamos passíveis a falhas, é claro. O correto é ter transparência e ética para não lesar o mais interessado no assunto: o público. Pois o direito a informação é o exercício da cidadania. E negar esse direito é negar um direito fundamental do cidadão brasileiro.

Anônimo disse...

Juvêncio,
já faz muito tempo que a credibilidade do Liberal está na cesta da lixo, enquanto a sua sempre esteve nas alturas.
Aceite minha solidariedade e siga em frente. Nada do que este jornal disser contra você arranhará sua biografia, pois todos - mesmo aqueles que em algum momento discordam de você - sabem de tua competência, credibilidade, carater e honradez.

Unknown disse...

Alcinéa, caríssima, obrigado pela visita e apoio. Vc, como poucos jornalistas do Brasil, sabe o que é a pressão da grande imprensa sobre a opinião pública neste país, alvo que foi da coreção daquela que é a mais sombria figura da República, o nefasto senador José sarney.
Vc está correta: a credibilidade de O Liberal escorre pelos ralos, ante a iniferença de seus dirigentes, nefelibatas incuráveis.
Enquanto isso prosseguimos, exibindo sem pudor as flores e as dores. Como vc faz, magistralmente, em seu blog.
Bjs

Unknown disse...

Satchel vc por aqui duas vezes em dois dias!...rs.
Que bom.
Obrigado amigo, e um abs.

Unknown disse...

J. Beá, seu pai era um homem sábio.
Sigamos os passos dele.
Obrigado e grande abs.

Unknown disse...

Helanny, muito obrigado e bem vinda ao blog. Sucesso aí na TV Unama.
Abs

Anônimo disse...

Caro Juvêncio,
Atitudes como estas, escrachadas no R70, desonram os profissionais que, a duras penas, tentam fazer jornalismo de verdade em O Liberal. Entre dezenas de áulicos, resta o trabalho de formiga de quem, aos poucos, dia após dia, tenta colocar nas páginas do jornal o resultado de um trabalho sério, pautado na ética jornalística e, sobretudo, na ética do ser humano. Afinal, a boa índole é pré-requisito indispensável para um bom jornalista. Mas, no fim das contas, o trabalho sério esbarra em um paredão de interesses. Nosso esforço é jogado na lata do lixo diariamente. Toda empresa jornalística tem, sim, seus interesses, mas os grandes jornais, quando precisam "atacar" adversários, o fazem com provas. Não chafurdam na lama em busca de factóides. São analfabetos funcionais que teimam em denegrir a academia, onde aprendi a exaltar o profissionalismo e a amar o conhecimento. Sinto-me envergonhado - não só pelos patrões de O Liberal. Os patrões do Diario do Pará também são da mesma laia, diga-se de passagem.
Mas ainda acredito na mudança. Não posso deixar de acreditar. Sinto-me numa quitanda, mas não estou à venda.

Obrigado.

Anônimo disse...

Juvêncio,
O Liberal desceu a ponto de nominá-lo e divulgar fatos completamente inverídicos, com toda a sua conhecida leviandade.
Eu, que devo votar na Profa. Ana Tancredi, solidariza-me com você, vítima de mais uma patifaria de quem pensa que é dono do Poder na terrinha.

Anônimo disse...

Não seria o caso de simplesmente ignorar O Liberal?
Todas essas manifestações são louváveis, mas.... quem sabe não estariam fazendo o jogo do jornal
Lembrar do velho adágio popular "falem mal, mas falem de mim" ajusta-se perfeitamente a esse e outros episódios.

Anônimo disse...

Mestre Juca,

Acho que a nota serve para um proposito:
Mostrar que você continua no caminho certo!
Ser "brindado" com uma nota mentirosa e absurda, com vicios de origem, mostra a ameaça que voce representa ao grupelho da folha nariguda!
Siga sempre seu caminho, pautado na verdade e na justiça, como sempre tem feito.

Um abraço

Fabio Bentes

Unknown disse...

Bom dia, Fábio, prazr em revê-lo.
Obrigado por suas palavras , embora não considere que represente algum "perigo", ao Liberal ou a quem quer que seja. Apenas conversamos, sobre vários assuntos, nenhum deles misterioso ou proibido. Todos temas públicos. No máximo, aqui e ali, uma informação exclusiva e olhe lá.
Mas olhe, ainda tenho seu fone. Vou ligar qualquer hora dessas pra sentarmos numa mesa, e falarmos mal do Marins....rs
Abs

Jubal Cabral Filho disse...

Mestre,
esta corja não merece mais que nossa abjeção.
Devo-lhe as "120 anos" que não partilhamos.
Infelizmente o dever me fez retornar, mas estarei no Natal.
Grande abraço!

Anônimo disse...

Sabe, Juca, leio sempre o blog, mas só participo quando tenho a acrescentar.
Essas novas ferramentas do webjornalismo estão remodificando a política tal como conhecíamos na modernidade.
Isso é muito bom!
Qualquer dia arrisco em escrever sobre os novos ingredientes da política contemporânea, onde são imprescindíveis e importantes os mecanismos da web.

Um abraço.

Satchel Paige.

Anônimo disse...

Juvêncio,
eles são tão covardes, despreparados e infelizes, que nem apareceu um funcionário pra falar no jornal de hoje sobre a decisão judicial que os favorece (por enquanto). limitaram-se a entrevistar populares que lêem as páginas criminosas. É lamentável...
Artur Dias

Unknown disse...

Mas Artur - sempre um prazer em revê-lo - os funcionários,individualmente, não devem ser responsabilizados pelas decisões de uma empresa que não lhes pertencem!
Deveriam, isto sim, entrevistar professores de Comunicação, juristas e as entidades, além dos populares, claro.
Acho que o juiz Marco Antonio vai fazer isso antes do jornal...rs
Abs

Anônimo disse...

Não era bem "funcionário", mas alguém que pelo menos tentasse explicar essa "opção" editorial, por mais cínica que ela seja...

Artur Dias

Unknown disse...

Vc "arredondou", Artur, obrigado.
As direções das empresas deveriam se manifestar.
Abs

Anônimo disse...

Égua, parente! tens amigos mesmos! E gente que entende de jornalismo! É pena que estejam fora dos jornais, pois todo esse ódio explícito poderia ser estampado diariamente nas folhas. Mas é assim: inimigos de meus amigos são meus inimigos também. Quanto a ti, vejo que és uma tamanqueira, pau-de-espinho, atravessada no meio do caminho. Sempre tens a informação necessária, menos quando fazes juízo com o substantivo "pocilga". Égua, parente!

Unknown disse...

Sim, parente, e me orgulho deles. E sua crítica aos meus juízos de valor e procedente. Penso em me tornar mais elegante.

Anônimo disse...

Me impressiona a forma como as coisas são conduzidas em O Liberal. De longe acompanhei as eleições municipais e lia em suas páginas que Valéria seria a nova prefeita de Belém. Terminou vergonhosamente derrotada e de lá de trás do Bosque não veio sequer um editorial, uma nota que fosse, que explicasse porque o jornal havia errado tão feito em suas projeções eleitorais.

Agora temos o caso das páginas policiais e ninguém se manifesta. Silêncio total.

E quando o jornal erra ao lhe atribuir um afastamento que sequer existiu, não há um desmentido, um direito de resposta, mesmo que você tenha vindo a público rebater ponto por ponto as "acusações" do R-70.

E então como fica o leitor? O mesmo que acreditou que Valéria era a nova prefeita de Belém, que Ana Júlia poderia não se eleger para governadora porque "foi mal no último debate" ou que você foi afastado da campanha para reitor por disparar "tiros de festim".

Difícil acreditar que um jornal do porte de O Liberal despreze aquilo que é mais caro a um jornal de verdade: a credibilidade e o respeito dos leitores.