O diretor de redação do Público, Paulo Uchôa, revelou, no debate promovido pelo Sinjor na quarta, 29, a pressão dos baderneiros por imagens de sangue nos jornais. E se recusam a distribuir o mais jovem jornal do estado, que não oferece sangue aos leitores.
11 comentários:
Juvêncio, tem razão o Paulo Uchoa quando faz esta afirmação. Como gerente de Marketing do Grupo incluindo o Público na época, posso garantir que a pressão existe e que nós fomos surpreendidos por ela, não por ingenuidade, mas por puro otimismo e confiança que o leitor respoderia a essa nova proposta. No lançamento do jornal alguns jornaleiros chegavam a vender todas as edições, tinha jornaleiro que ficava sem nenhum exemplar, o mercado desejava isso, mas bancar os caprichos do mercado requer muito, muito dinheiro.Toda a campanha do Público foi desenvolvida com base nos anseios do leitor por um jornal diferente dos existentes, que trouxesse uma nova proposta então fizemos a campanha com base em 5 atributos, que permeariam a existência do Público e o diferenciaria dos demais ( Transparente, independente,imparcial , confiavel e Acessível",nos primeiros meses usamos esses 5 atributos e recorriamos no anuncio a definição constante no dicionário Michaelis para cada atributo, essa era a forma de lembrar o leitor do seus desejo e trazer a ele uma reflexão reforçando o significado de cada uma dessas palavras, no anuncio depois de esclarecer faziamos a pergunta ao leitor " O jornal que você lê é assim? e assinavamos: Público como um jornal deve ser. Essa assinatura simbolicamente significava a convergência e a afirmação do desejo do leitor por um jornal com esses atributos. Enfim com o passar dos primeiros dias deparamos com a pressão dos grandes jornais em cima dos baderneiros que são os atravessadores do jornal, pra você ter uma idéia num primeiro momento colocamos 500 camisas na rua na mão dos baderneiros, eles foram obrigados a troca-las, cada camisa do Público valia duas da concorrência, a pressão foi tanta que eles ameaçaram até não deixar os baderneiros venderem as duas folhas existentes, razão pela qual o inicio foi dificil e muitos dos baderneiros cederam a essa pressão e deixaram de vender o jornal causando prejuízo. Fomos a campo abrimos novos PDVs , fechamos novas parcerias mas a pressão continuava por todos os lados, além disso fizemos uma pesquisa com os proprios baderneiros, mandamos pessoas com questionarios para saber a opinião deles sobre o jornal e pasmem o caderno policia e mulher nua na capa se destacaram, na avaliação deles é isso que vende jornal, o que mais me preocupa é que a avaliação é na verdade o reflexo do desejo de parte dos leitores. A coisa funciona assim:
Alguns baderneiros pegam o jornal no proprio jornal e distribuem nos bairros para a sub baderna, eles é que vendem nas esquinas. Outros baderneiros recebem em pontos pela cidade, a escolha se dá da seguinte forma: Quando os jornais chegam os baderneiros checa as manchetes e baseado na sua experiência aposta no que vai vender mais. Essa é uma estatistica que os anunciantes não sabem, imagina você criar um campanha publiciatária com todos os objetivos de marketing definidos e não alcançar o seu objetivo porque naquele dia o jornal veio com uma capa morna e o baderneiro nãor resolveu levar o jornal pra rua, parece absurdo mas é assim que as coisas funcionam, o baderneiros que são parte do canal de distribuição definem o que vai vender ou não, são as leis de mercado, Lamentavelmente.Por esses e outros motivos é que o Publico só agora esta se firmando, com muita persistência e competência, já que o inicio da operação foi muito dificil, superdimensionamos algumas coisas e subdimensionamos outras, não foi um erro estratégico, foi vontade de fazer algo diferente, nós não lançariaomos um jornal igual aos existentes, não era essa e nunca foi a proposta. A concepção do Publico é perfeita, mas o mercado por vezes tão exigente não comporta novas propostas e ciclicamente continua com seus velhos hábitos, com seus velhos e falidos costumes.
Parabens ao Paulo Uchoa que tem dado dentro das suas possibilidades uma contribuição importante através do Público para a sociedade, e se vocês acharem que o Publico esta mudando o rumo, pensem que o mercado é que determina isso, não existe maquina de dinheiro pra bancar capricho, comprar o jornal é uma maneira de torna-lo independente, mas quantas vezes fazemos isso? continuo afirmando, a proposta se aidna é aquele que o departamento de marketing ajudou a construir é perfeita.
Outra coisa: Foram feitas várias pesquisas até mesmo para a diagramação, notem que apos o lançamento do Publico com fotos grandes, os dois jornais mudaram suas capas, façam sua pesquisa até nisso o Público contribuiu, mas o mercado precisa apostar.
Abraços
Josué Cidade - JC
Ex. Gerente de Marketing do Grupo Livre - leia-se Público.
A sociedade precisa ser mais criteriosa. Não é proibindo os jornais de publicarem àquelas fotos desumanas (só de pobre, negro...)mortos, que vamos resolver o prblema da cultura da violência que, já se instalou de mala e cuia em nosso paías. A solução está em nos organizarmos e deixarmos de comprar jornal que "privelegia" a imagem do pobre morto, duas vezes vilipendiado (pela morte brutal e pela indelicadeza do jornal que a publica)em detrimento da notícia.
Juvêncio,
Se a tal grande imprensa é pautada pelos baderneiros, não é tão livre quanto apregoa.
Por essa e por outras que está perdendo público para a Internet e para os blogs, como o Quinta Emenda, onde baderneiro nenhum manda na pauta.
Ahahahah...vejo que o caríssimo desembargador trabalha no 1° de maio, sem perder o refinado senso crítico e o bom humor: são muitas e excelentes as postagens de hoje.
Na verdade a mídia impressa caminha para o cadafalso, tanto mais rápido quanto mais falsa.
Os baderneiros que pautam (ou pautavam) os jornalões também os ajudam: esperam sentados e silentes seus pagamentos atrasados, enquanto os donos de jornais, usando este capital de giro, entregam-se abertamente à jogatina mal sucedida, contrução de mansões e outros prazeres.
A pauta do Quinta é nossa, minha e de nossos leitores, dentre eles o nobre José de Alencar.
Com muita honra.
O carissimo,quantos empregos vc d'a nesse teu blog?
Ai,ai,Juvenal,te liga invejoso
Essa talvez seja a explicação do sucesso dos blogs, especialmente do 5ª, informação sob medida, sem dispersão, de interesse público, raras as pautas aqui não alcançam um numero mínimo de comentários, mesmo assim ocorre, essa seleção é natural e legitima porque cada um de nós escolhe o que vai ler e comentar, a melhor postura esta no Post que traz os assuntos apostando nesses fatores, se os jornais fizessem isso em detrimento aos seus interesses pessoais as folhas seriam mais atrativas e a participação do publico bem maior. Quem consegue ler aquele calhamaço de domingo? ninguém! é impossível.
JC
Abs
Josué Cidade
rs...não emprego ninguém, vc sabe.
Sabe também que ameaço o "emprego" de patifes como vc.
E sabemos, todos, que bandidos não tem emprego.
Josué, é por aí sim.
O calhamaço e as receitas continuam diminuindo, e o desespero, a exposição pública dos traseiros e a sem vergonhice aumentando.
Ótimo!
Abs
Juva, digo como disse lá, sexo, morte, e variações sobre o mesmo tema, são os termos e é a motivação primária para criação de páginas na web, disparados!
Para mim esta é a explicação dos métodos, só que analógicos, dos jornais impressos. O que revela mais um suspiro desesperado antes da morte, do que a salvação.
Vi lá que alguns e bons, como o Lúcio, acham que o jornal impresso não está ameaçado ou tão ameaçado assim pela web.
Escutei previsão de 10, 20 anos para começar a se preocupar... Será que não sabem que em termos de informatização isto significa, por exemplo, passar de chips de silício para orgânico ou para convergência total como a transmissão no ato de qualquer mídia diretamente em janelas, vitrines e até paredes (todos já em testes), em casas, lojas e nas ruas?
Será que o órgão de classe, dos estados e o nacional, está se preparando para o futuro de demissões e de uma outra forma de se fazer jornalismo, e mantendo, assim e pelo menos, alguns postos de emprego e de trabalho?
Lafayette
Oi Juvêncio, oriento uma equipe de alunas na Unama num Trabalho de Conclusão de Curso sobre os critérios de noticiabilidade e esta visão dos baderneiros em Belém. Estão finalizando. E "o molho pardo" é ingrediente exigido por eles nas primeiras páginas. Te detalho depois a conclusão da pesquisa delas. Bjs pra ti e pra família.
Oi,caríssima.
Acho ótimo que esse comportamento dos baderneiros tenha um registro num trabalho científico.
Bos sorte pras alunas e aguardo a conclusão.
Bjs pra vcs.
Postar um comentário