Na primeira metade dos anos 70, uma patrulha do Exército fazia batidas de rotina no ramal rodoviário que ligava a outrora Vila de Repartimento a Tucuruí.
Eu e um amigo fomos parados: um sargento determinou que abríssemos as bagagens e jogássemos o conteúdo ao chão, para revista.
Eu não quis cumprir a determinação. O sargento perguntou-me o nome. Eu respondi. Ele acusou bonachão:
- Olhe tenente, é este o tal comunista de Tucuruí, que vive esculhambando o Exército e cuspindo no brasão!
Eu falava mal do Exército, que, para mim, simbolizava a ditadura, mas nunca cuspira nem em flâmula de São João.
De repente, sob o impacto de um pontapé, fui ao chão de joelhos. Ato contínuo senti um estampido, seguido de uma dor horrível nos ouvidos: eu era apresentado ao tal telefone, um golpe dado ao mesmo tempo, com as duas mãos em forma de concha, em cada uma das orelhas.
Na íntegra aqui, por Parsifal Pontes.
Um comentário:
Essa dita... n;ao era branda, nem inteligente. Imagine, sumano, confundir Parcifal com comunista! Arre égua!
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