12.12.08

Contracanto

Por Lucio Flavio Pinto, em comentário ao post Os Bastidores do Show, de hoje.

Prezados:
Sem querer criar polêmica, mas em respeito aos fatos, digo que estava na sexta-feira passada no Manjar das Garças quando o empresário chegou à nossa mesa e disse que o Edu Lobo não viria almoçar no restaurante e que ele, empresário, estava saindo apressado do almoço (junto com o conjunto musical) para fazer a mudança do artista para o Hilton porque o Regente estava em obras e fazia muito barulho no hotel.
O empresário disse que o Edu Lobo aceitava muita coisa, menos barulho. Precisava descansar e dormir para poder se apresentar bem.
O empresário deixou o Manjar como se estivesse consciente de que a mudança era uma chateação (além de repercutir no orçamento), mas compatível com a qualidade do artista e a natureza da sua função. Não parecia capricho de prima dona.
Não sei o que houve depois nem fui ao show (também prefiro o aconchegante vinil). Apenas relato um fato do qual fui involuntária testemunha. Fato que pode ter sido vencido pela evolução posterior dos acontecimentos, que provocou o desabafo do empresário. Se a coisa evoluiu para pior em seguida, ou involuiu, justificando o desalento e o protesto do empresário-fã, nada sei.
Sei que eu, minha geração e várias outras gerações têm uma dívida de gratidão irresgatável com esse grande compositor e cantor, filho de outra grande figura, Fernando Lobo.
Edu seria grande em qualquer lugar do mundo, um artista singular. Azar o dele de nessa época haver tantos gênios musicais no Brasil, mais ao gosto da maioria, ou mais geniais. Lembra-me a "mala suerte" de Dudu e Ademir da Guia, aquele meio-de-campo fantástico do Palmeiras (como corinthiano, sou insuspeito), que não teve o reconhecimento devido porque jogou quando brilhavam Didi, Gerson, Zito e outros gênios no meio de campo do futebol brasileiro.
O empresário terá seus justos motivos para o desabafo e o protesto. Mas se tudo que disse procede, tudo que disse não anula algo ainda mais importante e superior: Edu Lobo é um patrimônio valiosíssimo da cultura brasileira.
Está acima das misérias circunstanciais, incluindo a própria. No fundo, acho que o empresário-fã pensa o mesmo. Que as pedras atiradas contra ele sejam incorporadas à trilha brilhante pela qual ele continuará a seguir até a imortalidade, mais do que justa: conquistada com talento excepcional.
Grande abraço,
Lúcio Flávio Pinto

7 comentários:

Unknown disse...

Caríssimo Juca,

Não entendi essa do meu querido Lúcio Flávio Pinto!

O Luisão ao longo do seu texto-desabafo , cuja elegância foi notada e registrada pelos comentaristas,fez questão de ressalvar , por mais de uma vez , a qualidade inquestionável do artista Edu Lobo.


Mais do que isso, Luisão declarou-se fã confesso do "compositor de obras primas ", logo nos primórdios do texto. E , no final , define a obra do músico como "irretocável ".

Os fatos trazidos à lume pelo LFP não anulam nem sequer contrastam com aqueles descritos pelo Luisão.

Fato relevante trazido à baila o foi pelo Ney Messias, que está lá na caixinha de comentários do post Os Bastidores do Show , prá quem quiser avaliar.

E , por última , tb não entendi muito , Lúcio , esse tratamento "Empresário "prá cá ,"Empresário-fã" prá lá ...Eu pensei que todo mundo conhecesse o Luisão . Bom, aqui talvez o errado seja eu, quem sabe.


Mas, como o Lúcio confessa tb preferir o vinil , tá perdoado...

A verdade , Juca e Lúcio , é que o próprio teor dos comentários mostra que todos consideram(os) , digamos , superior a qualidade musical de Edu Lobo. Esquisitices à parte, certamente.

Abs, do

Anônimo disse...

Meu caro só existe uma figura que todos conhecessem no Pará: N. Sra. de Nazaré. O resto pede apresentação.
Quero acrescentar que nessa história toda os julgadores estão esquecendo que o cantor/compositor Edu Lobo é um homem doente, que operou-se de um problema neurológico recente, deve usar medicamentos pesados e que alteram em muito o humor. Coisa que alguns avoados para outras bandas não podiam alegar quando aqui exerciam sua simpatia. Quanto ao imbroglio aqui apresentado, para evitá-lo bastava o empresário ser mais esperto, diminuído a margem de lucro e posto o Edu Lobo onde antes estava combinado. E assim não estaríamos passando o tempo com esse assunto por aqui.

Anônimo disse...

Caro, no fundo, outro artista mineiro é mais feliz: "o artista tem de ir aonde o povo está"
abs

Anônimo disse...

PS à minha observação. Só escrevi porque o empresário Luisão, com quem só então tive certo contato, sugeriu na sua elegante nota que Edu Lobo estava se comportando como prima dona, exigindo ir para o Hilton (exigência compatível com a categoria do artista). Na conversa, pareceu que o barulho no Regente é que foi a causa do remanejamento para o Hilton. Não fora o barulho, Edu teria se acomodado no Regente, mesmo com acertos anteriores lhe garantindo outro albergamento. Mas concordo num ponto: há assunto muito mais importante a exigir nossos limitados cuidados e escasso tempo. O esclarecimento das graves denúncias feitas contra o deputado Sefer, por exemplo. Avolumam-se boatos, opiniões e interpretações, que, represadas pela grande imprensa, olimpicamente à margem depois da nota do Repórter Diário, ameaçavam arrastar a barragem da informação. Antes de qualquer juízo de valor, é preciso ter fatos. A tarefa cabe primariamente à imprensa. Como ela se omitiu, mais uma vez, a rede virtual se encarregou de arrombar a porta da cautela e do oportunismo da grande imprensa. Espero que, agora, com o novo (e mais adequado) registro do Diário, ela se desincumba da sua missão, fornecendo à sociedade as informações necessárias para elucidar essa questão e dar-lhe o tratamento devido. Um abraço, Lúcio Flávio Pinto

Unknown disse...

Nos também esperamos, Lucio. Ou, mais uma vez, arrombaremos as portas. Na semana que vem novos fatos devem vir à tona. Pelo menos o caso da extorsão deverá ser melhor conhecido..
E obrigado por sua presença, sempre muito querida por aqui.

Francisco, vc idem.
Considero Edu Lobo genial.

Abs aos dois.

Val-André Mutran  disse...

O Lobo pode estar sob efeito medicamentoso. O Edu parece-me muito vivo.
Quero saber qual é a instância para tratar esse caso?
Em meu anterior relato, moderado por Juvêncio, chegamos, afinal, ao ponto que interessa nessa questão: difusão cultural jamais será conforme o interesse mediante, empresarial...O sinônimo adjetivado que for, nunca superará a espectativa do fã.
Quando tratarmos de subjetividades e gostos, no final, o que importa é se o ator é ou não aquilo o qual nossa ansiedade como consumidor final, prevalecerá.
Só isso, por favor...o resto é ralativizar, contra-argumentar e especular.
O senhor Angélica (que também atende pelo nome de Luciano) movimentou-se hoje no seu inominável programa, que a mim mais parece ação de nêgo de olho em votos (audiência para essa gente é tudo!). Apareceu mais cedo com a Banda Calipso na África.
Grandes coisas.
Pra eles.
Não consigo ver nada, absolutamente nada que me faça converser sobre esse caça-níquel.
Aliás, a galera tá pouco se importando.
O figurino da dupla da banda Calipso para interpretar uma música que nem marciano entende, responde a critérios insuperáveis de mau gosto, visto que não passa de um muito mal acabado engendramento de mau gosto.
Mas, gosto não se discute.
Luciano Huck e Banda Calipso. Na onda da Globo você fica burro e eles: muito, mas muito mais ricos.

Anônimo disse...

Para o Edu Lobo, a espelunca, mas se fosse a Ivete Sangalo...