22.12.08

Neo Manifestantes

Além de muitos outros segmentos, tucanos e democratas experimentaram o gostinho das ruas ontem, 21, na Caminhada Pela Paz, que reuniu mais de duas mil almas pelas ruas da capital.

25 comentários:

Anônimo disse...

Assim que fizerem uma revisão no estatudo da criança e do adolescente teremos bem mais chances de Paz, mas como acho dificil os "cabeças" admitirem que 80% da criminalidade esta na faixa etária protegida pelo estatuto não vejo o que passeata poderá resolver.
Bem semelhante às passeatas no Rio contra a violência, mas ninguem está disposto a largar o pó que financia a violência.

Anônimo disse...

Bom dia, Juca querido:

assim que os que têm efetiva preocupação com o combate à violência, com a proteção da criança e do adolescente - segmentos mais vulneráveis de uma sociedade injusta e discriminatória - e quando todos lerem e compreenderem o Estatuto da Criança e do Adolescente e "descobrirem" que o erro não está nele, mas no despreparo e no descaso com que os órgãos de segurança e a Justiça jamais se organizaram para cumpri-lo, começaremos a construir uma cultura de paz.

Beijão.

Anônimo disse...

Isso, vamos criminalizar desde o nascimento, assim o anônimo das 10:09 vai dormir em paz. Esse é o "cabeça"!

Anônimo disse...

Nobre, quando os eleitores ratificam um prefeito que deixa 100 mil crianças fora da escola, querem o quê ?

Anônimo disse...

Todos esses ricos que estavam ontem na caminhada da paz devem ter votado no Dudu, que fecha escolas infantis, não constrói creches para que as mães pobres possam trabalhar na casa dos ricos e deixar os filhos com segurança em vez das ruas, que são verdadeiras escolas de bandidos.
Esse anônimo que grita contra o ECa deve ser um desses energúmenos.
Abraços Juvêncio.

Anônimo disse...

Essa passeata mais parece uma versão do "cansei" da violência. As elites precisam parar de pedir segurança e refletir mais sobre os efeitos da concentração de suas riquezas. O poder público tem responsabilidade, sim, mas o buraco da bala é mais embaixo. A Polícia é paliativa. Se os bacanas continuarem a blindar carros e a se encastelarem em seus condomínios de luxo, exigindo "paz" apenas quando morre um deles; se o poder público continuar reagindo com a pirotecnia de novas e insuficientes viaturas para dizer que faz mais do que o governo anterior (que realmente nada fez); se cada um não mover uma palha para mudar valores dentro da própria casa casa; aí estamos todos ferrados, perdidos, entre balas idem.

Anônimo disse...

Juvêncio, viu a chiqueza da passeata? Até cachorrinho, acompanhado de uma bela menina, participou.
Uma pena que sirva apenas para reforçar a certeza de que um abismo social se aprofunda entre os paraenses.
Sabe que um dia, vi uma senhora distinta passar com o carro por cima do pé de um flanelinha. Ele berrou e deu uns socos no carro. A mulher desceu e gritou para ele: "NÃO BATE NO MEU CARRO! NÃO BATE NO MEU CARRO!"
Artur Dias

Unknown disse...

Olá, Artur. Não vi a passeata, mas a falta de costume leva a alguns equívocos. Ainda assim, e apesar de comentários anteriores, considero altamente positiva a mobilização de setores normalmente ausentes de participação nas ruas.
Abs

JOSE MARIA disse...

Meu caro Juvêncio,

Fomos - eu e Araceli - à Caminhada.
Sem preconceitos.
E sem Heré, nosso fila.
Conosco foi Irmã Henriqueta, da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Encontramos Ângela Salles e Mary Cohen, da Ordem dos Advogados do Brasil (mais Acreano Brasil, Sérgio Couto e Lafayette). Que empunhavam uma faixa - de sarrapilheira plástica, constrastando com as demais - dizendo que pedofilia é crime (revezaram nessa tarefa Henriqueta e Araceli também).
A nota lida ao final pelo cardiologista Paulo Toscano serve para mostrar a diferença entre essa Caminhada e o Cansei! paulistano.
Quem não foi, perdeu uma excelente oportunidade de também contribuir para essa luta, que para ser vitoriosa precisa também vencer a barreira dos preconceitos, que atua nos dois sentidos.
Ah, sim. A faixa sobre pedofilia agora vai para a frente da Assembléia Legislativa.

Unknown disse...

Olá, caríssimo Alencar.
Felicito a todos que participaram da campanha, inclusive os "desacostumados" das ruas, como citei no post. É extamente a incorporação de segmentos normalmente ausentes que adensam a manifestação.
Cumprimento às entidades, seus representantes e pessoas que voluntariamente foram à passeata, manifestando a procedência e a oportunidade de suas demandas.
Um abs

. disse...

Esse Anônimo 10:09 é um exemplo do público da passeata Cansei Paraora?

Hummm...

Não estive nela, mas amanheci pelas bandas da Brás e vi todos lindos passarem com seus modelitos brancos estilosos para a passeata. Nenhum preconceito com os ricos (como pobre que sou), tão pouco quero aqui minimizar a perda do médico Salvador, mas aquela caminha de domingo...

Anônimo disse...

Minha família não é rica e fomos todos a passeata, não fomos porque achamos que a PAZ vai surgir do nada, mas sim porque toda a minha família tem um carinho e uma gratidão muito grande pelo doutor, e não aceita mais essa impunidade.
Assim como nós, encontramos centenas de pessoas que antes de qualquer coisa estavam ali porque queriam prestar uma última homenagem a ele.
Garanto que alguém da sua família ou alguma pessoa próxima passou pelas mãos dele e conheceu a pessoa maravilhosa que ele foi.
Grande parte dessa passeata estava lá não pra aparecer, como estão dizendo aqui, mas sim indignados contra essa brutalidade que está acontecendo na cidade.

Sônia Santos - Funcionária da ALEPA, um dos lugares que o médico era mais que um querido.

Anônimo disse...

O problema é que a indignação dessas pessoas é pontual. Quando passar a comoção pela morte do médico, vão continuar a ver com indiferença a violência nossa de cada dia.

Anônimo disse...

Não sejamos duros demais. A passeata de domingo protagonizada pela classe média(ca)teve um verniz pequeno-burguês natural posto que legítima diante do estágio da violência que, de forma expressiva, acaba vitimando próceres desses segementos. Não tem problema, o MST e os sindicatos rurais já fizeram suas várias e a igreja progressista também, chorando seus mortos. A diferença reside em identificar e prender os criminosos. Para esses é mais difícil. Deixem a pequena burguesia se manifestar! Ela está no seu direito. Poderia ter feito isso também há alguns anos, na era da "sensação de insegurança". Aliás gostaria de ver o empenho de D. Orani no combate à pedofilia, fazendo coro ao colega do Marajó, que por sinal também é conservador e carismático, mas parece ter mais coragem.

Anônimo disse...

ERRATA:
ONDE SE LÊ
"segementos"
LEIA-SE
"segmentos"

Anônimo disse...

Bem que o povo poderia ser mas exigente e menos omisso. Como fizeram na Grecia quando mataram um jovem de 15 anos. Foram pra ruas e quebraram tudo....

Anônimo disse...

Existe um grupo de voluntários chamado Peregrinos da Paz que é um bom exemplo de como a questão da violência pode ser abordada de forma menos estreita. Eles discutem nas escolas conceitos como tolerância, honestidade, solidariedade, amor... Não se trata de pregação piegas, não. São estudantes da UFPA que tratam do tema em profundidade, à luz de pensadores como Martin Buber, Ernst Cassirer, Adorno, Gandhi. Os resultados desse contato, dessa vivência com os garotos certamente estão à frente e acima das manifestações por mais polícia.

Anônimo disse...

Lamento pela morte do bom médico, lamento pela morte dos jovens promotor de festas e despachante, lamento a morte do advogado. Também lamento pela morte do feirante, pela morte do pedreiro, da dona de casa. Pela morte, por desnutrição e falta de pré-natal, de centenas de crianças; pela morte, por tiros e pelo tráfico de drogas, de centenas de jovens. Lamento pelos que tombaram na luta pela reforma agrária, pela preservação da natureza, pelos mortos e mortas vitimas do trabalho escravo, do trafico de pessoas, pelos que morreram vitimas de doenças endêmicas...
A passeata de domingo teve varias formas e expressões de legitimidade: a dos trabalhadores lascados, da classe média insegura e da burguesia ameaçada, pois a chagas da violência, nas suas mais variadas formas, não estão livrando ninguém. Mas em especial, do ponto de vista burguês, a manifestação (exaurida) apontava à manutenção das ilhas de segurança, reivindicada por uma classe que, historicamente, faz pouco caso à melhoria de vida dos excluídos, de suas empregadas, de seus serviçais. Na verdade ela quer que a pobreza se mantenha naturalmente dócil e que a violência fique do outro lado do muro de seus condomínios de luxo, do outro lado do vidro dos seus carrões refrigerados. Para que a redução da maior idade penal? A quem interessa? Como se isso fosse resolver a questões de fundo da violência, como se a construção de mais penitenciarias fossem extinguir tal mazela.
Acontece que a ausência de solidariedade, a manutenção da ganância capital e da cega concentração de renda, do crescimento da miséria, da falta de emprego e renda dignos, da falta de escolas e de saúde públicos e de qualidade, também são formas ( as vezes) veladas de violências, que geram outras violências. Tolerância zero?! Lei de talião?!
Vão duas sugestões: assistir o filme Crash – no limite e conversar com Deus.

Anônimo disse...

Égua, não acredito que as pessoas estão discutindo sobre ser rico ou ser pobre, se aquele pode participar de caminhada, ou se este "morre mais" do que aquele.

Se a passeata foi pequeno-burguesa, ou se, para ser passeata grande-revolucionária, as pessoas deveriam ir de roupas surradas, tremulando bandeiras lírico-ideológicas, com boinas pretas,levemente caídas, mas não muito, à esquerda.

Lembro aos esquecidos que a violência não está nem aí para tais boçalidades.

Anônimo disse...

10:09 - Complemento.

Quando vc ouve um garoto de 14 anos, com um 38 na sua cabeça te dizendo "Se eu te matar, não vai pegá nada pra mim, sou di menó", esta na hora voce ir participar da passeata.
Se todos reclamam da falta de segurança do estado, do município, não verdade querem mais policia na rua, policia essa que reage atirando e fazendo o trabalho sujo que a sociedade tapa os olhos para não ver, ou alguém quando ler no caderno polícia que o bandido que aterrorizava o bairro de Nazaré (suposição) caiu numa troca de tiros com a policia, ninguem dá muita importancia se ele tem 16 anos, e duvido que vão pedir para rezar uma missa pela sua alma.
Alguém garante que tb não tinhamos cheiradores nessa passeata?
O Primeiro passo para resolver a criminalidade é não se esconder atrás da hipocresia, e reconhecer a realidade se uma sociedade que "proteje" bandido.

@10:35 AM

Desde o nascimento??? Isso se chama controle da Natalidade?????

Anônimo disse...

É clarividente que o problema da segurança pública vai muito mais além do policiamento ostensivo, do aumento de efetivo, da construção de mais penitenciárias e de outras ações. Não que estas que cito, na minha modesta opinião, sejam, apenas, paliativas. Acho que não!
Contudo, é claro que a onda de violência, que assola não só o Pará, mas o Brasil, vai muito mais além, como por exemplo, da falta
de saúde, de escolas e creches para as crianças, de uma previdência que funcione, promovendo a assistência social,
além da cultura, lazer e desporto.
Os direitos e garantias fundamentais são de vital importância? Claro, pois a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Mas, aliado a todos esses fatores, não podemos esquecer os principiológicos, onde destaco aqueles inculpidos na nossa Constituição como a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Crucial, ainda, é a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais e muitas ouras mazelas existentes.
Lendo os comentários acima, entendo que todos tem sua valia, inclusive o feito pelo das 10:09 (não com toda essa, digamos, volúpia), mas quem sabe reduzir a maioridade penal para os 16 anos? (daí a reforma não seria no ECA, mas isso é outra estória).
E, para aqueles que criticam a postura daqueles mais providos, pergunto: estes tem culpa de o serem? será que não estudaram, batalharam e ralaram para fazer por onde morar numa casa bacana, etc?) Ou será que a sua perda é menos importante daquele rapaz que era promotor de eventos, ou da moça que foi operada? A dor é menor? A manifestação não é válida?
Tenho certeza que não!
Acho que, na hora que o buraco chega perto de você, ou você faz alguma, ou está na hora de você rever seus conceitos, coisa que os "Direitos Humanos" já deveria ter feito há muito tempo, pois o cidadão de bem, este sim, merece ser acolhido e amparado, ao invés do familiar do bandido.
Que fique bem claro, meu caro Juca, não defendo nenhuma bandeira qui, muito menos A, B ou C, mas Deus queira que nenhuma dessas atrocidades venha a acontecer com qualquer familiar meu.
Vou ficando por aqui, desejando a todos que perderam um ente querido seu, que Deus os ilumine e traga muito conforto e, sobretudo força e sabedoria para enfrentar os momentos difíceis e de fraqueza.
Um abraço,
Fábio Pereira

Anônimo disse...

Lamento as mortes, e também choro as dores...... A passeata com cachorrinho.. é um belo despertar de consciências, que bom! Segurança pública é dever do Estado, Responsabilidade de TODOS Mais HUMANIDADE nas ruas, nos consultórios, nas feiras, campos e construção. Espero que a nossa elite não pare na caminhada.... Não Basta só pagar impostos, tem que participar, meter a mão na massa e sentir a dor do outro.

Anônimo disse...

Deu uma melhorada no diálogo.

Está certo quem diz que a mudança deve ser macro: Educação, Saúde e emprego.

Mas, certo também está quem diz que, enquanto isso, deveríamos permear com algumas alterações para resultados a curto e médio prazos.

Poderíamos começar, com relação à violência versus menor idade penal versus adulto se valendo das leis penais e do ECA, e:

a) Alterar a execução da pena. Entre 12 e 18 anos, vai para instituições de abrigo à menor, e, se ainda tiver pena para ser cumprida, vai para a penitenciária até final reclusão.

b) O adulto bandido que for e/ou estiver acompanhado de menor durante o crime, pega uma agravante na quantificação da pena, TRIPLICANDO-A. Assim, se era para pegar 2 anos, pegaria 6, e aí por diante.

Anônimo disse...

Quanta insensibilidade.
Que horror, discutir se as dores de pobres ou de ricos são mais ou menos intensas, ante as perdas de vidas!
E ainda aparecem os rançosos com suas bandeiras de colorações partidárias, de esquerda e direita.
O principal que é a valorização da vida, como sempre, fica no secundário.
Qualquer manifestação contra a estupidez da violência, que tira vidas, é válida e importante.
Não importa roupas, nem posição social, tampouco política.
Hipócritas de plantão; políticos e aproveitadores de ocasião,omissos, fiquem bem longe.
A população tem o sagrado direito de se manifestar.Ponto.

Anônimo disse...

Adiro ao comentário do Lafayette e do anônimo das 9:36.
Fábio Pereira