No blog do Noblat.
O deputado Edmar Moreira (DEM-MG), eleito como novo corregedor da Câmara, não deseja que a Casa continue julgando os deputados por quebra de decoro parlamentar. Ele defendeu nesta terça-feira que os casos envolvendo parlamentares sejam enviados para avaliação do Judiciário.
“Quando houver qualquer tipo de ação deve ser apurada até as últimas conseqüências. Deveríamos instruir o processo, votar a admissibilidade e encaminhar para a Justiça, que é o foro competente”, disse Moreira.
O novo corregedor afirmou que o “espírito de corpo” e a “fraternidade entre os colegas” tira a condição dos deputados de fazerem julgamentos de quebra de decoro. Disse ainda que isso evitaria eventuais injustiças contra parlamentares.
“Isso nos livraria do ônus de ser acusado de parcialidade e daria para a justiça fazer para que não façamos intromissão indevida ao que diz respeito à justiça”, afirmou.
(Comentário meu: Senado e Câmara dos Deputados mudaram suas direções para que nada mudasse.)
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Bem, este é o demo que foi eleito o novo corregedor da Câmara. Lembro que na época do escândalo do mensalão, este indecente, descumprindo a orientação de seu partido, relatou tres processos de envolvidos com a patifaria, inclusive o de José Janene, do PP do Paraná, talvez um dos mais pervertidos mensaleiros. Absolveu os tres. Votos petistas, em agradecimento aos seus préstimos, choveram na horta de Edmar na eleições de ontem
A Corregedoria da Câmara, que acumula mais de 150 processos sem definição, não vai mudar mesmo. Pra que?
4 comentários:
Luluquefala:
E o Vic, ó !
UMA MÃO, LAVA A OUTRA:
Ontem, depois do resultado da eleição, na liderança do PT:
- Eu falei pra você, Edmar, confie na gente !
- E eu estou aqui pra agradecer o voto de cada um
de vocês.
E a festa rolou até bem tarde da noite.
Mensaleiros absolvidos e o "absolvente eleito"...
"Ou restaura-se a moralidade, ou nos locupletemos todos!"
A frase, dita por Stanislaw Ponte Preta nos idos dos anos 1960, é mais atual ainda hoje do que seria na época...
Porque o ilustre demo não defendeu logo o imobilismo total? Deixa-se de apurar tudo, não dá em nada mesmo!
E o ministro Gilmar Dantas, digo, Gilmar Mendes, que fala sobre tudo, não vai falar nada dessa idéia de jerico?
Juca,
Laconicamente não vejo a decisão com maus olhos. No mesmo caso do "Mensalão", prevaleceu mais a influência da opinião publicada, desse mesmo naipe que a Franssinete questiona na postagem do topo, sobre a opinião pública (já privatizada pelo jornalismo publicitário) e muito, mas muito menos, as provas concretas. Roberto Jéfferson caiu por falta de provas, exatamente sobre o que apelidou de "Mensalão". No mais, restou apenas caso de caixa 2, que foram julgados politicamente como se fossem não caixa 2, mas mesmo mérito que o tal caso-apelido do cantor-advogado cassado.
Concordo que os julgamentos políticos não podem estar acima dos julgamentos jurídicos, ou seja, da lei propriamente dita. Caso contrário, são reles tribunais de exceção, que se baseiam na pressão, na vontade de quem é mais forte, a despeito de toda a garantia de direitos. E estes valem para os deputados também.
Portanto, tenho pleno acordo que esse tipo de justiça seja feita no Supremo obedecendo ao devido Foro Privilegiado, já que sem ele, um deputado do Brasil e um da Coréia do Norte (que é parlamentar mas não tem liberdade de ação política como qualquer cidadã) é a mesmíssima coisa.
Faço questão de registrar-me aqui, pois não componho a equipe que corrobora para o mau olhar sobre os políticos. Não creio que reproduzir - e não digo que é seu caso - sensos comuns sobre a atividade de parlamentares e chefes do executivo seja producente para a democracia ou para as idéias progressistas.
Um abraço,
L.
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