4.2.09

Salame em Tres Tempos

Palavra empenhada, palavra cumprida.
O deputado João Salame (PPS), vice presidente da AL, vem ao blog comentar o post Tudo Bem, que falava de sua possível nomeação para a secretaria de Meio Ambiente.
Fez mais. Falou sobre alianças regionais, relacionamento com a direção nacional do partido e com o também pepessista Arnaldo Jordy, presidente estadual do partido.

Sobre cargos e convites:

...eu não poderia indicar ninguém para a Sema. Em primeiro lugar por uma questão ética: tenho excelente relacionamento com o secretário Valmir Ortega, a quem reputo um ténico com grande conhecimento sobre a questão ambiental. Trabalhar para indicar seu sucessor antes de uma decisão oficial sobre sua saída não seria de bom tom.

PPS, governo e mandato

Se posicionar no mérito das ações do governo, apoiando ou posicionando-se contra. Caso a caso. Certa ou errada essa é a posição oficial do partido.Assim tenho me conduzido. Por isso, meu caro Francisco (Rocha Jr., um dos comentaristas do post) não há como o PPS nem o Jordy me enquadrar.

G-8, Jordy e PPS

Nunca a questão do G-8 foi oficialmente debatida no PPS. Sou deputado de primeiro mandato, mas não sou neófito em política. Estou com 46 anos e comecei minha militância, no antigo partidão, aos 17 anos. Sei medir meus passos. E não tenham dúvidas: entre o G-8 e o PPS, sou partido

O comentário do deputado Salame, longo e cheio de informações, esta no link indicado lá em cima. Role a barra para lê-lo, pois existem 35 comentários anteriores.

21 comentários:

Unknown disse...

Deputado, obrigado pela atenção ao blog e seus leitores.
E pela reiteração de sua tradicional disposição em participar dos debates num espaço tão informal e modesto.
Abs

Anônimo disse...

"Se posicionar no mérito das ações do governo, apoiando ou posicionando-se contra. Caso a caso. Certa ou errada essa é a posição oficial do partido"


Acho que todos os partidos deveriam se comportar assim,sempre se posicionando em relação ao mérito da questão e não por outros motivos diversos

Francisco Rocha Junior disse...

Caro Deputado,
Louvo sua iniciativa de vir aqui, responder aos leitores do Quinta - como sempre fez, aliás. Isto evita especulações e nos permite, a nós eleitores e interessados na política do Estado, ter um canal aberto com nossos representantes no parlamento.
Ao Juca, mais uma vez parabenizo pelo espaço. O Quinta, hoje, é mais importante que outros meios de comunicação, inclusive grandes jornais, justamente pelo fato de aproximar os que são notícia dos interessados nela. Viva o Quinta e viva a internet, que nos permite isso.
Entrando no mérito de suas considerações, não gostaria de contestá-las. Não tenho estofo, nem cancha para isto. Somente queria pontuar algumas poucas frases suas e procurar compreendê-las. Para isto, faço algumas perguntas, se o Juca me permitir:
1. O Sr. diz que se a dicotomia de posições entre o G e o PPS surgir, o Sr. se debruçará sobre a questão. A seguir, diz que "é claro que a questão do G produziu um certo afastamento entre nós" (o Sr. e o deputado Jordy). Ainda que não queira saber quais os erros que vocês expuseram um ao outro - o Sr. já disse que não o faria - gostaria de perguntar-lhe o porquê desta divergência. Afinal, primeiramente o Sr. diz que esta divergência não existe e que se ela passar a existir, se debruçará sobre o assunto; depois reconhece, inclusive como evidência, que "a questão do G produziu um certo afastamento" entre o Sr. e o Jordy.
2. Sua participação no G nunca foi discutida no partido, o Sr. afirma. Mas as posições do G devem ser tomadas em consenso, ou pelo menos em votação, não é? Acredito que sim, pois se assim não fosse, não haveria motivo para sua existência: para que criar um bloco partidário, se cada um agisse como quisesse, ou seguindo somente a orientação de seu partido? Por outra, é sabido que o G indicou pessoas para cargos no governo. Sendo assim, como foram indicados estes cargos? O que o G deu em troca do aproveitamento destas indicações? O Sr., como componente do G, e tendo o G indicado pessoas para estes cargos, ainda assim não considera que estas nomeações estejam em sua quota?
3. Quanto às eleições de 2010, é um alívio saber que o PPS está preocupado com uma eventual contradição na composição com o PT estadual e com o PSDB no âmbito nacional. É bom saber que ainda existe esta preocupação em algum partido, fugindo da notória "esquizofrenia deliberada" que o PMDB parece imprimir como escola, e à qual fiz alusão, em comentário ao post que deu origem à sua resposta.
Entenda que com isto pretendo apenas tentar entender qual o significado do G-10(ou G-9, ou G-8) e sua força e importância nas decisões que são tomadas na ALEPA.
Um abraço.

Anônimo disse...

"A causa má torna-se pior quando se pretende defendê-la."

Ovídio

Anônimo disse...

Meu caro Francisco

Obrigado pelo nível elevado em que você coloca o debate. Nem todos conseguem, por má fé ou porque a causa é má.
Vou lhe responder de hoje para amanhã, quando tiver tempo de me debruçar com profundidade sobre os teus questionamentos.
Abraços

João Salame

Anônimo disse...

Atendendo sua solicitação, Juvêncio, fui ler o comentário do Dep. João "G" Salame. Que debate bom, hem? Jordy nem aparece (será se a Bia vem de novo?). João, jornalista que é mesmo, bom de caneta, respondeu a tudo e a todos. De fato, ele sabe ocupar espaços, sempre teve esse apetite pelo poder, como revela desde sua origem política. Consegue trabalhar com o G, essa coisa mais fisiológica do que soro, e ainda se manter no PPS, que está a um passo do PSDB, com a candidatura Serra. Fico pensando na Governadora que aceitou Salame na Primeira Vice-Presidência da Assembléia, mas vetou o tucano Ítalo Mácola, será se foi seis por meia dúzia? Apesar de dizer éticamente impedido de aceitar o convite de ir para a SEMA, o Deputado para mim demonstrou aceitaria de bom grado o convite, já que a ética nem sempre prevalece nesses acordos políticos e ele mesmo admite que aceitaria (claro que não é de bom-tom dizer que aceita em público, se as negociações estejam em andamento).
Veja-se o que ele mesmo diz:
"Pelos motivos acima elencados eu não poderia indicar ninguém para a Sema. Em primeiro lugar por uma questão ética: tenho excelente relacionamento com o secretário Valmir Ortega, a quem reputo um ténico com grande conhecimento sobre a questão ambiental. Trabalhar para indicar seu sucessor antes de uma decisão oficial sobre sua saída não seria de bom tom."

E isso:

"É fato que existem setores dentro do governo (minoritários, registre-se) que, na hipótese do PPS compor com o governo; e na hipótese da Sema ter que mudar de secretário e coubesse sua indicação a um aliado e não ao PT, o que acho improvável, veriam com bons olhos a minha indicação.
É uma operação política complicada. O PPS marcha celeremente para fechar, a nível nacional, com a candidatura Serra a presidente da República. Aderir ao governo do Estado siginificaria assumir compromissos com a reeleição da governadora Ana Júlia. Seria oportunismo compor agora com o governo e depois apoiar outra candidatura. Apesar da verticialização ter caído para as próximas eleições, é muito complicado apoiar a Ana Júlia e, no mesmo palanque, pedir votos para o Serra. Seria uma guerra com a militância petista, que, avaliamos no PPS, ainda não amadureceu o suficiente para respeitar posições divergentes de seus possíveis aliados em âmbito local. Em política, no entanto, tudo é possível.".

Em política, então, tudo é possível? Pensei que havia uma limite ético, como dito acima, que lhe impediria de aceitar a secretaria - ou indicar alguém?

Mas o interessante é o zigue-zague do deputado, entre as complicações de natureza política, e futura, com vistas a 2010. Entretanto, descobre-se que o Governo do Estado está conversando com o PPS(e não deve ser sobre abrobinhas), e nesse caso, a SEMA pode ser entregue ao partido, e João Salame o provável indicado. Antes da eleição de 2010, pode sair para poder concorrer à reeleição, e assim não haverá empecilhos quanto ao PSDB, na aliança de 2010, afinal o problema será a militância do PT, bem entendido, que
"ainda não amadureceu o suficiente para respeitar posições divergentes de seus possíveis aliados em âmbito local. Em política, no entanto, tudo é possível."

Qual será esse amadurecimento, pregar uma coisa aqui na planície, e outra lá, no Planalto - como gosta de falar o Jarbas?

Ao não vetar a presença de Salame num cargo tão importante, na mesa diretora da Assembléia, o governo do estado demonstrou a disposição para a aliança com o PPS, e Salame parece que não a despreza, não fossem a aliança PPS-PSDB em 2010, a militância do PT e a ética em relação a Ortega, embora "em política tudo é possível". Nada mais, nada menos que pura realpolitik - ou maquiavelismo, se querem alguns.
O Deputado tegiversa, mas aceitaria de bom grado o convite, se é que já o foi, para comandar a SEMA, com inegável importânca em sua base eleitoral, no Sudeste do Estado.

Anônimo disse...

Meu caro anônimo das 4:55. Mal tive tempo para responder às gostosas provocações do Francisco e me deparo com provocações mais insinuantes e igualmente inteligentes, apesar de quase beirando uma postura agressiva, de sua lavra. Estou indo para uma reunião em Ananindeua. Ao retornar, pela madrugada, prometo abordá-las. O bom debate ajuda a comprrendermos o que ocorre à nossa volta.
Até lá!

João Salame

Anônimo disse...

Caro Anônimo da 4;55:

salvo um black-out total, a cegueira súbita e absoluta ou a falta de pagamento da conta telefônica..rsrsrs...eu estou sempre aqui.

Acompanho os comentários, mas o que me apetecia palpitar, já palpitei. A discussão que agora está pautada - mais do âmbito dos Deputados e do PPS - me interessa mais como leitora do que como comentarista hebitué.
Apenas isso.

Mas, li atentamente a manifestação do Deputado João Salame, as manifestações dos leitores e o seu comentário.

Abração.

Beijão, Juca querido.

Anônimo disse...

Bia, uma hora vamos conversar, inclusive sobre política e só sobre política,e muito... espero
o anônimo

Anônimo disse...

Meus caros

Cheguei agora a pouco em casa. Um pouco antes participei de uma reunião inicialmente tensa no bairro do Una, na divisa dos municípios de Belém e Ananindeua. Cerca de 50 pessoas, num centro comunitário, desancaram com os políticos. Pra colocar a viatura policial no bairro o comando da Polícia Militar no local pede para os moradores ajudar na reforma do PM Box. As ruas são cortadas por enormes valas, sem nenhuma drenagem, a espera de promessa de saneamento e pavimentação feita pela prefeitura. O clima é de revolta. Triste realidade em quase toda a periferia da capital e arredores.
Enfrentei o debate. Até porque não é do meu estilo prometer o que não depende de mim. Apenas luta, nesses casos. Ao final nos confraternizamos e estabelecemos uma pauta de trabalho. Em uníssono. Espero não frustrar a expectativa de gente tão simples e decepcionada. Falar a verdade, francamente, é o primeiro passo. Oxalá consiga fazê-lo.
Quanto ao nosso debate, por cansado, entrego os pontos hoje. Mas amanhã pela manhã volto à ribalta. Já dissequei os dois textos provocantes. Alinhavei os argumentos. A eles darei forma logo mais. Bom sono. Até lá.

João Salame

Anônimo disse...

Juca,

Antes de dormir. Seu blog está cada vez mais sensacional. Dá gosto debater nele.
Abraços

João Salame

Unknown disse...

É justo, deputado, é justo.
E obrigado por sua considerações ao blog de todos nos.
Abs e até mais.

Anônimo disse...

Bom dia, de novo, Juca querido:

Bom dia, anônimo instigante das 9:03:

"uma hora vamos conversar, inclusive sobre política e só sobre política, e muito... espero"

Caramba! A curiosidade é uma das minhas poucas, mas terrível, "fraqueza de caráter".

Abração.

Beijão, Juca.

Anônimo disse...

o Deputado ainda dorme? He He He, a confraternização foi boa mesmo,diga-lá

Anônimo disse...

Meu caro Cabelo Seco

Não sou demagogo, mas confraternizar com gente do povo é sempre muito bom. Mais sincero. Mais caloroso. Senti que confiaram em mim. Espero corresponder.

Abraços

João Salame

Anônimo disse...

a comida do povão é sempre mais temperada... Brinquei em relação a confraternização pq vi que seu post foi lá pelas duas da matina, é osso acordar cedo.

Anônimo disse...

Meu caro Juvêncio

Vejamos se tenho o talento de jornalista que me foi imputado pelo anônimo das 4:55 PM para responder aos questionamentos que
me foram feitos.
Ao Francisco quero dizer que o afastamento se refere a apostas diferentes que foram feitas por mim e pelo Jordy.
Antes de formar o G a aposta inicial, minha e do Jordy, foi a de formação de um bloco com o PV. Porque o bloco? Porque numa Casa com 41 deputados duas andorinhas fazem muito pouco verão. Não influenciam na composição das comissões, na formação da Mesa Diretora, etc. Lhes resta a atuação de plenário. É preciso se articular.
Ocorre que o Deley optou desde o início em aliar-se ao governo e o Gabriel, grande deputado, tem características pessoais próprias, personalíssimas, de atuação. O bloco não vingou além da primeira reunião para a qual, diga-se de passagem, o Deley não compareceu.
Depois o Jordy pensou numa composição mais ampla de um bloco: PPS, PV, PDT (Luiz Cunha) e PSB (Cássio Andrade). Partidos afins, bloco maior. Não vingou. Porque? Por que, a exceção do PPS, os demais partidos estavam na base aliada do governo ou dela se aproximando. O PPS era intruso. Não vingou.
Cheguei do interior. Vindo de minha primeira disputa eleitoral. Com uma votação relativamente pequena. De um partido médio, que não apoiou a governadora. Para compor uma bancada liderada por um deputado competente,de forte personalidade. Presidente e líder do partido na Alepa. Pra seguir a posição do partido, que optou em não apoiar o Juvenil na sua primeira eleição para presidente, recusei o convite para fazer parte da Mesa Diretora.
Independente da posição coletiva do partido tinha que me preocupar com o exercício do meu mandato, com a ocupação de espaços importantes, sobretudo para uma liderança do interior, cujo foco de atuação é muito distinto de um deputado com forte eleitorado na capital, junto aos formadores de opinião, como é o caso do Jordy.
Busquei me aliar a outros deputados. Não podia fazê-lo com o PMDB, PT,PDT, PSB, PSC e PTB, aliados orggânicos do governo, porque o partido deliberara por não compor a base aliada. Tampouco aliar-me ao PSDB, porque este partido representa a oposição mais contundente, postura da qual o PPS decidiu se afastar. O que sobrava? Parlamentares do PR, DEM, PP e uma franja do PSDB, que também queriam equidistância dos dois blocos. Na minha avaliação o Jordy deveria estar nessa articulação. Ele optou por não seguir este caminho. Tem suas divergências, que eu respeito, com alguns de seus integrantes.
Do ponto de vista da nossa política não há como vetar a aliança tática com nenhum desses partidos, pois o PPS é aliado de todos eles em várias partes do País. Tenho divergências, algumas profundas do ponto de vista filosófico e político, com vários integrantes do G. Mas os nossos "adversários" nos unem. É assim a política. O que importa é que eu não perca a identidade do nosso mandato e acredito que tenho conseguido mantê-la.
Creio que iniciamos um novo momento. Já iniciei conversa com o Jordy para ver se chegamos a um entendimento sobre como agir nessa legislatura que se iniciou. Mas insisto: como ainda não teve nenhuma votação que opôs o G às decisões do partido não vou comprar a briga de segunda no domingo.
Quanto aos cargos no governo não os tenho. Quando tive algo próximo a isso foram assessorias sem nenhuma função administrativa. Foi um gesto de boa vontade do Charles Alcântara, como então chefe da Casa Civil, com o aval da governadora. No meu caso, serviram para abrigar lideranças de partidos aliados ao governo, que apoiaram a Ana Júlia, que me apoiaram para deputado, e que pediam para eu solicitar esses espaços junto a governadora.
O mais importante, no entanto, era a liberação de emendas para que pudéssemos atender os municípios que representamos. Liberei algumas, para construção de quadras, saneamento básico, pavimentação de ruas, iluminação de estádio de futebol, etc. Obras e serviços que melhoram a qualidade de vida das comunidades que represento. (Posso depois enumerar os municípios atendidos e as obras realizadas)
Qual o troco: sem prejuízo da determinação de nossos partidos votar a favor de projetos de interesse do governo na Alepa. Sem, no entanto, "vender" o espírito de formação do bloco, de equidistância entre os dois blocos. Tanto que durante esse período chegamos a derrubar vetos da governadora que contrariavam o que pensávamos.
Para o Francisco é isso. Fui chamado para uma reunião importante. Numa próxima postagem responderei ao anônimo das 4:55 PM.
Até lá

João Salame

Francisco Rocha Junior disse...

Caro deputado,
É justa sua preocupação em ocupar espaço político. Não há o que reprovar quanto a isto. Porém, não acho que o Sr. tenha sido convincente quanto à explicação sobre considerar que, tendo o G indicado ocupantes de cargos, estes cargos não sejam da quota dos deputados que compõem o G - o Sr. dentre eles. Aliás, para ser bem franco, o Sr. tergiversou a pergunta.
No mais, entendo sua posição (embora não concorde com ela) e dou-me por satisfeito. Obrigado pelos esclarecimentos e parabéns pela disposição em dar satisfação de suas ações.
Espero, como eleitor e cidadão, continuar vendo o Sr. sempre por aqui, pronto para o debate.
Um abraço.

Anônimo disse...

Meu caro Francisco.

Eu não disse que as asessorias não são da cota do G. São. Depois foram retiradas. Só procurei ser o mais minucioso possível em explicar a relação do grupo com o governo, exatamente para não deixar dúvidas. É natural que tenhamos divergências. Quem bom. Conquistamos esse direito com muita luta. O ruim é quando, como juiz, eu quero julgar e decidir que sua posição é errada. O inverso da mesma forma. Espero não ser o caso no que se refere a você. A mim certamente.

Quanto ao anônimo das 4:55 PM, ainda que com atraso, quero pontuar as seguintes questões:

1-O PPS estar a um passo do PSDB pode ser bom ou ruim. Se significa não ter parlamentar envolvido no mensalão, cuecão, sanguessuga, etc, como ocorreu com os dois partidos, é bom. Se for para se envolver na execução de uma política econômica equivocada, mantida pelo governo Lula, é ruim.

2-Independente de divergências, a que se considerar a história e a biografia do governador José Serra. Que não dista muito da biografia de repeitáveis lideranças do PT e da esquerda.

3-A governadora não pode vetar a minha presença na vice-presidência da Alepa. Seria o cúmulo do "capachismo" o Poder Legislativo aceitar vetos. Como liderança política, hoje a maior do Estado, ela pode e deve se manifestar. Cabe aos deputados concordar ou não. Jamais aceitar vetos.

4-Noto que você é petista ou simpatizante do PT. Quando falo que em política tudo é possível me refirmo a mudanças bruscas de rotas e itinerários, tão comum na política. Tão comum no PT. Ou alguém esquece que o PT votou contra a Constituição, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra a CPMF, etc, e hoje é o maior defensor desses instrumentos? Que o PT era radicalmente contra e denunciava com insistência lideranças como José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Iris Rezende, etc, e hoje os tem como seus maiores aliados? Essa é a política, meu caro. Particularmente não chego a tanto, mas é assim que ela é feita. Feliz ou infelizmente. No meu comentário, apenas constatei isso. Concordar ou não com o que ocorre só analisando caso a caso.

5-No caso do PPS vir a apoiar Serra a nível nacional e fechar com Ana Júlia no Pará entendo que se cria um complicador político. Pelo menos para quem tem escrúpulos. E nós os temos. Como partido que tem seriedade devemos nos debruçar sobre a análise dessa contradição. Mas não seria algo surreal ou absurdo essa aliança. O PPS é oposição ao governo Lula, mas na Bahia entendeu que a eleição de Jacques Vágner era um avanço em relação ao "Carlismo" e apoiou a candidatura petista. Se o partido chegar a conclusão que a oposição ao governo Ana Júlia seria um retrocesso para o Estado não vejo porque a aliança não poderia ser feita. Em tese, teóricamente. É preciso, no entanto, junto com a militância, debater de forma exaustiva uma possibilidade tão complicada politicamente como essa.

6-Na hipótese do PPS optar por compor com o governo e meu nome fosse lembrado para ocupar um cargo como a Sema ou qualquer outro claro que avaliaria com bons olhos. E se entendesse ser bom para o Estado, para o partido e para o meu mandato lógico que aceitaria. Não vejo crime nisso.

7-Não pregamos uma coisa no planalto e outra na planície. É que este país é multifacético. Tem lugares em que a pilantragem na política está no DEM, no PSDB, no PMDB. Tem outros lugares que está alojada no PT. Por isso a verticalização, um instrumento em tese correto, caiu, não se sustentou. Como diria o filósofo: "verde e frondosa é toda árvore da vida".
Atenciosamente

João Salame

Anônimo disse...

obrigado pela resposta, Deputado, ainda que tardia, mas:
a) não sou do PT, nem simpatizante: para mim, no quesito moral, ético, esse partido é a maior fraude política dos últimos tempos em nosso país - se já levaria séculos para afastar nossa herança patrimonialista na coisa pública, com a fraude petista, agora serão milênios;
b) tô mais prá demo...níaco que petista;
c) a governadora não vetou o senhor, é verdade, mas o senhor só conseguiu fazer parte da chapa depois dela vetar o Mácola deputado do PSDB(então tem capachismo), e até hoje não entendi porque um deputado de um partido sequer minoritário, mas minúsculo, como o PPS, além de oposicionista, conseguiu cargo tão importante na mesa; atribuo isso, essa vitória, ao G-8, foi o G-8 que bancou o senhor; ou o luas-pretas do governo entenderem que aceitando o senhor o G ficaria mais calminho - entendo que o senhor é um dos líderes do G; talvez o mais proeminente, já que os demais são mesmo de partidos francamente contrários ao PT, o que o PPS, pela herança ideológica não é;
d) a verticalização caiu porque os partidos pressionaram nesse sentido, prá continuar essa... situação, digamos assim, que permite acertos de todo tipo país afora - não foi o que o senhor chama de "multifacético" (permita-me entender essa expressão, como muitas faces - ou muitas caras, que é o seu sentido semântico original), que fez com que a verticalização caísse - para mim ela veio para moralizar, tornar os partidos nacionais, com uma ideologia definida, sem se valer de expedientes outros, como grupos multipartidários em casas legislativas, por exemplo, sem nenhuma afinidade ideológica ou política, se unirem apenas para obter certas vantagens;
e) não aceito o argumento de que "mudanças bruscas" seja sinônimo da expressão que "em política tudo é possível" - expressão cunhada por V. Exa em comentário anterior - expressão essa, para mim, o exemplo fiel e acabado do amoralismo que caracterizaria aqueles que acreditam que no amor, a guerra e principalmente na política "os fins justificam os meios";
f) como os participantes do Forum Social, ainda acredito que "um outro mundo é possível" - uma época, ainda a ser instaurada no mundo, quando a política será pautada por conceitos verdadeiramente éticos;
g) pois como diria o maior de todos: "é pelos frutos que se conhece a árvore"; considero, pois, o nosso humilde debate encerrado, agradecendo sua prestigiosa atenção, apesar das ocupações de seu dia-a-dia, a um modesto anônimo que tinha esperança que V. Exa. mud(ass)e um pouco a estória (com "e", mesmo) do Legislativo paraense, como deputado jovem que é e de origem comunista.
Grato, anônimo das 4:55 P

Anônimo disse...

Meu caro anônimo das 5:05

Não gosto de dar por encerrado um debate inteligente quando ainda restam dúvidas. Vamos a elas:

1-Me desculpe se errei na avaliação sobre sua ideologia política, o que não retira o mérito dos argumentos que perfilei. Confesso que ando muito ocupado, o que me fez atrasar a resposta.

2-Eu já fazia parte da chapa na condição de 2o vice-presidente. Houve apenas uma alteração para que passasse a 1o vice. A govenadora realmente foi contra a posição que o Italo ocupava. Até vinte minutos antes da votação, no entanto, a disposição da maioria era bater chapa contra a posição da governadora mantendo o que havia sido acordado, com Italo de 1o vice e eu de 2o. Como houve mudança no humor do PMDB nós sentimos que poderíamos perder na votação e iria tudo por água abaixo. Aí, o próprio PSDB decidiu rever sua posição e ceder a 1a vice para mim.

3-Fui indicado pelo PPS e pelo G 8. Não há nenhum problema nisso. Não para deixar o grupo mais calmo, mas pela sua força, que nos fez indicar 3 dos 7 membros da mesa (os outros são o Adamor Aires e o Haroldo Martins). A indicação do meu nome não gerou reações adversas, o que me gratifica, pois demonstra que conquistei o respeito de meus pares. O fato de ser um partido pequeno não retira a força de nossa representação. O deputado Jordy, por exemplo, é um dos deputados que mais se destaca na Casa. É verdade que para ocupar espaços na Assembléia precisamos agregar com outras forças. E isso tenho feito.

4-A princípio também sou a favor da verticialização. Quem decidiu que ela não valerá nas próximas eleições não foram os políticos, mas o TSE. Aliás, esse Congresso não decide nada. O que afirmei e afirmo é que, dependendo do Estado, os partidos não guardam coerência com sua orientação nacional, porque existem lugares onde o PMDB, por exemplo, do meu ponto de vista, tem um perfil democrático e de seriedade (Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon,. etc). Em outros é o retrato da bandidagem institucionalizada. O mesmo se aplica a outros partidos. Constatar o que é avanço ou retrocesso em cada Estado ou muncípio, nas eleições locais, é tarefa dos democratas.

5-Da mesma forma fiz uma constatação sobre as mudanças bruscas na política. Elas independem da minha vontade. Não estou no PPS por acaso. Entre outras coisas por não concordar com muitas "mudanças bruscas".

6-A exemplo de você também considero que outro mundo é possível. Luto por isso. Organizando comunidades, estimulando-as a tensionar os limites da institucionalidade; denunciando o falso moralismo de quem condena os políticos e vota nos piores candidatos, recusando-me a fazer política com base no clientelismo e no assistencialismo, etc.

7-Não sei se a denominação comunista corresponde aos novos tempos. Esse termo se presta a carcterizar tudo o que de pior a esquerda mundial produziu em termos de autoritarismo, sectarismo, etc. Me considero um lutador por um novo mundo de justiça, paz, igualdade e distribuição de renda. Com forte vínculo com o marxismo, um instrumental que continuo identificando como de grande valia na análise do capitalismo. É esse fundamento ideológico que me faz acreditar que um novo mundo é possível. Que me faz lutar por ele. Que me estimula a debater sem a pretensão de ser o dono da verdade. Admitindo, sobretudo, a possibilidade de estar errado. E a essa conclusão chegando, sem temor de mudar de posição.
Por tudo isso, agradeço suas ponderações.
Atenciosamente,

João Salame