27.4.09

Guerra Anunciada

O programa Jogo Aberto de sábado, na Rádio Tabajara, que debateu a questão do conflito em Xinguara, entrevistou um segurança da fazenda agressivo, um presidente da Faepa tranquilo, um coordenador do MST idem, e um diretor da Santa Bárbara que contestou as evidências de grilagem das terras, destacou os empregos gerados pelo grupo, e investiu contra a governadora Ana Julia com a voz calma.
No momento em que o apresentador, jornalista Carlos Mendes, leu algumas respostas da entrevista da governadora ao Valor Economico, publicada aqui no blog pouco mais de uma hora antes do início do programa, o conteúdo da fala do diretor, um mineiro, subiu uma oitava. Talvez duas.
O diretor Rodrigo de Paula prometeu entregar à emissora um produto digital - um áudio e/ou vídeo - que mostra a governadora aplaudindo o discurso de do coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, incentivando a ocupação de terras. O ato público, que contou com a presença de milhares de pessoas, comemorava o primeiro aniversário do assentamento na fazenda Cabaçeiras.

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A propósito desse aúdio/vídeo, os ouvintes da Tabajara souberam no sábado o que o governo já sabia. Há duas semanas, numa suite no Crowne Plaza, no centro da capital, um diretor da empresa dantesca informou à um representante do governo, depois que a conversa não evoluiu, que o material poderia ser divulgado. Primeiro, digamos, a pressão, e depois o ultimatum.
O representante sorriu, deu boa noite e saiu. A promessa de envio do aúdio/vídeo para a Rádio Tabajara foi a declaração de guerra.

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Sim, já ia esquecendo... Havia um deputado estadual paroara naquela suite do Crowne. Mas a fonte do blog recusou-se terminantemente a revelar os nomes dos parcipantes do encontro, uma pena. Deve ser porque desconfia que o deputado acende uma vela pra Santa Bárbara, e outra pro governo.

16 comentários:

Anônimo disse...

Este vídeo eu quero ver. Será que vão publicar? E o Puty, por que não foi ao debate? Dizem que amarelou.

Anônimo disse...

E o governo ainda tem coragem de divuglar na TV nota oficial fazendo balanço dereintegração de posse, como se isso o insentasse das responsabilidades pela tensão no campo.
Em quantas porteiras a governadora vai bater, nas próximas eleiões?

Anônimo disse...

Querido Juvêncio

Você disse ontem que iria mandar um email para o Puty cobrando explicações para a ausência dele no debate da Rádio Tabajara. Eu pergunto, querido: o Puty já respondeu? O que foi que ele disse? Para mim nada justifica a ausência num debate tão importante como esse, que visa esclarecer temas polêmicos.

Anônimo disse...

Esse imbróglio ainda vai resultar em muita violência. É só esperar para ver. A guerra está lançada e ninguém vai recuar. "Pará, terra de direitos" (sic!).

Unknown disse...

Sim, querido anônimo.
O secretário Puty respondeu ao meu e.mail meia hora atrás.
Disse que estava com a governadora Ana Julia, o presidente da AL, depuato Juvenil, e com o presidente do TJ, desembargador Rômulo.
Em seguida entrou em reunião com a FETRAGRI e FETRAGRI, o que imposibilitou a ida ao pgm da Tabajara.

Anônimo disse...

Não estou convencido das explicações do secretário Puty. Você mesmo, Juvêncio, ouviu o debate e relata que a guerra está declarada. Parece que não avisam o Puty sobre o que disseram do governo Ana Júlia no debate. Eu estava ouvindo o debate e quem saiu em defesa do governo foi o MST. O líder deles disse que o MST mantém bom diálogo com o governo Ana Júlia, coisa que não havia no governo Almir/Jatene.

Anônimo disse...

Cláudio Puty não foi a entrevista na Tabajara FM, porque tinha uma reunião no mesmo horário com a governadora Ana Júlia Carepa.
O tom de ameaça ou de ultimatum da FAEPA já é conhecido e segue a risca ao dos fazendeiros, porta-vozes de Daniel Dantas, quando o chefe da Casa Civil do Governo do Pará esteve em Xinguara para negociar com o MST e fazendeiros da fazenda Santa Bárbara.
Lá, por sinal, ouviram em alto e bom som de Puty que o governo do Pará não iria aceitar nenhum tipo de pressão ou chantagem.
O governo do Pará tem cumprido o que se propôs na campanha eleitoral e a opção por políticas públicas que beneficiam a maioria dos paraenses e que por conseguinte fere aos interesses da minoria que governou o Pará pelos últimos 12 anos.
O governo do Pará não tem medo e não cede a pressões seja de quem for.
Quanto ao outro lado da moeda, a cada dia novos fatos e imagens chegam ao conhecimento da opinião pública e desmacaram a versão falaciosa das ORM's.
Transformar o Pará em uma terra de direitos não é fácil a governadora sabe disso e tem sido categórica em afirmar. A questão agrária é um cânone do domínio das elites que sempre se beneficiaram do Estado, agora, vem sofrendo seguidas perdas por conta da ação determinada de um governo realmente popular.
E importante perceber que há um complô do PSDB/DEM e parte da mídia (local), junto com o banqueiro Daniel Dantas, cada um com um propósito para desestabilizar o governo do Pará, forçar uma 'sensação' de descrédito e tirar o foco e as acusações que pairam sobre Daniel Dantas.
A campanha em curso de criminalização dos movimentos sociais, em particular o MST, iniciada há uma atrás foi o primeiro passo. Agora, os factoídes e efeitos de mídia patrocinados em Xinguara e as ações da ex-UDR, Kátia Abreu (senadora DEM/TO) são o novo front.
A campanha eleitoral de 2010 já começou!

Anônimo disse...

O anônimo de 1:24 tem razão. A campanha eleitoral de 2010 já começou. É lógico que começou, principalmente quando a Ana Júlia decidiu continuar não-governando o Estado. Juvêncio, o discurso de culpar os tucanos não cola mais.Almir e Jatene só pensaram em fazer obras caras, mas a Ana Júlia veio para fazer as mudanças. E eu indago: cadê as mudanças?

Anônimo disse...

Ao Anonimo das 1:24 - Voce póderia se identificar e se isto tivesse ocorrido fatalmente saberiamos que voce é um dos 1.500 ocupantes de cargo comissionado. Voce juntamente com a nossa Goveradora deveriam marcar uma consulta com o oculista Dulciomar Costa para enxergarem um pouco o que está acontecendo no Estado! Isto é falta de visão.

Mara Lopes disse...

Esse vídeo é de antes ou depois da Ana Júlia virar governadora?
Isso muda muita coisa nessa análise...

Anônimo disse...

O Puty tem uma longa história na militância de esquerda, mais precisamente 21 anos de luta. Nunca deixou de comparecer a um debate ou reunião por algum receio de expor ou debater suas posições políticas e suas idéias.
O cara é serio, competente e tem compromissos muito claros com uma agenda política democrática e popular.

Anônimo disse...

Anônimo das 1:45 vc quer mudança maior do que enfrentar estas elites agrárias!? Estamos enfrentando um momento histórico! Nunca se viu um governo estadual enfrentando os interesses desses pequenos grupos como agora!? Vc deveria comemorar este fato! Falta de perspectiva histórica! O problema é que muita vezes se quer mudança, mas não se consegue perceber as diferenças quando elas ocorrem... Tendemos a continuar esperando por obras, obras, obras! Ora, se vcs querem obras e nenhuma mudança de fundo.. então votem no Jatene e pronto! Seus problemas acabaram!
Voltamos ao que eramos antes... e ainda continuamos a ser: um estadozinho de M... com meia dúzia de coroneis, centenas de pseudo intelectuais de esquerda, milhares de pequenos burgueses falidos ou corruptos e milhôes de analfabetos, miseráveis e sem perspectiva... É isso que vcs querem que continuamos a ser!? Então pronto!

Anônimo disse...

Ana Júlia, Puty e outros aloprados do governo querem governar um Estado como o Pará de cima do palanque. Essa turma não tem jeito.Nem se aliando ao Jader Barbalho aprendem a fazer política.

Anônimo disse...

Não, claro que não é falta de visão... Se você, que também não se identifica anônimo das 2:40pm e procurasse se informar, mesmo que fosse pelos veículos das ORM’s poderia perceber que há mudanças... Mesmo em áreas críticas como a da Segurança Pública que Almir/Jatene não fizeram absolutamente nada. Nem concurso público.
O importante é que o governo Democrático e Popular apresentou e está executando uma agenda de mudanças. Elas estão vindo. Concordo que até de forma lenta. É um governo de coalizão, com aliados e dirigentes do próprio partido da governadora que ainda não se deram conta de um projeto maior, estratégico para o Pará e que precisa unir todos para alcançar sucesso.
Esse governo pode sim contribuir para a melhoria de vida da grande maioria dos que aqui moram e vivem. Não é um governo que se esconde em meia dúzia de grandes obras, mas sim, que se preocupa e orienta-se por uma nova forma de governar, a partir de políticas sociais que estão transformando a paisagem humana do nosso povo.
Falta ao governo um pouco mais de quadros de esquerda, Cláudio Puty é um deles, é dirigente e disciplinado desde os tempos do movimento estudantil na UFPA, tem a confiança da governadora e faz a política certa, situando o governo no que é a esperança da grande maioria dos paraenses que votaram em Ana Júlia Carepa em 2006.
É um governo que se credencia todos os dias juntos ao povo, porque governa olhando nos olhos de cada cidadão e cidadã. É difícil perceber isso quando não se quer, mas comece a se acostumar com o governo da maioria.

Anônimo disse...

Juva
Um médico do Hospital Regional de Marabá disse hoje à família daquele segurança da Santa Bárbara baleado no olho pelo pessoal do MST está irremediavelmente cego. Pergunto: e agora, o que vai dizer o MST, a Ana Júlia e seu governo? Devem ser capaz de dizer que foi o próprio segurança quem deu o tiro no olho.

Anônimo disse...

Baixas houveram dos dois lados, anônimo das 9:35pm.
Não sou a favor da violência, mas é bom ver sempre a questão neste caso de Xinguara (ou de qualquer outro lugar que envolva violência no campo) a partir da totalidade.
Como funcionário de uma empresa de segurança deve ter todos seus direitos trabalhistas assegurados, até porque se acidentou em pleno exercício do trabalho para o qual foi contratado.
Quanto ao "placar" os números continuam inalterados, ou seja, 8 do MST para 1 (um) do lado dos fazendeiros, embora este um seja um trabalhador como os do outro lado.